O COREANO DA BARRA QUE JOGOU DUAS COPAS DO MUNDO

Lee Chun-soo: jogador da Coréia do Sul que esteve alojado no Ferroviário na temporada de 1996

O saudoso supervisor Chicão ficou todo orgulhoso quando viu o garoto na TV em pleno jogo de Copa do Mundo. O ano era 2002 e a Coréia do Sul fazia bonito na competição disputada em seu próprio território. No ataque do time vermelho, o garoto Lee Chun-soo merecia o olhar especial de Chicão. Seis anos antes, o coreano havia passado dois meses na Barra do Ceará, onde treinava com o elenco coral. Na ocasião, dois coreanos e três japoneses faziam estágio no Ferroviário, que era treinado por Mirandinha em seu primeiro trabalho como técnico. Os orientais tinham entre 15 e 17 anos de idade e pagaram 500 dólares, cada um, para utilizar as dependências corais durante o estágio. Inicialmente, referido programa de desenvolvimento seria no Palmeiras de São João da Boa Vista, porém a fama e importância do famoso Mirandinha acabou atraindo os garotos para a Barra do Ceará. No Ferrão, Lee Chun-soo era carinhosamente chamado de Tutia. Ele jogou as Copas de 2002 e 2006 pela Coréia do Sul. Na Alemanha, em 2006, de cabelo descolorido, marcou um gol contra Togo. Jogou ainda as Olímpiadas de 2000 e 2004. Lee se aposentou em 2015, defendendo o Incheon United de seu país, depois de atuar também em equipes da Holanda, Espanha e Arábia Saudita. Na Copa do Mundo de 2022, Brasil e Coréia do Sul são adversários nas oitavas de final e certamente o coração de Lee penderá para seu país, porém sem nunca esquecer os dias de aprendizado e gratidão no futebol brasileiro, mais especificamente na Barra do Ceará, no Ferroviário de Chicão e Mirandinha. Abaixo, confira o vídeo com o belo gol de Lee Chun-soo na Copa de 2006, de falta, o primeiro na vitória por 2×1 em cima da Seleção de Togo.

VITÓRIA EM QUIXADÁ QUE GARANTIU O 3º TURNO EM 1996

Vale a pena conferir o vídeo acima. O material resgata imagens raras da TVC com os gols e a comemoração coral após uma vitória no Estádio Abilhão em Quixadá. A narração é de Luiz Carlos Amaral. O time da casa tinha uma boa onzena e chegou à final do 3º turno do Campeonato Cearense contra o Ferrão. No primeiro jogo, vitória coral por 2×1 no PV. Na segunda partida, fora de casa, o Tubarão da Barra fez 3×1 no placar e carimbou o passaporte para disputar a final da competição contra o Ceará, equipe vencedora dos dois primeiros turnos. Treinado por Danilo Augusto, o Ferrão venceu com Jorge Luiz, Biriba, Batista, Santos e João Marcelo; Alencar, Paulo Adriano, Sílvio César e Clayton (Gibi); Robério (Borges) e Cantareli (Esquerdinha). A equipe da terra da galinha choca perdeu com Ivan, Aírton, André, Eudes (Neto) e Astênio; Robertinho, Cabal, Toninho (Igor) e Maurim; Chico Pita e Somar (Régis). O técnico adversário era Argeu dos Santos. Luis Vieira Vilanova apitou a partida diante de 2.904 pessoas no Abilhão. Robério, André (contra) e Borges fizeram para o Ferrão, enquanto Cabal descontou para o Quixadá. No jogo seguinte, o time coral batia o Ceará por 1×0 e alimentava o sonho do tricampeonato estadual, forçando a realização de dois jogos extras contra o alvinegro. Por muito pouco, o tri não chegou para a Barra do Ceará. Os acontecimentos extra-campo nas duas semanas seguintes selaram a ida da taça para Porangabuçu, mas isso é assunto para outra postagem qualquer dia desses.

