OS REFORÇOS DE ÚLTIMA HORA PARA A DIFÍCIL TEMPORADA DE 1984

Matéria de jornal anunciando a chegada do goleiro Carlinhos Baiano e do experiente lateral Olímpio

A temporada de 1984 foi bem complicada para o Ferroviário. Acima, vê-se o anúncio da chegada de dois novos reforços. Era agosto daquele ano, e o time coral já havia passado por maus momentos no Campeonato Cearense. O ex-jogador Serginho Redes começou o Estadual como técnico do Tubarão da Barra, sendo depois substituído pelo craque Betinho, que pendurou as chuteiras e assumiu o comando técnico por alguns jogos, até a chegada de Lucídio Pontes para as disputas do 2º turno. Os reforços acima foram treinados por Lucídio, mas os resultados não melhoraram dentro de campo. Nos bastidores, havia também uma crise política que culminou posteriormente com a renúncia do presidente José Lima de Queiroz. Apesar de bons valores no elenco como o experiente Ramon e o ótimo atacante potiguar Júnior Xavier, o Ferrão não se encontrou na temporada. O auxiliar técnico José Oliveira acabou a competição como técnico. Ao todo, o goleiro Carlinhos Baiano fez 14 jogos com a camisa coral e Olímpio atuou em 9 partidas. Ambos eram egressos do Central de Caruaru. Dos reforços solicitados por Lucídio Pontes, citados na matéria de jornal, apenas o lateral direito Gilmar foi contratado. Ele fez apenas 4 jogos pelo Ferrão.

GOL DE CARDOSINHO EM COBRANÇA DE FALTA CONTRA O AMÉRICA

No dia 23 de setembro de 1984, o Ferroviário bateu o América/CE por 1×0 em jogo válido pelo 2º turno do Campeonato Cearense. O gol foi marcado pelo atacante Cardosinho no segundo tempo da partida. A cobrança de falta do ex-jogador maranhense merece o devido destaque no aniversário de 36 anos daquela vitória, razão pela qual postamos acima o vídeo com o gol de belíssima feitura em cima do famoso goleiro Tarcísio Abelha. Treinado por José Oliveira, o Tubarão da Barra formou naquela partida com o futebol de Carlinhos Baiano, Tuca, Russo, Nilo e Edson; Doca, Wilson e Paulinho Lamparina; Júnior Xavier (Cardosinho), Orlando e Ramon (Escurinho). O treinador Arrupiado escalou o América com uma formação de jogadores rodados e experientes no futebol cearense: Tarcísio, Benone, Artur, Darci e Jair; Pinto, Ednardo e Magela; Luciano, Ivan e Evaldo. O jogo foi apitado por Gustavo Adolfo Maia, que depois virou analista de arbitragem, trabalhando em diversas rádios de Fortaleza. Um público de 1.472 pagantes foi ao PV. Em 2016, Cardosinho morava na França e o fato foi destacado em postagem aqui no blog. Atualmente, ele mora no Maranhão.

FOTO DO EX-ATACANTE RAMON NA BARRA NA TEMPORADA DE 1984

Ramon Ramos em seu período de jogador do Ferroviário com o pequeno Alyson Pereira

Que belíssima foto, não? No gramado do Elzir Cabral, em algum amistoso durante a temporada de 1984, os torcedores entravam livremente para falar e bater foto com os jogadores do clube. A imagem acima foi produzida pela família do então torcedor mirim Alysson Pereira, que posou ao lado de um dos destaques daquela equipe, o renomado atacante Ramon. Já em final de carreira, o ex-goleador do Santa Cruz/PE e do Vasco/RJ teve uma boa passagem como jogador do Ferrão naquela oportunidade. Foram 27 jogos e 18 gols marcados com a camisa coral entre maio e dezembro de 1984. No ano seguinte, Ramon pendurou as chuteiras no Brasília/DF e voltou ao Tubarão da Barra como auxiliar técnico de Caiçara e, posteriormente, de Erandy Pereira Montenegro. Ainda na condição de auxiliar técnico, dirigiu interinamente o Ferrão em 13 jogos no título estadual de 1988 e não perdeu nenhum. Posteriormente, já com o nome profissional de Ramon Ramos, assumiu um elenco campeão no início de 1995 e levou o Ferroviário ao bicampeonato estadual, comandando uma equipe memorável. Ramon Ramos deixou a Barra do Ceará no início de 1996. No cômputo geral, dirigiu o time coral em 87 jogos, obtendo 46 vitórias, 30 empates e apenas 11 derrotas. Ramon vive em Recife, de onde acompanha as notícias de seu ex-clube.

