CANAL ALAGOANO RECORDA PRIMEIRO JOGO CORAL NO REI PELÉ

O Canal no YouTube “Futebol Alagoano Para Sempre“, do pesquisador Walter Luís, recorda hoje o primeiro jogo de um time cearense no Estádio Rei Pelé. Foi no dia 19 de Novembro de 1970 e envolveu a partida amistosa do Ferroviário contra o CSA de Maceió. Treinado por Alexandre Nepomuceno, o time coral formou naquela noite com o futebol de Aloísio Linhares, Esteves, Luiz Paes, Gomes e Eldo (Zezito); Edmar e Coca Cola; Dema (Mano) (Luciano Amorim), Simplício, Amilton Melo e Alísio. Comandado por Maglione Sales, o CSA ganhou com Zé Luiz, Ciro, Dida, Givanildo e Ednelson; Tadeu (Marco Antônio) e Dudu; Joacir, Gabriel (Ricardo), Jorge Bassú e Canhoteiro. Os gols foram de Alísio e Zé Luiz (contra) para o Ferrão, enquanto Gabriel, Tadeu e Jorge Bassú marcaram para o time alagoano. O gol da vitória do CSA saiu nos minutos finais da contenda. Vale a pena conferir o vídeo sobre essa partida que é considerada histórica, tanto para o Ferrão, quanto para o CSA. Além desse jogo, o vídeo apresenta um resumo histórico sobre os confrontos entre ambas as equipes e traz também uma narração rara do gol do CSA em cima do Ferroviário no primeiro embate considerado oficial entre os dois times. O vídeo foi produzido em alusão ao jogo CSA x Ferroviário, pela Copa do Nordeste, que acontece na data de hoje em Maceió.

FERRÃO VOLTA A ENFRENTAR O CSA DE ALAGOAS DEPOIS DE 42 ANOS

Raro registro fotográfico dos jogadores do Ferrão e do CSA no Rei Pelé na temporada de 1970

A última vez foi pelo Campeonato Brasileiro de 1981, no dia 7 de fevereiro daquele ano, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Naquela data, o Ferroviário foi até Alagoas e trouxe um ponto no empate em 0x0 com o CSA, em partida válida pela Série A. Depois de longos 42 anos, o maior hiato de jogos entre ambos na história, as duas equipes voltam a se enfrentar, dessa vez pela primeira fase da Copa do Nordeste. A partida acontece novamente no Rei Pelé e é apenas o sexto confronto entre os dois times em todos os tempos. Abaixo, você confere a relação de jogos anteriores entre Ferrão e CSA/AL:

Jogo 01: 15/08/1947 – Ferroviário 1×1 CSA – Amistoso – Presidente Vargas
Jogo 02: 15/06/1958 – Ferroviário 2×0 CSA – Amistoso – Presidente Vargas
Jogo 03: 19/11/1970 – CSA 3×2 Ferroviário – Amistoso – Rei Pelé
Jogo 04: 18/10/1979 – Ferroviário 1×1 CSA – Brasileiro Série A – Presidente Vargas
Jogo 05: 07/02/1981 – CSA 0x0 Ferroviário – Brasileiro Série A – Rei Pelé

Quando se fala de curiosidades do confronto entre cearenses e alagoanos, é sempre bom lembrar que o jogo de 1970 marcou a primeira vez de uma equipe cearense jogando no Estádio Rei Pelé, recém inaugurado. A partida deixou registrada uma lendária fotografia com os jogadores das duas equipes unidos no mesmo clique, destacada acima na postagem. A última vez que o Ferrão havia atuado no Rei Pelé aconteceu na temporada de 1992, contra o CRB/AL, pela Série C do Campeonato Brasileiro.

CRAQUE JACINTO RECORDA JOGO CONTRA O ASA-AL EM 1979

Logo após o título de Campeão Cearense de 1979, o Ferroviário iniciou as disputas do Campeonato Brasileiro daquele ano. Numa chave que tinha equipes como o Potiguar/RN, Fortaleza, CSA/AL, ABC/RN, entre outros, o Tubarão da Barra foi até Arapiraca enfrentar o bom time do Asa. Acima, o craque Jacinto, autor de um dos gols naquela memorável vitória coral por 2×0, recorda em áudio o grupo de atletas que conquistou aquele excelente resultado fora de casa. Jacinto aproveita ainda para desejar um Feliz 2023 para os torcedores corais, quando o Ferrão coincidentemente volta a enfrentar a equipe alagoana depois de 43 anos.