EMPATE COM O GUARANY EM SOBRAL NA TEMPORADA DE 1996

O vídeo acima é o resgate dos melhores momentos de um jogo do Ferroviário pelo Campeonato Cearense de 1996. Corria o 3º Turno da competição, no dia 9 de Junho, e o Guarany, jogando em seus domínios, abriu o placar com o centroavante Mano. O artilheiro Robério empatou para o Tubarão da Barra no segundo tempo. No final do vídeo, podemos conferir entrevistas com o volante Rutênio, cria do próprio Ferroviário, porém emprestado ao Cacique do Vale, e de Luiz Torquato, presidente do Guarany, que declarou ter sido o Ferrão muito superior dentro de campo. A partida teve César Augusto na arbitragem e o Ferroviário formou com Jorge Luiz, Biriba (Borges), Batista, Santos e João Marcelo; Paulo Adriano (Gibi), Silvio César, Marquinhos e Clayton; Robério e Esquerdinha. Danilo Augusto era o técnico coral. Por sua vez, treinado por Teco Teco, o Guarany jogou com Batista, Jadilson (Eraldo), Joãozinho, César e Erandy; Toninho Barrote, Rutênio e Márcio Silva; Lalá, Mano e Léo (Cristiano). Na sequência do campeonato, o Ferroviário Atlético Clube sagrou-se campeão do 3º turno, fazendo a final em dois jogos contra o Quixadá. A conquista qualificou o time coral para a final da competição contra o Ceará.

FOTO DO FERRÃO EM JOGO DECISIVO NO 1º TURNO DO ESTADUAL DE 1996

Ferroviário Atlético Clube na temporada de 1996 – Em pé: Celso, Dilino, Wálter, Sílvio César e Batista; Agachados: Marquinhos, Odair, Reginaldo, João Marcelo, Cantareli e Clayton

O registro fotográfico acima tem sua dose de raridade. Mostra a onzena do Ferroviário que entrou em campo para um jogo de quartas de final no 1º turno do campeonato cearense de 1996. O jogo foi contra o Ceará e aconteceu no PV. A imagem traz o time coral escalado com o goleiro Celso, que fez apenas dez partidas pelo Tubarão da Barra. Ele chegou procedente do futebol maranhense e participou como titular dos dois primeiros turnos da competição. Depois, ele foi embora e cedeu seu lugar para o bicampeão Jorge Luiz. Depois de um 0x0 no tempo normal e na prorrogação, o Ceará teve mais sorte na disputas de pênalti e venceu por 8×7. O zagueiro Dilino chutou a bola na trave em sua cobrança. O destaque da equipe era o meia Clayton, que veio para o Ferroviário como contrapartida da negociação de venda do volante Ricardo Lima para o Mogi Mirim/SP. Esse time tinha o famoso Mirandinha em seu primeiro trabalho na função de treinador, ele que começou a temporada como jogador. Ao final do certame, as duas equipes decidiram o título e o alvinegro tirou o sonhado tricampeonato do Ferroviário em mais uma decisão eletrizante no futebol cearense.

MIRANDINHA ENFRENTA PROBLEMAS E RECEBE APOIO EM PROGRAMA DE TV

Cria do Ferroviário Atlético Clube, onde despontou nas bases do clube na temporada de 1977, o ex-atacante Mirandinha vive um momento delicado em sua vida pessoal, o que o levou a participar recentemente de um programa na Rede Bandeirantes de Televisão. No vídeo acima, extraído da programação de audiência nacional, ele expôs suas dificuldades e recebeu apoio profissional e financeiro de patrocinadores da emissora. Mirandinha defendeu a equipe principal do Ferrão na segunda metade da década de 1970 e também, em seu retorno, na temporada de 1996, quando assinalou seu último gol no futebol. Ao pendurar as chuteiras, assumiu a condição de treinador do Ferroviário naquele mesmo ano. Ao todo, foram 18 partidas e 13 gols com a camisa coral em jogos da equipe profissional. Como técnico, Mirandinha comandou o Ferrão à beira do campo em 26 partidas, sendo 8 vitórias, 9 empates e 9 derrotas. Infelizmente, trata-se de mais um grande nome do futebol brasileiro do passado que enfrenta dificuldades no presente. Que Mirandinha vença mais essa série de dificuldades.

