ADEMIR PATRÍCIO RECORDA SUA PASSAGEM PELO FUTEBOL

Na semana passada, o podcast “Mano a Mano” no YouTube entrevistou o ex-jogador Ademir Patrício diretamente de Santa Catarina. Entre 1990 e 1991, ele atuou no Ferroviário no total de 54 partidas. Foram 15 gols com a camisa coral no período. No bate-papo com os irmãos Daniel Sylvio e David Barboza, Ademir Patrício recorda sua passagem pelo futebol brasileiro, e em especial, seu período no futebol cearense onde defendeu também Ceará, Fortaleza e Tiradentes. O catarinense recorda o trio de sucesso que fez com os atacantes Magno e Jorge Veras no Ferrão, além de destacar na memória uma vitória contra o Fortaleza em que ele marcou o primeiro gol do jogo. Ademir Patrício conta também sobre o difícil momento que foi encontrar o corpo do ex-goleador Luizinho das Arábias em maio de 1989, quando ambos atuavam pelo Remo/PA. A conversa com ex-jogador do futebol cearense durou cerca de 90 minutos e vale a pena ser conferida pelo torcedor coral.

A RÁPIDA INCURSÃO DO CRAQUE AMILTON MELO PELA MÚSICA

Que ele foi um grande craque de bola, todo mundo sabe! Mas você tinha conhecimento ou lembrava que Amilton Melo teve uma rápida incursão pelo mundo da música? Foi no ano de 1990 que ele lançou o disco ´Forregue´, aproveitando um período da indústria musical que abria cada vez mais espaço global para ritmos como o forró e a lambada. Acima, eis a prova dessa raridade! Nesse mesmo ano, Amilton Melo decidiu voltar ao futebol profissional, depois de um hiato de mais de dez anos, defendendo o Calouros do Ar, já aos 40 anos de idade. No início da sua carreira, depois de retornar do Fluminense/RJ de Telê Santana, o craque fez história no Ferroviário, conquistando o título estadual de 1970 e formando uma dupla implacável com o pernambucano Paulo Velozo. O sucesso do atleta na Barra do Ceará foi tamanho, que Amilton Melo teve certa vez seu contrato renovado em plena Praça da Estação, defronte à sede da RFFSA, em meio a uma multidão de torcedores corais e com ampla cobertura radiofônica dos principais programas esportivos no fim de tarde. Depois, jogou ainda no Atlético/MG, novamente com Telê Santana, brilhando também no Fortaleza e no Ceará, onde encerrou a carreira precocemente, aos 29 anos de idade, por desejo próprio. Amilton Melo faleceu em 1997, porém deixou muitas lembranças no futebol, além de uma autobiografia e, como se vê, um disco de música popular.

FALECEU O GOLEIRO DO PRIMEIRO JOGO OFICIAL À NOITE NA BARRA

Registro do Globo Esporte no período em que Carlinhos era treinador de goleiros do Sergipe

Carlinhos faleceu no final do mês passado e foi mais uma vítima de Covid no Brasil. Ele aumentou a absurda marca de mais de 500 mil mortos verificados em território nacional e figura na lista de nomes como Marcelo Veiga e Dário, entre outros ex-jogadores corais vitimados pela doença. Foram apenas 4 jogos com a camisa do Ferrão no início dos anos 1990, quando chegou precedido de grande cartaz pelo fato de ser um arqueiro histórico do Central de Caruaru e por ter participado do elenco do Guarani de Campinas durante um período auspicioso da equipe paulista. Na Barra do Ceará, Carlinhos foi o titular da meta coral no primeiro jogo oficial realizado à noite no Estádio Elzir Cabral, contra o Tiradentes, na estreia do Campeonato Cearense de 1990. Depois, ele acabou amargando a reserva do paraibano Pedrinho na competição e deixou a equipe. Nascido em Caruaru, Antônio Carlos de Oliveira trabalhou em várias comissões técnicas como preparador de equipes nordestinas quando pendurou as luvas. Abaixo, cabe recordar uma matéria da TV Verdes Mares onde Carlinhos aparece como uma das opções para a meta coral. Descanse em paz.