JOGO CONTRA O ASA É APENAS O SEGUNDO CONFRONTO NA HISTÓRIA

Primeiro jogo entre Ferroviário e ASA de Arapiraca aconteceu em outubro de 1979 pelo Brasileirão

O ano é 1979 e o Ferroviário disputava o tão sonhado Campeonato Brasileiro depois de longos anos de espera. O ASA de Arapiraca era um dos adversários da chave do Ferrão. Até hoje, o único confronto entre as duas equipes aconteceu no dia 14 de outubro daquele ano, justamente na cidade que ostentava o título de capital brasileira do fumo, no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, popularmente conhecido como Fumeirão. Arapiraca recebeu vários torcedores do Ferrão, que chegava com as credenciais de campeão cearense da temporada. No carro rumo à Alagoas, Vicente Monteiro, Zé Limeira e Valdemar Caracas seguiram juntos e contaram várias vezes as resenhas da inédita viagem. Trouxeram a vitória por 2×0, gols de Jacinto e Dedé, ambos marcados no 2º tempo. Treinado por César Moraes, o Tubarão da Barra venceu com Cícero, Nonato Ayres, Lúcio Sabiá (Jorge Luís) e Ricardo Fogueira; Jeová, Terto e Jacinto; Raulino (Doca), Dedé e Babá. O time alagoano, do treinador Alberto Menezes, jogou com Marco Antônio, Jorge Luiz, Zé Alberto, Geraldo e Hélio; Leônidas, Bio (Calu) e Marcos Itabaiana; Joãozinho, Freitas e Carioca (Esquerdinha). O árbitro gaúcho Carlos Sérgio Rosa Martins apitou o jogo. Ao final da tabela, o Ferrão não passou da 1ª fase, já o adversário conseguiu se classificar para a 2ª fase da competição após cinco vitórias consecutivas, o que colocou Arapiraca no centro das atenções do futebol brasileiro. Em 2023, agora pela fase preliminar da Copa do Nordeste, as duas equipes voltam a se enfrentar depois de 43 anos. Dessa vez, o jogo acontece em território coral, na cidade de Fortaleza, mais precisamente no Estádio Presidente Vargas.

PONTA ESQUERDA BABÁ EM ENTREVISTA NO YOUTUBE

O vídeo acima tem 22 minutos de duração. O entrevistado em destaque jogava com a camisa 11. Campeão Cearense pelo Ferroviário em 1979, o ponta esquerda Babá esteve afastado dos holofotes esportivos durante muitos anos, mas foi recentemente homenageado com uma entrevista no canal Maestros da Bola, conduzida pelo radialista João Paulo Quintela. Cria da base do Ceará, Babá foi de graça para o Ferrão após ser dispensado do alvinegro. Na Barra do Ceará, o atacante permaneceu durante o período compreendido entre 1976 e 1981. Foram 250 jogos e 31 gols marcados com a camisa coral, o que o coloca como o 14º jogador a mais vezes defender o clube na história. No vídeo acima, o carismático e querido Babá recorda o título estadual pelo Tubarão da Barra em 1979 e o gol que marcou no jogo decisivo contra o Fortaleza, além de uma série de outros detalhes sobre sua carreira e passagem em outros clubes do futebol nordestino. Atualmente, Francisco das Chagas Martins Viana, o ponta esquerda Babá, é aposentado, mora em Fortaleza e tem 67 anos de idade.