EMPATE CONTRA O ICASA NA ESTREIA DE BETINHO COMO TÉCNICO CORAL

Craque de bola nos anos 1980: Betinho

O pernambucano Betinho foi um dos maiores jogadores a vestir a camisa 10 do Ferrão. Depois de 83 jogos com a camisa coral, pouca gente lembra que ele pendurou as chuteiras e assumiu a função de treinador do Tubarão da Barra durante o campeonato cearense de 1984. Sua estreia na nova função aconteceu num sábado à tarde, mais precisamente no dia 9 de junho, contra o Icasa no Castelão. O jogou terminou empatado em 3×3. O ponta Cardosinho fez 2 gols para o Ferrão, porém o centroavante icasiano Chiquinho do Araras foi o artilheiro do jogo com 3 gols. O ex-coral Júlio se embananou todo no final da partida e teve a infelicidade de marcar contra sua própria cidadela, empatando o jogo diante de apenas 631 pagantes. O Ferrão foi à campo com Dário, Tuca, Israel, Nilo e Fraga; Doca (Ramon), Edson e Paulinho Lamparina; Cardosinho, Júnior Xavier e Foguinho (Gregório). O técnico Catolé formou o adversário com Jurandir, Nonato Ayres, Jeová, Júlio e Roner; Garrinchinha, Bodó e Amauri; Cícero (Ernilson), Chiquinho do Araras (Da Silva) e Esquerdinha. Na temporada seguinte, Chiquinho do Araras vestiu sem sucesso a camisa coral. Betinho mora em Recife e infelizmente tem enfrentado graves problemas de saúde nos últimos anos. Sua passagem pela Barra do Ceará foi simplesmente grandiosa e a torcida coral o tinha como ídolo, a prova disso é que o irmão mais novo do atual presidente do Ferroviário recebeu em homenagem o nome de batismo do craque Betinho ao nascer naquele período: Roberto Fontana Madeira. Abaixo, você confere os seis gols daquele jogou que marcou o início da curta passagem de Betinho como treinador. O arquivo em vídeo foi veiculado na época no famoso programa Gols do Fantástico da TV Globo e é um achado raro indicado pelo torcedor Charles Garrido, um dos maiores entusiastas corais e dono de uma memória prodigiosa em se tratando do passado coral.

ARTILHEIRO DO FUTEBOL EUROPEU FOI TAMBÉM MASCOTE DO FERRÃO

O retrato de hoje é especial. Voltamos à década de 1980, mais precisamente na temporada de 1984. Na imagem ao lado, vê-se o goleiro Dário ladeado por mascotes corais antes de uma partida no Castelão. Você consegue reconhecer algum desses garotos? Ao lado esquerdo do arqueiro coral, de camisa listrada, vemos um jovem mascote que se consagrou na década seguinte como um dos maiores artilheiros do futebol europeu. Trata-se de Jardel, que algumas vezes já mereceu postagens aqui no Almanaque do Ferrão. Filho de uma família que torcia pelo Ferroviário Atlético Clube, o então garoto Jardel, com apenas 11 anos de idade, entrou no gramado com o time profissional do Ferrão. Sete anos depois, o esguio atacante Jardel chamou a atenção do Vasco da Gama numa competição de base em que o Tubarão da Barra foi um dos destaques. O resto da trajetória de Mário Jardel todo mundo sabe, inclusive o desfecho de sua vitoriosa carreira, quando voltou ao Ferroviário descendo de helicóptero no gramado onde deu os primeiros passos no futebol brasileiro. A imagem acima é o início de tudo, uma verdadeira raridade.

DESCOBRIMOS POR ONDE ANDA O EX-PONTA DIREITA CARDOSINHO

Ex-atacante Cardosinho, que atuou no Ferrão entre 84 e 87, mora há quase trinta anos na Europa

Seu nome de batismo é Francisco Nascimento Macedo, mas foi com o nome de Cardosinho que ele fez a alegria das torcidas do Moto Clube/MA e do Ferrão. Maranhense nascido em 17/12/1960, atuava como ponta, uma das posições infelizmente extintas no futebol moderno. Jogava tanto pelo lado direito, como pelo esquerdo. Foram 112 jogos com a camisa coral no total, entre 1984 e 1987, com 26 gols marcados. Estreou no Tubarão da Barra num amistoso contra a Seleção de Mucuri, disputado no estadinho do Terra e Mar, em 15/4/1984. No dia 7/8/1987, despediu-se do Ferrão na derrota por 3×2 para o Fortaleza, no Castelão, uma sexta à noite que marcou a desclassificação coral no campeonato estadual daquela temporada. No ano seguinte, Cardosinho atravessou o Atlântico e foi jogar em Portugal. Nunca mais voltou. Parou como profissional faz tempo, mas até 2012 disputava regularmente o campeonato português amador para homens acima de 50 anos de idade. E já se vão quase três décadas na Europa.

