RETROSPECTIVA DE TODOS OS JOGOS NA HISTÓRIA CONTRA O BAHIA

Em 1941, o Ferrão bateu o Bahia por 4×2 na melhor partida da temporada segundo o jornal

Ferroviário e Bahia voltam a se enfrentar nesse final de semana depois de quase duas décadas. O jogo faz parte da segunda rodada da Copa do Nordeste. A última vez que as duas equipes estiveram frente a frente foi no histórico 7×2, no PV, em partida do Campeonato Brasileiro de 2006. Curiosamente, no primeiro confronto entre ambos, o placar foi parecido: 7×3 para o Bahia, também em Fortaleza, em amistoso que marcou historicamente o primeiro grande embate na história coral contra um grande time do nordeste, isso na já distante temporada de 1939. As nove primeiras partidas entre Ferrão e o Tricolor de Salvador aconteceram em prestigiadas excursões que os baianos tradicionalmente faziam a Fortaleza até meados da década de 1960. Em 2006, os confrontos oficiais ocorreram na 3ª fase e no Octogonal Final do Campeonato Brasileiro da Série C. Por muito pouco, o Ferrão não conseguiu o acesso para a Série B no ano seguinte, ficando na 5ª colocação no Octogonal Final disputado com jogos de ida e volta. Confira abaixo a sequência de jogos históricos entre Ferroviário e Bahia:

Jogo 01: 13/08/1939 – Ferroviário 3×7 Bahia – Amistoso – Campo do Prado
Jogo 02: 21/07/1940 – Ferroviário 4×2 Bahia – Amistoso – Campo do Prado
Jogo 03: 07/08/1941 – Ferroviário 4×2 Bahia – Amistoso – Campo do Prado
Jogo 04: 17/11/1946 – Ferroviário 3×6 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 05: 14/08/1949 – Ferroviário 0x3 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 06: 02/10/1955 – Ferroviário 1×0 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 07: 09/06/1959 – Ferroviário 0x0 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 08: 18/09/1963 – Ferroviário 1×1 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 09: 07/11/1964 – Ferroviário 1×3 Bahia – Torneio do América – PV
Jogo 10: 13/09/2006 – Bahia 2×1 Ferroviário – Brasileiro Série C – Fonte Nova
Jogo 11: 27/09/2006 – Ferroviário 1×1 Bahia – Brasileiro Série C – PV
Jogo 12: 22/10/2006 – Bahia 4×1 Ferroviário – Brasileiro Série C – Fonte Nova
Jogo 13: 15/11/2006 – Ferroviário 7×2 Bahia – Brasileiro Série C – PV

JUAZEIRENSE FOI O NONO ADVERSÁRIO DO FUTEBOL BAIANO

No click acima do fotógrafo Lenilson Santos, o atacante Gabriel Silva passa entre os jogadores do time da Juazeirense/BA. O jogo foi válido pela fase preliminar da Copa do Nordeste de 2022 e o Ferroviário venceu por 4×0, ontem na Arena das Dunas. Graças à incompreensão dos gestores públicos do Estado do Ceará, a Arena Castelão foi vergonhosamente vetada para o importante jogo coral e ele teve que ser realizado em Natal. A Juazeirense enfrentou o Ferroviário pela primeira vez na história, sendo o nono representante do futebol baiano a jogar contra o Tubarão da Barra. Antes, o Ferroviário teve treze jogos contra o Bahia, oito contra o Vitória, quatro contra a Jacuipense, três contra o Ipiranga, dois contra o Serrano, duas partidas contra o Fluminense e uma partida contra Galícia e Leônico, respectivamente. Até o momento, foram realizados 35 jogos contra equipes baianas, sendo 11 vitórias, 10 empates e 14 derrotas para os representantes da terra do acarajé. O piauiense Pepê, famoso atacante entre as temporadas de 1939 e 1942, é o maior goleador entre os corais contra equipes baianas. Ele marcou 5 gols em jogos contra Bahia e Ipiranga no período.