GUAYAQUIL SE DESPEDIU DO ETERNO ÍDOLO CORAL PAULO CÉSAR

A notícia circulou somente ontem no Brasil por intermédio do Sindicato dos Atletas Profissionais do Maranhão, mas o fato aconteceu na madrugada do último dia 4 de outubro. Apesar da bravura conhecida dentro dos gramados, Paulo César, ídolo coral e artilheiro do Campeonato Cearense de 1979, perdeu o jogo da vida depois de uma dura batalha contra o câncer. A cidade de Guayaquil, no Equador, chorou a morte de um dos brasileiros de maior sucesso no futebol equatoriano em toda a história. Conhecido por lá como La Bruja, Paulo César marcou mais de 100 gols na primeira divisão daquele país, se destacando principalmente pelo Barcelona, entre outras equipes tradicionais. Os torcedores equatorianos chegaram a ser convidados a colaborar com a família do ex-atleta para custear os altos gastos financeiros do tratamento e também de seu sepultamento, sendo realizado até uma rifa de uma camisa do Barcelona, autografada pelos principais ídolos do clube. Ele tinha 70 anos de idade e havia descoberto o câncer em meados desse ano.

Paulo César foi um dos maiores artilheiros que o futebol cearense conheceu. Foram 137 partidas com a camisa do Ferrão e 88 gols marcados entre 1978 e 1981. Após deixar o time coral, o eterno goleador foi jogar no Equador e não mais residiu no Brasil. Depois de vivenciar a tragédia de repentinamente ficar viúvo da cearense Fátima Santiago, seguiu a carreira para sustentar a filha Cristiane, de apenas 2 anos de idade, vindo depois a constituir uma nova família no exterior, porém perdendo completamente o contato com os familiares que deixou em Pernambuco que, por sua vez, chegaram a achar que ele havia falecido. Através de uma matéria do Almanaque do Ferrão, sua família tomou conhecimento do paradeiro de Paulo César e conseguiu retomar o contato num momento de grande emoção para todos os envolvidos. Na qualidade de um dos maiores goleadores da história coral, Paulo César mereceu postagens especiais aqui no blog diversas vezes e, na temporada de 2019, estampou um dos copos colecionáveis da série “Legendários” durante os jogos da Série C nacional. Conforme mostra o vídeo abaixo em sua memória, Paulo César foi o jogador mais querido do Barcelona de Guayaquil nos anos 1980. Seu nome estará sempre entre os grandes jogadores no Equador e, como não poderia deixar de ser, será sempre reverenciado pela extraordinária passagem pelo Ferroviário Atlético Clube.

ÁUDIO RARO COM GOLEADA CORAL E VOZ DO GOLEADOR PAULO CÉSAR

Eis mais uma raridade em áudio para posteridade aqui no blog. Na narração de Júlio Sales, pela Rádio Verdes Mares, o Ferrão meteu 5×0 no Fortaleza e conquistou o título do 2º turno do Campeonato Cearense de 1979. Em um dos gols, o repórter de campo coloca o microfone na boca do artilheiro Paulo César e capta a voz do ídolo coral, definida pelo experiente narrador como a “voz romântica” do futebol cearense. Ainda na cobertura radiofônica, o ex-árbitro Gilberto Ferreira fala o seu bordão “bota no centro que a bola foi dentro“. É possível ouvir ainda a voz dos setoristas Luiz Antônio e Bezerra de Menezes, além do comentarista José Santana. O nome do saudoso Blanchard Girão também é citado no áudio acima. Além de Paulo César, os gols do Tubarão da Barra foram marcados pelo zagueiro Celso Gavião e pelo atacante Raulino. O ídolo Paulo César reside no Equador desde os anos 1980 e Celso Gavião, apesar de paulista, fixou residência em Fortaleza após pendurar as chuteiras. Por sua vez, o amazonense Raulino faleceu em 2010, aos 55 anos de idade, vítima de problemas cardíacos. Ao final daquela temporada, o Ferrão conquistou brilhantemente o título estadual de 1979 e tirou o sonhado pentacampeonato do Ceará. Essa postagem é dedicada a José Rego Filho e Ruy do Ceará, que comandaram aquela conquista em termos diretivos e que atualmente enfrentam problemas de saúde.

