FERRÃO É NOTA 10 PELA SEGUNDA VEZ EM SUA GLORIOSA HISTÓRIA

Não poderia ter sido mais empolgante a estreia do Ferroviário na segunda divisão do campeonato cearense no último domingo. O time coral massacrou o Campo Grande, de Juazeiro do Norte, pelo placar de 10×0. Foi apenas a segunda vez na história que o Ferrão marcou exatamente 10 gols numa partida oficial. A primeira aconteceu no longínquo ano de 1942, contra o extinto Penarol/CE, em jogo válido pelo 1º turno do campeonato cearense daquele ano, que terminou com um 10×1 no placar. Agora, 74 anos depois, foi a vez de Paulista, Rodrigo Pio, Valdeci e companhia entrarem pra história. Vale a pena conferir o vídeo acima com os gols da avalanche coral, devidamente eternizados para a posteridade como mais um resultado expressivo ao longo da trajetória do clube.

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Benedito em 1943

Vale lembrar que outro placar avassalador verificado numa partida oficial aconteceu em 1943 e coincidentemente contou com 10 gols de diferença, contra o também extinto Fluminense/CE, na goleada coral por 11×1, válida pelo campeonato cearense. Eram os tempos de um Ferrão que tinha Mário Negrin, Marinho, Benedito, Caranguejo, Chiquinho, Chinês, etc. O ala esquerdo Benedito, no alto de seus 203 jogos com a camisa coral, participou tanto da goleada de 1942, quanto da histórica vitória anotada no ano seguinte. Além dele, o ala direito Marinho e os meias Chinês e Chiquinho também estavam presentes nos dois jogos. Cabe ainda destacar que placares como 10×0, 11×0, 12×0, 13×3 e até 14×0 já foram mais de uma dezena de vezes verificados em amistosos realizados pelo Ferroviário.

REVISTA DE CIRCULAÇÃO NACIONAL VAI FALAR DA PRISÃO DO FERRÃO

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Jogadores e polícia saindo do gramado do Presidente Vargas: Ferroviário preso em 1948

Ainda é segredo o nome da revista, mas já se sabe que em breve o Ferroviário Atlético Clube vai merecer destaque em uma das publicações mais importantes da Editora Abril e não estamos falando da Placar. A matéria será assinada por um grande colunista da revista e estampará uma foto raríssima na história do clube: o momento da prisão de todo time coral em 22/2/48, no Estádio Presidente Vargas, exatamente no jogo final do campeonato cearense de 1947. A imagem acima foi cedida para a publicação nacional diretamente do acervo do Almanaque do Ferrão. Aguardem.

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Zé Dias: o goleiro no xilindró

A prisão de todos os jogadores do Ferroviário em 1948 é até hoje lembrada no futebol cearense e marcou a história do clube como uma prova indelével das artimanhas extra-campo que terminaram afetando os resultados esportivos dentro das quatro linhas ao longo das décadas. Na ocasião, o Ferrão vencia o Fortaleza por 3×1 e garantia o título. O árbitro Edson Oliveira passou a promover uma sucessão de equívocos, expulsou jogador, transformou tiro de meta em escanteio, validou gol irregular e o adversário chegou aos 3×3 em questão de minutos. Os corais se revoltaram e saíram de campo, recebendo voz de prisão ainda no estádio, sendo os jogadores submetidos a caminharem a pé, em fila indiana, até o xilindró mais próximo, que ficava no centro da cidade.

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Dois presos: Manoelzinho e Benedito

Sob o comando do técnico Baiano, o Ferroviário foi ´assaltado` e preso naquela tarde com o futebol de Zé Dias, Manoelzinho e Expedito; Benedito, Vicente Trajano e Raimundinho; Néo, Manuel de Ferro, Decolher, Ruivo e Pipi. Como o jogo não prosseguiu, o Fortaleza foi declarado campeão com Juju, Zé Sérgio e Stênio; Natal, Torres e Arrupiado; Jombrega, Paulinho, França, Pipiu e Piolho. Os gols foram de Decolher, Manuel de Ferro, Néo, França, Jombrega e Torres. Era apenas o jogo de número 241 na história coral, cujo imbróglio que o envolveu certamente será bem retratado na publicação que chegará às bancas de todo país. Avisaremos aqui.