PELA QUARTA VEZ NA HISTÓRIA, FERRÃO FAZ 7 GOLS NA SÉRIE C

Bela foto de Camila Lima, do Sistema Verdes Mares: Willian Lira no centro da comemoração

Responda rápido: o que Corisabbá/PI, Tocantins/MA, Bahia/BA e Imperatriz/MA têm em comum? Além do fato de serem equipes nordestinas, os quatro times levaram goleadas de 7 gols em jogos da Série C do campeonato Brasileiro contra o Ferrão! O Imperatriz é o mais recente frequentador dessa seleta lista, já que na noite de hoje, a equipe maranhense perdeu de 7×0 para o Tubarão da Barra, no Castelão, com quatro gols de Willian Lira e os outros gols de Lucas Hulk, Caíque e Vitor Xavier. Recordando fatos do passado, a primeira vez que o time coral marcou 7 gols num mesmo jogo da Série C foi em 28/09/1998, contra o Corisabbá, no Elzir Cabral, gols Bertoldo (2), Junior Pipoca (2), Fabinho Vassalo, Rutênio e Acássio. Em 2002, no dia 09 de outubro, no PV, outra vitória por 7×0, dessa vez contra o Tocantins do Maranhão, com gols de Danilo (2), Reginaldo França (2), Ricardo Baiano, Arildo e Guedinho. Já em 2006, no feriado de 15 de novembro, quem não lembra da famosa goleada de 7×2 em cima do Bahia? Sérgio Alves marcou 3 gols e Junior Cearense, Everton, Fernandinho e Marcos Pimentel completaram o placar. Quem será o próximo a entrar na lista?

DE UM PALPITE PARA A COPA DE 1974 ATÉ O ARCO DO FERROVIÁRIO EM 1977

Renato em foto no Ferrão

Ele foi um dos goleiros do Ferroviário no campeonato cearense de 1977. Talvez nem o torcedor coral de melhor memória na ocasião consiga recordar. Estamos falando do paraibano Renato Acácio de Morais, nascido em 1º de maio de 1947 e que, prestes a completar 30 anos de idade, foi contratado pelo time coral junto ao Treze/PB, onde teve status de ídolo. No Tubarão da Barra foram apenas 11 partidas do arqueiro Renato, a primeira em 27/02/1977, no Junco, na vitória fora de casa por 3×2 em cima do Guarany de Sobral. A última foi contra o Fortaleza, no Castelão, derrota por 2×0, num jogo polêmico acontecido em 08/05/1977 em que o árbitro Lourálber Monteiro expulsou cinco jogadores corais aos 17 minutos do 2º tempo, inviabilizando o confronto. Renato começou a carreira no Cotinguiba/SE, mas foi no Bahia que teve maior destaque com o  bicampeonato estadual de 70/71 depois de uma passagem inclusive pelo Flamengo/RJ. Foi no futebol baiano que surgiu o apelido que marcou o goleiro no futebol: “Renato 74” quando o empolgado cronista baiano França Teixeira apostava publicamente em Renato como futuro goleiro da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1974.  Ledo engano. A carreira de Renato não decolou e ele foi parar no ABC/RN e no Treze/PB entre 1974 e 1976. Jogou ainda no Sampaio Corrêa/MA, Moto Clube/MA, Volta Redonda/RJ e Campinense/PB. Em 1982, teve seu nome envolvido como um dos delatores do escândalo da Máfia da Loteria Esportiva, um dos temas nacionais mais comentados na época. O mercado se fechou para Renato daí em diante. Foram vários anos mergulhado no álcool e com sintomas de senilidade precoce até falecer de cirrose hepática, em Campina Grande, no dia 15/06/1986 como mostra a matéria do jornal Diário da Borborema relatando a morte do ex-goleiro do Ferrão na temporada de 1977.

Matéria do jornal Diário da Borborema, de Campina Grande, sobre a morte do ex-goleiro Renato

MORREU PERIVALDO, EX-LATERAL DO FERRÃO E DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Ex-lateral direito Perivaldo, em foto de 2013, após regressar ao Brasil vindo das ruas de Lisboa

Em fevereiro passado, o Almanaque do Ferrão destacou a passagem do famoso ex-lateral direito Perivaldo pelo Tubarão da Barra nos anos 70. Oriundo da Bahia, o jogador foi um dos destaques do time coral no campeonato cearense de 1974. Pouco mais de seis anos depois, atuando pelo Botafogo/RJ, passou a ser permanentemente convocado para a Seleção Brasileira treinada pelo lendário Telê Santana, disputando sempre a posição de titular com os laterais Leandro (Flamengo), Getúlio (São Paulo) e Edevaldo (Fluminense). Foi seguramente um dos quatro melhores laterais direitos do futebol brasileiro até o início dos anos 80 e por muito pouco não esteve entre os relacionados para a Copa do Mundo na Espanha, em 1982, quando o Brasil encantou o mundo. Ontem, depois de tempos difíceis vividos no Brasil e na Europa, Perivaldo faleceu no Hospital Gafree e Guinle, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Perivaldo na Seleção com o goleiro Valdir Peres, que coincidentemente faleceu na mesma semana