Cardosinho em 1987

A partir de 2013, Cardosinho passou a viver uma nova experiência em sua vida profissional. Deixou Portugal, onde fixou residência, e foi trabalhar numa das regiões mais bonitas do velho continente, exatamente na região dos alpes franceses, onde sinal de Internet é coisa rara e complica bastante o contato com os familiares. Como hábito, não deixa a bola de lado, e quatro vezes por semana joga futebol com os colegas de trabalho na França. O ex-atacante coral tem um filho que há alguns anos busca a carreira do pai. Seu nome é Diego Macedo, ex-jogador do Braga de Portugal e que recentemente disputou a divisão de honra do futebol Francês pelo St-Leu D’esserent. Atualmente, faz estágio para se profissionalizar no Chambly F.C, também da França. Boa sorte pro filho! O pai, Cardosinho, já teve lances postados da temporada de 1987 aqui no blog, mas vale a pena repetir abaixo como homenagem o gol de falta que ele marcou no campeonato cearense de 1985, numa vitória de 1×0 em cima do Fortaleza. Já disponibilizamos também o áudio com um gol olímpico que ele marcou contra o mesmo adversário, em outra partida daquela competição, além de entrevistas de vestiário com a participação de Cardosinho diretamente do túnel do tempo. Vale a pena recordar cada uma dessas matérias antigas e compreender ainda mais o objetivo do Almanaque do Ferrão, que é o de não deixar, acima de tudo, que nomes como o de Cardosinho caiam no esquecimento da memória coral.

EX-JOGADOR É CRONISTA ESPORTIVO NO RIO GRANDE DO NORTE

Capa do blog `No Ataque´ escrito pelo ex-jogador Edmo Sinedino no Rio Grande do Norte

A curiosidade de hoje é sobre um ex-jogador que passou rapidamente pelo Ferroviário na temporada de 1984. Trata-se do meio campista Edmo, revelação do Alecrim de Natal, cedido na ocasião ao time coral paras as disputas do campeonato brasileiro e também do estadual cearense. Entre amistosos e jogos oficiais, foram apenas 6 apresentações de Edmo Sinedino de Oliveira com a camisa do Ferrão. Sua primeira partida foi na derrota para o Fluminense/RJ, no Estádio São Januário, por 2×0, em 29 de fevereiro de 1984. Seu sexto e último jogo foi justamente na estreia coral no campeonato cearense daquele ano, no dia 9 de maio, contra o Quixadá, empate em 0x0 no Castelão. Edmo retornou a Natal em seguida e foi protagonista de um grande feito no futebol nordestino, participando ativamente do bicampeonato do Alecrim/RN em 85 e 86, ocasião em que foi companheiro do zagueiro Lúcio Sabiá, um dos nomes mais conhecidos da história do Ferroviário. O ex-meia coral tornou-se cronista esportivo no Rio Grande do Norte após pendurar as chuteiras. Acompanhe abaixo a participação dele, ontem, no programa ´Jogo Rápido` da competente jornalista potiguar Camila Dantas. Nota-se que a habilidade de Edmo não era apenas com os pés, mas é até hoje com a cabeça e com as palavras ao comentar habitualmente os acontecimentos dos principais times do Rio Grande do Norte. Confira.

FERROVIÁRIO PODE VOLTAR A TER FORNECEDORA DE RESPEITO EM 2016

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Ferroviário em 1984: último ano da francesa Le Coq Sportif no vistoso material esportivo do clube

O Almanaque do Ferrão apurou que o Ferroviário pode fechar a qualquer momento com uma fornecedora de material esportivo de grande respeitabilidade no mercado. As negociações estão adiantadas e o clube pode voltar a ter uma parceira de alto nível, à exemplo do que ocorreu no passado quando chegou a ter a francesa Le Coq Sportif, entre 1982 e 1984, e as brasileiras Penalty, em 1997 e 1998, e Finta, de 2009 a 2010. Parece realmente que o clube abandonará as soluções caseiras e partirá para algo mais empolgante. A mudança de rumo se justifica na contratação de uma empresa paulista de marketing esportivo, a MP Sport, que chega ao clube com uma visão mais profissional em relação à práticas recentes, como em 2015, quando o Ferrão apresentou um dos uniformes mais extravagantes – para não usar o adjetivo ridículo – de sua história.

