PRIMEIRO JOGO NO CASTELÃO NESSE SÉCULO CONTRA O MARANGUAPE

Ferroviário Atlético Clube em 2002. Em pé: Clytts Jones, Adriano Cearense, Dino, Kélson, Lopes e Zezinho. Agachados: Junior Cearense, Arildo, Guedinho, Édio, João Marcelo e Danilo

Esse foi o time que entrou em campo no Castelão, no dia 6 de julho de 2002, para enfrentar o Maranguape pelo 3º turno do campeonato cearense daquele ano. O jogo terminou 4×3 para o Tubarão da Barra e marcou o retorno do time coral ao principal estádio da capital cearense, depois de dois anos em completa reforma. Mais que isso, aquela partida foi a primeira do Ferroviário Atlético Clube no Castelão no Século XXI. O time era treinado pelo emergente Flávio Araújo e formou naquele dia com Zezinho, Arildo, Dino, Lopes e João Marcelo; Édio, Adriano Cearense, Junior Cearense e Danilo; Kélson (Marcos Roberto) e Guedinho. O Maranguape, do técnico Argeu dos Santos, perdeu com Samuel, Isaac, Robson, Leilson e Sérgio; Claudeci, Pantera, Maradona e Reginaldo França; Nozinho e Anderson (Wislei). Almeida Filho foi o árbitro do jogo. No ano seguinte, a base dessa equipe sagrou-se vice campeã estadual. João Marcelo, lateral esquerdo da formação bicampeã cearense em 1995, retornou para o time coral nessa temporada e fez boas partidas. O rápido Guedinho era o xodó da torcida e, no alto de seus 68 gols marcados com a camisa do Ferrão, é até hoje o nono maior artilheiro da nossa história. Já o atacante Kélson, ainda no início de carreira, era filho do ex-zagueiro Israel, que jogou no Ferroviário entre 1983 e 1984. Quando jogava no Brasil de Pelotas, já em 2009, Kélson estava no ônibus que sofreu um grave acidente no interior gaúcho e vitimou três membros da delegação, entre eles dois jogadores que enfrentaram o próprio Ferrão em jogos válidos pelo campeonato brasileiro de 2006. 

GOLAÇO DE REGINALDO FRANÇA CONTRA O RIVER AOS 49 MINUTOS

Matéria de jornal sobre a grande vitória do Ferroviário no Campeonato Brasileiro de 2002

Lembra do golaço do Reginaldo França contra o River/PI aos 49 minutos do segundo tempo? Apelidado pelo treinador Danilo Augusto como “Gol de Deus“, o lance, acontecido há exatos 18 anos, foi de uma beleza plástica indescritível. O jogo valia pelas oitavas de final da Série C do Campeonato Brasileiro de 2002. Depois de perder o primeiro confronto por 3×2 em Teresina, o Ferroviário precisava vencer por dois gols de diferença para obter a classificação. O time coral vencia por 1×0, gol de Danilo, e a decisão da vaga ia para os pênaltis, quando o árbitro Alberto Batista Carvalho anunciou cinco minutos de acréscimos. Praticamente no último lance da partida, realizada no PV diante de 2.624 pagantes, o Tubarão da Barra teve um escanteio a seu favor, cobrado por Arildo. Na sequência do lance, o ex-coral Jorge Luiz rebateu a bola pra fora da área e ela caiu nos pés de Reginaldo França, que marcou o tento da classificação. Após o golaço, os torcedores corais foram ao delírio e o jogo logo acabou. Naquele domingo, o time coral formou com Ivanoé, Aírton (Arildo), Marcos Aurélio (Cícero César), Puma e Helinho; Édio, Ricardo Baiano, Danilo e Reginaldo França; Serrinha (Gil Bala) e Guedinho. O time piauiense jogou com Jorge Luiz, Niel, Rauli, Venício e Buiú (Matoso); Jó, Garrinchinha, Esquerdinha (Rondineli) e Lira; Wágner e Mairan (Joniel). Na continuidade da competição, o Ferroviário enfrentou o Nacional de Manaus e foi eliminado nas quartas de final. Abaixo, o próprio Reginaldo França recorda aquele golaço sensacional em áudio especialmente gravado para o Almanaque do Ferrão, falando do lance propriamente dito e das curiosas orientações que recebeu do treinador e do diretor Emanuel Brasileiro na borda do campo antes do lance decisivo.

ARGEU DOS SANTOS SE FOI MAS DEIXOU UMA MARCA HISTÓRICA

Treinador Argeu dos Santos em foto comandando o Ferroviário no campeonato cearense de 1998