MEIO CAMPISTA DOCA EM ENTREVISTA NO VESTIÁRIO CORAL

Meio campista Doca em entrevista no vestiário coral ladeado pelo ex-presidente Chateaubriand Arrais

O registro acima aconteceu após algum jogo do Ferroviário na temporada de 1979. O meio campista Doca, famoso jogador do elenco coral na ocasião, concedia entrevista para um repórter que vestia literalmente a camisa do próprio Ferroviário. Ao lado do jogador, vê-se o dirigente Chateaubriand Arrais, que havia sido presidente entre 1975 e 1977. Doca é o terceiro jogador que mais vezes defendeu a camisa coral, totalizando 338 partidas e 17 gols marcados. Seu nome de batismo é Pedro Assis de Souza, nascido em 10 de março de 1953. Doca chegou para o Ferrão na temporada de 1978 e permaneceu até 1985, atuando em todas as posições do meio campo, notadamente como volante na maior parte dos jogos. Oriundo do Quixadá/CE, o jogador fez sua primeira partida com a camisa do Tubarão da Barra no dia 06/04/1978 contra o América/CE, no Castelão, em jogo válido pelo 1º turno da Taça Waldemar Alcântara. Sua partida de despedida ocorreu no PV, no dia 20/12/1985, contra o Fortaleza, pelo Campeonato Cearense daquele ano. Doca conquistou um título estadual pelo Ferrão, em 1979, quando atuou em 42 jogos e marcou 2 gols.

FERRÃO VOLTA A ENFRENTAR UM TIME DE RONDÔNIA APÓS 42 ANOS

Em 1979 o Ferroviário esteve em Rondônia

O Porto Velho, equipe de futebol do Estado de Rondônia, é o adversário do Ferrão na Copa do Brasil de 2021. O jogo estava marcado para a capital rondoniense, mas a CBF transferiu o mando de campo para Goiânia em razão da elevadíssima incidência de Covid-19 em Porto Velho. Este será o quarto adversário rondoniense na história coral. Em 1979, o Tubarão da Barra fez uma excursão pela região norte do país e enfrentou na sequência as seguintes equipes de Rondônia: Ypiranga/RO, Moto Clube/RO e o campeão estadual Ferroviário/RO, vencendo os três jogos por 5×1, 5×0 e 2×1, respectivamente. A jovem revelação coral Carlos Brasília, cria das categorias de base, foi o grande destaque daqueles jogos realizados no Estado vizinho à Bolívia, assinalando 6 gols nas três partidas, que renderam a Taça Imprensa para a galeria de troféus do Ferroviário. Infelizmente, na temporada de 2021, o Tubarão não viajará para Rondônia novamente. A torcida fica para que mesmo jogando em Goiás, o time coral possa fazer mais uma vítima rondoniense e passar para a segunda fase da Copa do Brasil, o que renderá uma boa premiação financeira nos cofres do clube.

Atualização: O jogo marcado para o dia 18/03/2021 acabou sendo adiado para data futura também em razão da grave situação relacionada à Covid-19 em Goiânia.

CELSO GAVIÃO E SUAS MEMÓRIAS NO FERROVIÁRIO E NO PORTO

O vídeo acima foi editado a partir de uma entrevista concedida pelo ex-zagueiro Celso Gavião à jornalista Denise Santiago. Veiculado no programa Jogo Certo da TV Diário, em 2018, o ex-atleta coral falou de algumas recordações vitoriosas no futebol, entre elas, o título estadual no Tubarão da Barra, em 1979, e o título mundial no Porto, de Portugal, em 1987. Quando perguntado sobre ter marcado o gol do título pelo Ferrão em cima do Ceará, Celso não titubeou: “foi o gol do título“. Na prática, é verdade que não foi, visto que o título só foi confirmado após uma vitória por 3×0 em cima do Fortaleza, na rodada seguinte. Porém, o gol do Gavião foi de uma importância tamanha que é comumente referido como o ´gol do título`, dado o contexto de uma vitória maiúscula, histórica e totalmente improvável em termos de prognósticos naquele momento. Referida curiosidade é, inclusive, relatava no texto intitulado “Petardo do Gavião e Milagres do Capacete“, no recém-lançado livro `Crônicas Corais´, em alusão às atuações individuais do zagueiro Celso e do goleiro Cícero Capacete naquele memorável jogo contra o alvinegro, em setembro de 1979. Fica a dica de leitura.