Além do Ferroviário, quando atuou aos 21 anos de idade emprestado pelo Bahia/BA, Perivaldo jogou ainda no Palmeiras/SP, São Paulo/SP, Bangu/RJ e no Yukong Elephants, da Coréia do Sul. Apenas dois anos depois de deixar a Barra do Ceará, Perivaldo conquistou a Bola de Prata como melhor lateral direito do campeonato brasileiro defendendo o Bahia, fato repetido em 1981 com a gloriosa camisa do Botafogo/RJ, quando o ex-lateral coral viveu sua melhor fase no futebol nacional. Há cerca de quatro anos, Perivaldo estava morando nas ruas de Lisboa, em Portugal. Após matéria do programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro se mobilizou e ajudou a trazer o ex-jogador de volta para o Brasil. Posteriormente, reconhecendo a relação do ex-lateral com o Ferroviário, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Ceará levou o jogador de volta a Fortaleza para uma visita ao time que defendeu em 1974. Na ocasião, Perivaldo foi recepcionado oficialmente pelo Ferrão através de Chateaubriand Arrais Filho, que na ocasião respondia pelo Conselho Deliberativo coral.

FAMA E OSTRACISMO: PERIVALDO DO FERRÃO PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA

Lateral direito Perivaldo, baiano de Itabuna, do Ferroviário em 1974 para a Seleção Brasileira

O Ferroviário precisava de um lateral direito em 1974 e foi buscar um jovem atleta na Bahia para resolver seu problema. Quem diria que aquele garoto chamado Perivaldo Lúcio Dantas, de apenas 21 anos de idade, um dia disputaria a posição de titular da Seleção Brasileira treinada por Telê Santana? Foram 20 jogos com a camisa do Tubarão da Barra naquela temporada. Chegou a marcar um gol com a camisa coral, contra o América/CE, no PV. Foi no dia 28/08/1974, quando o Ferrão aplicou 4×1 no time que tinha uma bela sede social na Av. Dom Manuel em Fortaleza. Perivaldo se destacou no Ferroviário e voltou ao Bahia, onde foi titular. Do tricolor baiano para o Botafogo/RJ foi um pulo, clube que lhe deu projeção nacional e constantes convocações para a Canarinho.

Ferroviário no campeonato cearense de 1974 – Em pé: Perivaldo, Joel Copacabana, Cândido, Marcelino, Luciano Oliveira e Grilo; Agachados: Marcos, Jorge Costa, Jeová, Oliveira e Gaspar

Na Barra do Ceará, Perivaldo viveu dias complicados com atraso de salários e falta de uma melhor estrutura, algo constantemente alvo de reclamações expostas na imprensa cearense por parte de jogadores experientes como o zagueiro Joel Copacabana e o atacante Jorge Costa. O lateral Perivaldo superou as adversidades e seguiu sua vida. Alcançou destaque e projeção no futebol, pena que numa época que jogador de futebol não ganhava as fábulas financeiras da atualidade. Há poucos anos, ele foi destaque na mídia nacional através de uma matéria da TV Globo que o localizou vivendo precariamente em Portugal. Após a polêmica, voltou ao Brasil e esteve novamente em Fortaleza, quase 40 anos depois, voltando a visitar o Ferroviário em companhia do ex-atacante Mirandinha, cria coral e ex-companheiro de Perivaldo no Botafogo//RJ. Se você não lembra do caso, a gente recupera abaixo a referida matéria de televisão. Pouca gente na ocasião sabia ou lembrava que Perivaldo havia sido atleta do Ferrão. Fique por dentro!

RECORDE OS GOLS DE UM DOS JOGOS MAIS EMOCIONANTES DE 2006

Recentemente a imprensa cearense recordou os 10 anos da última grande campanha do Ferrão no campeonato brasileiro, quando o time coral quase conseguiu o acesso para a Série B nacional. O Almanaque do Ferrão já recordou alguns jogos daquela campanha, inclusive a histórica vitória por 7×2 em cima do Bahia/BA. Porém, um jogo emocionante, que poucos trazem à memória, completa aniversário exatamente no dia de hoje. Estamos falando da partida contra o Ipatinga/MG, campeão mineiro de 2005, realizada no Estádio Presidente Vargas, na tarde de 26 de novembro de 2006. O jogo era duro e estava empatado em 1×1 até os 38 minutos do 2º tempo, quando o atacante Fernandinho, hoje no Flamengo/RJ, cobrou uma falta da intermediária e marcou um gol importantíssimo, pois somente a vitória interessava para o Ferroviário seguir com chances na última rodada da competição. Reveja acima dos gols daquele domingo especial para o torcedor coral.