Não poderíamos deixar de registrar as condolências pelo falecimento do ex-treinador Argeu dos Santos. Na imagem acima é possível ver o então técnico coral no comando da equipe vice-campeã cearense de 1998. Argeu faleceu nesse mês de outubro depois de lutar muito tempo contra um câncer de próstata. Depois de passagens gloriosas como zagueiro de Ceará e Fortaleza, Argeu chegou pela primeira vez no Ferroviário como jogador para disputar o campeonato cearense de 1993. Já veterano, fez parte de um elenco fraco e esteve na zaga coral, ao lado de Evilásio, na vexatória derrota por 9×1 para o Ceará em fevereiro daquele ano. Foram apenas 11 jogos com a camisa coral em três meses de clube. Cinco anos depois, retornou como técnico do Ferrão e levou sua equipe ao vice campeonato estadual de 1998, tendo ainda uma polêmica passagem na temporada de 2002 durante apenas dois jogos no campeonato brasileiro da Série C. Após vencer River/PI e Maranhão/MA, ambos fora de casa, foi demitido da equipe por problemas na viagem de retorno de São Luis para Fortaleza. Comandou o Ferrão em 49 partidas, sendo 31 vitórias, 9 empates e 9 derrotas, o que lhe valeu a expressiva performance histórica de 63% de resultados vitoriosos enquanto esteve à beira do gramado no comando coral. Sem dúvida, um percentual bastante positivo, poucas vezes visto no esporte, que só evidencia as qualidades que Argeu dos Santos teve enquanto treinador de futebol. Que sua alma possa descansar eternamente.

VOCÊ SABE POR ONDE ANDA O CENTROAVANTE JÚNIOR JARDEL?

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Júnior Jardel: novo reforço do Inter/Santa Maria

Lembra do centroavante Júnior Jardel? Ele defendeu o Ferroviário entre 2002 e 2003, vestindo a camisa do time profissional em apenas 13 partidas e assinalando 8 gols. Ele é irmão do ex-atacante Jardel e por isso levou o nome do irmão famoso em sua alcunha futebolística. Porém, seu nome correto é César Ribeiro Júnior. Fique sabendo que ele é um dos cinco novos reforços do Internacional de Santa Maria para as disputas da segunda divisão do campeonato gaúcho. Segundo o site do jornalista cearense Victor Hannover, o ex-centroavante do Ferrão disputou quase oito temporadas no futebol português e agora está de volta ao Brasil. Aos 32 anos de idade, Júnior Jardel quer voltar a marcar gols em solo nacional e ajudar a tradicional equipe de Santa Maria a retornar à elite do futebol do Rio Grande do Sul, terra onde o irmão é deputado estadual. Nos tempos de Ferrão, ele estreou no dia 29/5/2002, no PV, numa goleada em cima do Tiradentes por 4×1, porém seu primeiro gol com o manto coral numa partida oficial aconteceu somente em 02/2/2003, no Estádio Serjão, em Boa Viagem, num empate em 2×2 com o time da casa. A partida mais emblemática de Júnior Jardel pelo Ferroviário aconteceu um mês depois, em 16/3/2003, no Elzir Cabral, quando marcou os 2 gols do Tubarão da Barra na vitória por 2×0 em cima do Limoeiro, resultado que colocou o Ferrão na semifinal do segundo turno do campeonato estadual. Uma semana depois, foi vice-campeão cearense após um revés no Castelão, por 2×1, para o Fortaleza, exatamente o último jogo que Júnior Jardel fez pelo time coral.

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Novos reforços do Internacional de Santa Maria: Giuliano, Vinícius, Júnior Jardel, Tinga e Athos

A NOITE QUE O FERRÃO FECHOU O CAIXÃO DO PRESIDENTE ADVERSÁRIO

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Justino Oliveira Filho teve que entrar no caixão

O futebol e seus casos pitorescos, aquele tipo de assunto que você conta e ninguém acredita. Pois saibam que o Ferroviário já fechou o caixão do Sr. Justino Oliveira Filho na noite de 4 de outubro de 2002, portanto há exatos 13 anos. Ele era o presidente do Tocantins Esporte Clube, time do interior maranhense que cruzou com o Ferrão na 2ª fase do campeonato brasileiro da Série C daquela temporada. No jogo de ida realizado no Estádio Bine Sabbag, na cidade de Santa Inês, o confiante dirigente apostou que entraria dentro de um caixão caso seu time perdesse dentro de casa. O atacante Guedinho fez 2 gols e o time coral venceu por 2×1. Como promessa é dívida, não se sabe de onde surgiu um caixão no estádio e Justino Filho cumpriu o prometido para delírio de apenas 80 pessoas que pagaram para ver o jogo. Dizem as más línguas que Justino era proprietário de uma funerária e usou o fato para promover sua marca. Sabe-se lá.

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Guedinho e Danilo

Estamos falando do jogo 3.007 da história do Ferroviário. Após o confronto e a vergonha gerada para o presidente, o técnico Estevão Leão foi dispensado e o próprio Justino Oliveira Filho dirigiu a equipe maranhense no jogo de volta, ocasião em que o Tocantins/MA tomou de 7×0 no PV. Sob o comando de Danilo Augusto, o Ferrão atuou no confronto macabro de Santa Inês com Ivanoé, Aírton, Marcos Aurélio, Puma e Helinho; Édio, Ricardo Baiano, Adriano Cearense (Ivanildo) e Danilo (Reginaldo França); Serrinha (Nissinho) e Guedinho. Por sua vez, o adversário formou com Leandro, Orlando, Ricardo, Carlinhos e Nogueira; Washington, André, Wágner e Marquinhos; Alan e Cléber. Depois dos maranhenses, o Ferroviário ainda passou pelo Ríver/PI na terceira fase da competição, mas caiu nas quartas de final para o Nacional/AM. Aquela Série C rendeu um sabor amargo de desclassificação quando tudo levava a crer que o time coral tinha potencial para conseguir o acesso. Rendeu também várias histórias, entre elas a da hilária noite que o Tubarão da Barra fechou o caixão do presidente adversário.