ADVERSÁRIO INÉDITO PARA O JOGO 3.600 DA HISTÓRIA DO FERROVIÁRIO

Ferroviário alcança essa marca na noite de hoje em confronto inédito contra o Vila Nova de Goiás

O Ferroviário Atlético Clube entra em campo hoje à noite para fazer novamente história! Depois de quase 85 anos depois de fundado, o time coral fará a partida de número 3.600 em toda sua existência e com um adversário mais que especial já que pela primeira vez em todas as décadas já vividas, o Ferrão enfrenta o Vila Nova/GO. Além do ineditismo do adversário, o confronto traz outro detalhe inédito no caminho do Tubarão da Barra: o jogo é válido pela terceira fase da Copa do Brasil. É a primeira vez que o clube coral alcança esse estágio da competição. O primeiro jogo é Fortaleza e a partida de volta acontecerá no dia 15 de março em Goiânia, cidade na qual o Ferrão já atuou em duas oportunidades: 1989 e 1996, ambas pela Copa do Brasil, só que contra o Goiás/GO, adversário tradicional do Vila Nova no futebol goiano.

ÚLTIMO GOL DE MIRANDINHA NA ESTREIA CORAL DE 20 ANOS ATRÁS

O Ferroviário estreou no campeonato cearense de 1996 acalentando a conquista do tricampeonato. Era só o que se falava no futebol alencarino. O Almanaque do Ferrão resgata no vídeo acima a estreia coral na competição, no dia 11 de fevereiro daquele ano, jogando contra o Uruburetama no Estádio Antônio de Paula Santos. Foi a partida 2.621 da história coral e marcou o último gol do atacante Mirandinha com a camisa do Tubarão da Barra, ele que havia regressado ao clube para encerrar sua carreira naquela temporada. Não fosse a falha clamorosa do goleiro Birigui no final do jogo, o Ferrão teria conquistado uma vitória de virada atuando fora de casa contra a chamada ´Banana Mecânica`.

Mirandatecnco

Mirandinha: de jogador à técnico

Treinado pelo bicampeão Ramon Ramos, o Ferroviário estreou em busca do Tri com o futebol de Birigui, Biriba, Batista, Santos e João Marcelo; Sílvio César, Odair, Clayton (Marquinhos) e Gibi (Esquerdinha); Dias (Mirandinha) e Reginaldo. Já o Uruburetama, treinado pelo ex-lateral coral Paulo Maurício, jogou com Potiguara, Paulo Santos, Robinho, Valdercisio (Novinho) e Canhão; Chicão, Cilande, Marquinhos e Ednardo; Moisés e Itamar (Chiquinho). Dacildo Mourão apitou a partida diante de um público de 951 felizardos, que testemunharam o último gol de Mirandinha pelo time que o lançou no futebol cearense, pela primeira vez, na segunda metade dos anos 70. O volante Sílvio César, outro que já havia passado pelo Ferrão em anos anteriores, estava de volta e marcou o outro gol coral na partida. Menos de um mês depois, Mirandinha pendurou as chuteiras e passou a ser o treinador do Ferroviário dentro do campeonato cearense, iniciando assim um novo ciclo no futebol, função que voltou a exercer no próprio clube na temporada de 2011.

VITÓRIA DO FERRÃO EM CIMA DO RIVER/PI DENTRO DE TERESINA

O Almanaque do Ferrão resgata mais um jogo do time coral contra o River do Piauí. O vídeo acima mostra os melhores momentos da excelente vitória do Tubarão da Barra, fora de casa, em setembro de 1996, jogando no Estádio Lindolfo Monteiro em Teresina. O único gol do jogo foi marcado pelo baiano Esquerdinha, que fazia naquele ano sua última temporada na Barra do Ceará. A partida foi válida pela Série C do Campeonato Brasileiro e teve a arbitragem de Marcelo Bispo Nunes. O Ferroviário permaneceu na terceira divisão nacional até 2008, ano em que foi rebaixado para a Série D.

Treinado por Danilo Augusto, tradicional jogador do Ferrão na década de 70, o time coral venceu com Jorge Luiz, Biriba, Batista, Alencar e Garcia (Chiquinho); Paulo Adriano, Cleuber, Wálter e Basílio; Cantareli (Paulinho Paiakan) e Esquerdinha. O River perdeu com Guará, Laércio, Silva, Gladstone e Osmarildo (Preto); Pinto, Rondineli, Zezé e Bertinho; Pereira e Mairan. O técnico adversário era o conhecido Gringo. Os goleiros Jorge Luiz e Guará são irmãos e se enfrentaram diversas vezes em suas carreiras. Guará inclusive foi goleiro do próprio Ferroviário em 1991, antes da chegada de Jorge Luiz, o segundo camisa de Nº 1 que mais vezes defendeu a metal coral na história.