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Ferroviário em 1997: primeiro ano da conhecida Penalty no belo material esportivo do clube

Respeitando a famosa estratégia do sigilo nas negociações empresariais, o blog opta por não anunciar a marca que negocia atualmente com o Ferroviário, muito embora o nome já tenha vazado em algumas redes sociais. Marca em camisa não ganha jogo, mas não deixa de ser um bom começo para o início de uma nova gestão. O torcedor gosta de bons produtos e, nesse aspecto, a torcida coral tem se mostrado carente de opções interessantes ao longo dos anos. De repente, em termos de material esportivo, o clube pode retornar ao patamar de uma Le Coq Sportif, que enquanto vestiu o Ferrão, fornecia também material para o São Paulo/SP e para as seleções da França e da Argentina, ou a tradicional Penalty, parceira histórica de praticamente todos os times importantes do Brasil, além da própria Finta, que vestiu clubes de respeito no futebol brasileiro, entre eles o Botafogo/RJ no inesquecível título nacional no ano de 1995. Marca é marca, e algumas delas não se compra em bodega. Quem sabe, mais uma em breve na Barra do Ceará.

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Ferroviário em 2009: primeiro ano da simpática Finta no material esportivo do clube

TREINADOR NO BICAMPEONATO FOI TAMBÉM ARTILHEIRO NO FERRÃO

A última vez que o Ferroviário conquistou um campeonato cearense foi em 1995. Mês que vem, o maior jejum de títulos da história coral completa 20 anos. O treinador naquela inesquecível conquista era o pernambucano Ramon Ramos, um ex-atacante que vestiu a camisa de clubes importantes do futebol brasileiro. Pouca gente lembra que onze anos antes, aos 34 anos de idade, Ramon disputou o campeonato cearense de 1984 como jogador do Ferrão, onde comprovou seu faro de artilheiro marcando 18 gols em 27 partidas. O vídeo acima é um documentário sobre o ex-atleta e ex-treinador coral, no qual Ramon cita o Tubarão da Barra como o penúltimo clube em sua carreira e o primeiro trabalho como comandante técnico, iniciando a função como auxiliar de Caiçara, em 1985, no próprio Ferroviário. Se você quer saber um pouco mais sobre a trajetória no futebol daquele que entrou pra história como o treinador do bicampeonato coral, essa é uma excelente oportunidade. Vale a pena conferir porque o material é excelente.

QUANDO DOIS JOGADORES CORAIS BRILHARAM COMO LEWANDOWSKI

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Giancarlo: 5 gols em 2013

O polonês Robert Lewandowski foi o assunto da semana por ter marcado incríveis 5 gols numa mesma partida. Mais que isso, os 5 gols saíram exatamente em apenas 9 minutos do jogo em que o seu time, o Bayern de Munique, massacrou o Wolfsburg pelo campeonato alemão de futebol. O placar final apontou 5×1 e o famoso atacante saiu ovacionado pelo feito, o que convenhamos, não é uma coisa fácil de se ver atualmente. Trazendo o fato para o contexto do Ferroviário, apenas dois jogadores conseguiram algo semelhante em partidas oficiais: os atacantes Paulo César e Giancarlo, nas edições do campeonato cearense de 1978 e 2013, respectivamente. Tudo bem que Pacoti, em 1957, Lucinho, em 1968, Mirandinha, em 1977, e Ramon, em 1984, conseguiram feitos semelhantes, mas ocorreram em amistosos contra adversários menos relevantes.

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Matéria do Caderno 2 do jornal O Povo retratando os 5 gols do centroavante Paulo César

No dia 27/8/1978, o atacante Paulo César – o famoso papagaio – foi o primeiro coral a marcar 5 gols numa partida oficial. O fato aconteceu no PV num dia de domingo, contra o Calouros do Ar. Dois gols foram assinalados em cobrança de pênalti. Depois disso, precisou de quase 35 anos para o centroavante Giancarlo repetir o feito. Ele foi notícia no Brasil inteiro no dia 27/2/2013 ao marcar 5 gols na vitória coral de 7×2 em cima do São Benedito, um deles de pênalti, como você pode recordar no vídeo abaixo que eterniza os principais lances da partida. Os dois corais viveram um dia de Lewandowski, como se vê. Ou melhor, essa semana o polonês viveu um dia de Paulo César e Giancarlo, para ser mais preciso com a cronologia dos fatos. Aliás, o Ferroviário já chegou a vencer uma partida com 5 gols em apenas 9 minutos, mas isso aí é outro assunto e qualquer dia o Almanaque do Ferrão recupera essa história para o torcedor coral.