AUXILIAR TÉCNICO DE FRANCISCO DIÁ JOGOU NO FERROVIÁRIO EM 1990

Ferroviário no dia 28/07/1990 na Barra – Em pé: Romildo, Eleusis, Osvaldo, Naldo, Gilmar Furtado e Toninho Barrote; Agachados: Magno, Junior Piripiri, Rogério Martins, Mazinho Loyola e Evilásio

Lembra do zagueiro Romildo? Ele é atualmente o auxiliar técnico do treinador Francisco Diá, que realiza bom trabalho no comando coral. Na temporada de 1990, Romildo foi zagueiro do Ferroviário e formou dupla de zaga em muitos jogos com Gilmar Furtado. Os jovens Eraldo, Eudes e Ernani, além dos experientes Luís Oliveira e Valdecy, foram também seus companheiros de posição naquele período. Oriundo do Náutico/PE, de onde chegou com o retrospecto de um bicampeonato pernambucano em 1988 e 1989, o potiguar Romildo Freire de Lima atuou em 22 jogos pelo Ferroviário entre março e novembro daquele ano, que acabou abrangendo o Campeonato Cearense de 1990 e, também, a disputa do 1º turno do Estadual de 1991, iniciado a partir de agosto de 1990 em razão de uma atrapalhada adaptação do calendário promovido pela Federação Cearense de Futebol. Na imagem acima, Romildo aparece ao lado do treinador de goleiros Giordano e do lateral direito Eleusis. O registro foi feito antes de um amistoso preparatório para o Campeonato Cearense de 1991, no dia 28 de julho de 1990, contra o Tiradentes. O Tubarão da Barra venceu o Tigre por 1×0, gol de Magno, em partida que ficou marcada pela participação recreativa do ídolo Mazinho Loyola, jogador pertencente ao São Paulo/SP, mas que, emprestado, acabara de sagrar-se campeão pernambucano pelo Santa Cruz/PE. De folga em Fortaleza, Mazinho jogou um tempo daquele amistoso e depois foi substituído por Ademir Patrício. O zagueiro Romildo era titular da equipe coral naquele momento e o registro fotográfico não deixa mentir. Depois que deixou o Ferrão, Romildo foi campeão potiguar no ano seguinte pelo América/RN. Jogou ainda no ABC/RN, onde foi pentacampeão estadual. Que a experiência de ganhar títulos dentro de campo possam fazê-lo também vitorioso em sua passagem pelo Ferrão ao lado de Diá.

REGISTRO DO FERROVIÁRIO NO SEGUNDO SEMESTRE DE 1990

Ferrão no segundo semestre de 1990 – Em pé: Robinson, Valdecy, Gilmar Furtado, Basílio, Junior Piripiri e Jaime. Agachados: Toninho Barrote, Ademir Patrício, Cantareli, Magno e Jorge Veras

O campeonato cearense de 1991 começou em agosto de 1990 e o seu 1º turno foi disputado até dezembro daquele ano, quando o Ferroviário perdeu a disputa final para o Fortaleza. Posteriormente, a competição foi retomada somente em junho de 1991 com mais três turnos na disputa. O registro histórico acima é do time base do Ferrão que ficou com a  segunda colocação no 1º turno do Estadual de 1991, há exatos trinta anos. Aquela formação contava com o retorno do goleiro Robinson, que após ser campeão pelo Ferrão em 1988, voltava ao time coral depois de boa passagem pelo futebol baiano. Para a temporada de 1991, ele acabou não permanecendo na Barra do Ceará e o piauiense Guará foi contratado para seu lugar. Robinson e Toninho Barrote eram os dois únicos remanescentes do brilhante título estadual de 1988. No dia 22 de dezembro de 1990, após um 0x0 contra o Fortaleza, no Castelão, o goleiro Robinson, um dos melhores da nossa história, fazia sua última partida com a camisa do Ferrão.

JARDEL É LEGENDÁRIO DO FERRÃO E LEGENDÁRIO DO FUTEBOL EUROPEU

Ex-atacante Mário Jardel estampa o oitavo copo da série ´Legendários` do Ferroviário em 2019

A direção de marketing do Ferrão anunciou o nome do ex-atacante Jardel como novo ´Legendário` na série de copos distribuídos nos jogos do clube na Série C nacional desse ano. Apesar de ter feitos poucas partidas com a camisa do nosso time profissional, o ex-centroavante é a cria das bases do estádio Elzir Cabral que mais sucesso alcançou no futebol mundial em todos os tempos, imortalizado na Europa por ter recebido duas vezes a ´Chuteira de Ouro`, troféu atribuído ao maior artilheiro da temporada no velho continente. No Ferrão, Jardel foi lançado no time profissional pelo treinador José Maria Paiva, no dia 25/8/1990, quando ainda não havia completado 17 anos de idade. No ano seguinte, após grande performance numa competição nacional de base, foi negociado com o Vasco/RJ e ganhou o mundo de forma espetacular depois de brilhar no Grêmio/RS, onde até hoje é lembrados por seu faro de artilheiro.