Atacante Sérgio Alves, em foto do Jornal O Povo, comemorando mais um gol na Série C de 2006

O placar final apontou 3×1 para o Ferrão, já que Sérgio Alves, que já havia assinalado o primeiro gol, marcou ainda o terceiro, num pênalti inexistente mal marcado pelo árbitro Fernando Rogério Assis. Coube ao meia Everton marcar o único gol do Ipatinga naquela tarde. Ao final da partida, os 4.666 pagantes vibraram intensamente com a possibilidade de subir para a Série B, bastando para tal uma vitória em cima do Barueri/SP, na capital paulista, o que acabou não acontecendo três dias depois. Confira a escalação coral na histórica vitória contra o Ipatinga, no PV: Jéfferson, ,Marcos Pimentel, Nemézio, Robinho (Stênio) e Júnior Cearense; Marcelo Mendes, Dedé, Tales (Claudeci) e Everton (Cristiano); Fernandinho e Sérgio Alves. A equipe mineira, que logrou acesso para a Série B ao final do certame, perdeu com Rodrigo Posso, Márcio Gabriel, André, Matheus e Anderson; Léo Oliveira, Leandro Salino (Totó), Charles e Everton (Jessé); Joãozinho e Diego Silva (Cristian). Foi por pouco, o acesso não veio, mas ficou a grande campanha.

LULA PEREIRA ESTÁ DE VOLTA AO FERROVIÁRIO 23 ANOS DEPOIS

Antes tarde do que nunca! Depois de 23 longos anos, Lula Pereira está de volta ao Ferroviário. Recorde no vídeo acima duas matérias com o então treinador do clube durante o campeonato cearense de 1993, ele que foi um dos principais responsáveis pelo processo de reestruturação do Tubarão da Barra naquela ocasião, culminando com o bicampeonato coral nos dois anos seguintes. O Ferrão deu a Lula a primeira grande oportunidade como técnico de futebol e foi o pontapé inicial de uma vitoriosa carreira que envolveu times como Figueirense/SC, Bahia/BA, Flamengo/RJ, América/MG, etc. Na semana passada, ele acertou seu retorno, dessa vez na função de coordenador técnico, e tem tudo para emprestar novamente sua competência na missão de reestruturar o clube e colocar seu nome novamente na história coral, ajudando-o a retornar para a primeira divisão do futebol cearense. Mas, você recorda a passagem de Lula Pereira em 1993?

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Lula Pereira apostou na própria carreira ao deixar o Ceará e treinar o Ferroviário em 1993

Em março de 1993, ele tinha apenas 36 anos de idade quando aceitou o desafio de abandonar as categorias de base do Ceará e assumir um abalado e desmoralizado Ferroviário, que vinha de um revés histórico de 9×1 sofrido contra o próprio time alvinegro. Lula indicou novos reforços e reformatou o elenco coral dentro da competição. Nomes desconhecidos como Acássio, Clemer, Itamar, Narcízio, Branco, Zedivan, Lima, Márcio, entre outros, passaram a ser contratados e, em três meses, o Ferrão já chegava na final do segundo turno do campeonato cearense. Até agosto daquele ano, foram 28 jogos comandando o Tubarão da Barra, sendo 12 vitórias, 7 empates e 9 derrotas. Lula Pereira não deu títulos ao clube, mas devolveu-lhe a competitividade e – o mais importante – a honra de time grande que disputava pau a pau com seus principais rivais. Deixou o clube após o Estadual e construiu uma carreira vitoriosa. Que o ano de 2016 possa contar com tudo de positivo que aconteceu em 1993, pois será importante para o Ferroviário e para o futebol cearense em geral. O elo de ligação entre esses dois longos períodos na história responde certamente pelo nome de Lula Pereira.

NÃO SE ESQUEÇA DAQUELE JOGO CONTRA O BAHIA DE 60 ANOS ATRÁS

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Nozinho: melhor em campo

Durante toda década de 1950, o Ferroviário foi cognominado de ´Clube das Temporadas` porque sempre se dava bem em cima dos principais times brasileiros que excursionavam pelo estado, prática bem comum no contexto do futebol daquele período. Enquanto Ceará e Fortaleza geralmente perdiam seus jogos, o Ferrão vingava o futebol cearense com vitórias históricas. Há exatos 60 anos, mais precisamente no dia 2 de outubro de 1955, o Bahia/BA foi a vítima coral. Estamos falando do jogo 493 da nossa história, disputado no PV, palco naquele dia de uma das maiores apresentações do zagueiro Antônio Alves Marinho, o popular Nozinho, no auge de seus 388 jogos disputados com a camisa do Ferrão, entre 1947 e 1961. Dias antes, os baianos haviam batido os paraguaios do Cerro Portenõ e chegaram em Fortaleza cheios de favoritismo. Com um gol do ponta esquerda Fernando – outro lendário jogador que ultrapassou a marca de 300 jogos pelo clube – o Ferroviário fez 1×0 no placar e quebrou a castanha do tricolor baiano, uma vitória épica para sempre ser lembrada e contada para os mais jovens.