A série de copos colecionáveis do Ferroviário já chega a seu oitavo número e traz Mário Jardel

Dez anos atrás, antes de pendurar as chuteiras, Jardel voltou ao Ferroviário gerando muita empolgação na ocasião. De forma completamente inédita, a apresentação do filho pródigo aconteceu em rede de televisão para todo o Estado do Ceará, ao vivo, durante a transmissão pela TV Verdes Mares do jogo Icasa 3×4 Ferroviário, no dia 1° de fevereiro de 2009. Jardel vestiu a camisa coral no ar e anunciou seu retorno, convocando o torcedor coral para sua volta triunfal de helicóptero, três dias depois, no Elzir Cabral, num dos momentos mais emblemáticos do futebol cearense em todos os tempos. Cerca de um mês depois, após intensiva preparação física, em um Estádio Elzir Cabral completamente lotado, Jardel entrou aos 28 minutos do segundo tempo e voltou a vestir a camisa coral depois de 18 anos. Aos 37 minutos, após cruzamento da direita, a bola chegou no peito do centroavante, que tirou a marcação do zagueiro e, com uma facilidade impressionante, chutou por cobertura, marcando um golaço, naquele que foi o seu primeiro gol no profissional do Ferrão. A volta de Jardel ao time que o projetou teve repercussão mundial, principalmente em Portugal, onde foi ídolo das torcidas do Porto e do Sporting de Lisboa. Pra rememorar a grandeza daquele momento, o Almanaque do Ferrão reproduz abaixo o vídeo daquele belo gol e toda emoção do momento em matéria do Globo Esporte nacional no dia seguinte.

ARTILHEIRO CACAU INFORMA QUE SEUS GOLS ESTÃO NO YOUTUBE

Em julho do ano passado, ele mereceu uma postagem especial no Almanaque do Ferrão quando descobrimos o paradeiro do artilheiro Cacau, goleador do Ferroviário na edição do campeonato cearense há exatos trinta anos. Agora, ele avisa que seus gols caíram no YouTube e vale a pena dar uma conferida no vídeo acima. A partir do terceiro minuto da compilação, só há gols pelo Ferroviário! São memoráveis gols nas temporadas de 1989 e 1990, inclusive os quatro que ele marcou na partida que representou a inauguração do estádio Elzir Cabral para jogos oficiais, no dia 19 de março de 1989, contra o Guarani de Juazeiro. Aquele jogo é até hoje a maior lotação do estádio coral em todos os tempos, com torcedores postados até mesmo em cima dos alojamentos da base atrás do gol. Não perca tempo! Aperte o play e deleite-se com onze minutos de muitos dos 35 gols que Cacau marcou com a camisa coral.

RECORDE UM GRANDE CLÁSSICO DA CORES DISPUTADO EM 1990

Já que hoje tem mais uma edição do famoso ´Clássico das Cores`, que tal recordar um jogão entre Ferroviário e Fortaleza que ficou no passado? Voltamos para um domingo, como hoje, só que no dia 2 de dezembro de 1990. Confira no vídeo acima os melhores momentos e entrevista de uma vitória sensacional em cima do Leão. O jogo foi duro, o Fortaleza dominava, mas nos quinze minutos finais o Ferrão botou as unhas de fora e marcou dois gols por intermédio de Ademir Patrício e Magno. Era a partida 2.356 da história do Ferroviário, válida pelo hexagonal decisivo do 1º turno do Estadual de 1991, que começou antecipadamente no segundo semestre de 1990. Treinado por Humberto Maia, o experiente time do Tubarão da Barra venceu com Robinson, Jaime, Valdecy, Celso Gavião e Nílton; Toninho Barrote, Basílio (Júnior Piripiri), Jacinto (Ademir Patrício) e Cantareli; Magno e Jorge Veras. Já o Fortaleza, do técnico Pedro Basílio, perdeu com Salvino, Expedito, Paulo Marcelo, Ronildo e Osmanir; Alberto, Alves, Eliézer e Aurélio (Marquinhos Paulista); Sílvio (Auro) e Julinho. Nunes Sales foi o árbitro do jogo, que teve um público de 6.000 pagantes. Dos jogadores que defenderam o Ferrão em 1990, o ex-atacante Jorge Veras, ídolo eterno do time coral, está novamente na Barra do Ceará depois de quase 11 anos. Ele é o auxiliar técnico do treinador Marcelo Vilar, outro que retorna ao Ferrão, onde foi treinador na temporada de 1999. Boa sorte para todos!