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Fernando: gol da vitória

Preste atenção na escalação coral naquela partida comandada pelo treinador João Damasceno: Maciel, Nozinho e Antônio Limoeiro; Rui Leite, Lolô e Manoelzinho; Nirtô (Geraldinho), Aldo, Zé de Melo, Macaco e Fernando, todos nomes consagrados na história do time erreveceano, como era chamado o representante da antiga Rede de Viação Cearense, a saudosa RVC. Já o Bahia do técnico Armando Simões perdeu com Joselias, Bacamarte e Juvenal; Rui (Marivaldo), Wilson e Florisvaldo (Chagas); Marito, Tonho, Ariosto (Sandoval), Ruivo e Benê (Nélson). O Bahia foi apenas mais um time a ser desbancado pelo Ferroviário naquele período. Times como Santa Cruz/PE, Fluminense/RJ, Paysandu/PA, Santos/SP, Sampaio Corrêa/MA, Olaria/RJ, Treze/PB, São Cristovão/RJ e até o uruguaio Wanderers, entre outros, conheceram bem a força do inesquecível ´Clube das Temporadas`, sem dúvida um período épico da história coral.

EX-TREINADOR CORAL DIRIGE EQUIPE DA SÉRIE A DO BRASILEIRÃO

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Julinho Camargo foi o treinador do Ferroviário nas competições do segundo semestre de 2013

Ele foi treinador do Ferroviário entre junho e novembro de 2013. Dirigiu a equipe coral em 16 partidas, sendo 9 vitórias, 5 empates e apenas 2 derrotas. A proposta irrecusável de um salário 7 vezes maior o fez não permanecer para a temporada seguinte e ele foi trabalhar no Rio Grande do Sul, onde levou o modesto Veranópolis/RS ao 3º lugar no campeonato gaúcho de 2014. Agora, o competente Julinho Camargo tem um desafio maior. Ele é o novo treinador do Goiás/GO na Série A do campeonato brasileiro, competição que teve o privilégio de atuar em 2011 no comando técnico do Grêmio/RS. Ao longo de sua trajetória no futebol, Julinho trabalhou com nomes como Paulo César Carpegiani e Paulo Roberto Falcão, passando por Internacional/RS, Bahia/BA e no futebol do exterior. Ano passado, o comentarista Paulo Vinícius Coelho, ainda na programação da ESPN Brasil, chegou a indicar em rede nacional o nome de Julinho Camargo para compor a nova comissão técnica que estava sendo montada para a Seleção Brasileira.

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Na época do Grêmio/RS no Brasileirão de 2011

A qualidade do trabalho de Julinho Camargo é facilmente percebida por quem efetivamente é do ramo. Seus treinos e metodologia de trabalho impressionaram bastante os atletas corais em sua passagem pela Barra do Ceará e os comentários dos profissionais da área sobre o novo técnico do Goiás são quase que unanimemente elogiosos. No Ferroviário em 2013, Julinho dirigiu a equipe na Taça Fares Lopes, quando conquistou o 1º lugar em sua chave na fase classificatória, mas foi eliminado em seguida no mata-mata com o Guarany de Sobral. Comandou ainda o clube na 3ª colocação da Copa Ecohouse, caindo na semi-final para o Alecrim/RN, em Natal, na decisão por pênaltis (5×4), após um 1×1 no tempo normal. Seguramente a não continuidade do treinador para a temporada de 2014, seguida da irresponsável mudança de postura do comando diretivo do clube a partir de então, foi fator decisivo para a trajetória de insucessos verificados na história recente do Tubarão da Barra. Agora no Goiás, é muito provável que Julinho Camargo passe a ter sua competência reconhecida em âmbito nacional, abrindo mercado periodicamente nos principais times do país. Recorde abaixo o vídeo com a primeira entrevista do treinador gaúcho, há exatamente dois anos, em sua passagem pelo Ferroviário Atlético Clube.