VITÓRIA, TAÇA, MINISTROS, LAMBADA E TUDO MAIS NO ESTÁDIO CASTELÃO

Recentemente, o estádio Castelão completou 43 anos de inauguração, porém isso pouco foi falado na mídia cearense. Em homenagem ao principal estádio de Fortaleza, batizado de Arena Castelão após grande reforma para a Copa do Mundo no Brasil, o Almanaque do Ferrão recupera acima as imagens de uma vitória coral que lhe valeu uma taça alusiva ao aniversário de 17 anos daquele equipamento esportivo. Aconteceu no dia 11 de novembro de 1990 e o adversário foi o Ceará pelo campeonato cearense do ano seguinte, que começou adiantado ainda em 1990, em razão da falta de calendário nacional para as equipes locais. Os gols do Ferrão foram de Gilmar Furtado, Ademir Patrício e Magno. Era a época da lambada como febre nacional e o centroavante coral arriscou uns passos com o lateral direito Jaime após a marcação do terceiro gol do Tubarão da Barra.

Zélia Cardoso de Mello e Bernardo Cabral: o que essa foto tem a ver com os gols do Ferroviário?

O jogo teve a arbitragem de Dacildo Mourão, que expulsou o meio campista Lira após falta em Toninho Barrote. Apenas 5.495 pagantes prestigiaram a partida no Castelão naquela tarde de domingo. Confira a escalação ofensiva do Ferroviário sob o comando do técnico Humberto Maia: Robinson, Jaime, Valdecy, Gilmar Furtado e Soares (Evilásio); Toninho Barrote, Cantareli e Basílio; Magno, Ademir Patrício (Jacinto) e Jorge Veras. O Ceará, do treinador Walmir Louruz, perdeu com Sérgio Monte, Caetano, Aírton, Oliveira Canindé e Paulo César; Carlos Alberto Borges, Gilmar Paggoto (Gerson Sodré) e Lira; Aloísio (Dadinho), Hélio e Claudemir. Aloísio foi o autor do gol alvinegro logo no início da partida. A vitória coral foi de virada e os três gols do Ferrão saíram ainda no primeiro tempo. Ao final do vídeo, assista entrevistas ainda no gramado com o jogadores Cantareli, Jorge Veras, Magno e Gilmar Furtado, que recebeu a taça como capitão. Na entrevista de Magno após o jogo, o polêmico atacante dedicou seu gol ao casal ´Bernardo Cabral e Zélia Cardoso de Mello`, ambos ministros do então governo do presidente Collor, que viviam um caso amoroso apesar dele ser casado, fato amplamente explorado pela imprensa na ocasião. Anos depois, ela tornou-se a esposa do saudoso simpatizante coral e consagrado humorista Chico Anysio. Tempo de um futebol nada politicamente correto.

PRIMEIRO JOGO OFICIAL NOTURNO NO ELZIR CABRAL FAZ ANIVERSÁRIO

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Imagem que mostra o sistema de refletores do Elzir Cabral na forma como foi inaugurado em 90

Hoje é aniversário do primeiro jogo oficial noturno na Barra do Ceará. Foi em 1990, exatamente no dia 27 de janeiro. Já mostramos por aqui a cerimônia de inauguração dos refletores, que contou inclusive com a presença de Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, porém nunca foi feito menção ao primeiro jogo oficial iluminado a partir daquele novo sistema. Ele aconteceu na partida inaugural do Estadual daquele ano e o Tiradentes foi o adversário. Surpreendentemente, o Tigre bateu o Tubarão por 1×0 dentro de seus domínios e estragou a festa do Ferroviário, que tinha várias novidades em sua equipe, entre elas a dupla Gilson Baiano e Rocha, artilheiros implacáveis no Treze/PB em 1989.

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Rocha: novo reforço para o Estadual 1990

Foi o jogo 2.317 da história coral, apitado por Luís Vieira Vila Nova, um dos árbitros mais famosos do futebol cearense e que foi lateral esquerdo do próprio Ferroviário no início dos anos 70. O gol do adversário foi marcado pelo veterano Ademir Patrício, que em seguida teve ótima passagem pelo Tubarão da Barra. Treinado pelo paulista Benê Ramos, o Ferrão jogou com Carlinhos, Everaldo, Luís Oliveira, Gilmar Furtado e Caetano; Toninho Barrote, Jacinto (Marcos Ubajara) e Gilson Baiano; Mardônio, Rocha e Mirandinha. O Tiradentes venceu com Albertino, Aírton, Batista, Joãozinho e Osmanir; Carlos (Flávio), Silmar e Modali; Aloísio, Ademir Patrício (Néo) e Marcelo. Aquele revés para o Tigre era apenas prenúncio das dificuldades que se seguiram durante o restante da competição e o Ferroviário só conseguiu a primeira vitória no Estadual em meados de março. A dupla Gilson Baiano e Rocha ficou pouco na Barra. Ambos viraram treinador após a aposentadoria nos gramados. Rocha faleceu em 30 de dezembro de 2007 na Bahia.