FOTO HISTÓRICA DO GOL QUE ETERNIZOU UM RECORDE HÁ 50 ANOS

Foto histórica: o camisa 10 do Maguari chuta e sacramenta a marca de 1.295 minutos de Marcelino

A fotografia acima é um verdadeiro colírio de exatos 50 anos passados. Apesar de ser um gol marcado contra o Ferroviário, na trave do PV que fica para o lado do 23º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro, o ângulo frontal da imagem ilustra bem o lance da partida em que Ibsen, camisa 10 do Maguari, chuta e vence a atenção do goleiro Marcelino. A bola no fundo do gol é o retrato cruel do acontecimento: estava quebrada a sequência de quase 15 jogos sem sofrer gols do goleiro do Ferrão, perpetuando assim, a partir daquele momento, a marca histórica de 1.295 minutos que celebra seu cinquentenário nesse dia 10 de junho. Naquela data, um domingo de 1973, o Ferroviário sofria sua primeira derrota no Campeonato Cearense e Marcelino viu o sonho de quebrar o recorde de Jorge Reis cair por terra. Muito já foi escrito neste blog sobre o recorde do arqueiro coral, ele próprio já deu seu depoimento em áudio e vídeo sobre o lance, mas faltava uma imagem que fosse capaz de eternizar aquele instante. E ela estava guardada nas poeiras dos arquivos do Jornal O Povo durante todo esse tempo. No aniversário de 50 anos desse grande feito, parabéns Marcelino! Parabéns Ferroviário!

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FOTOGRAFIA ANTES DO JOGO QUE CRAVOU O RECORDE DE MARCELINO

Ferroviário Atlético Clube na tarde do dia 10 de Junho de 1973 – Em pé: Celso, Marcelino, Vicente, Ivan Silva, Cândido e Grilo; Agachados: Zé Dias, Luizinho, Amilton Melo, Simplício e Jeová.

A fotografia acima é raríssima e foi tirada cerca de 40 minutos antes de acontecer um fato histórico no futebol cearense. Utilizando uma camisa listrada com padrão um tanto quanto diferenciado, o Ferroviário entrou em campo no PV contra o Maguari e o goleiro Marcelino seguia para sua 15ª partida sem sofrer gols no Campeonato Cearense de 1973. Aos 35 minutos do 1º tempo, o ex-coral Ibsen marcou o primeiro gol do jogo e derrubou a invencibilidade de nosso arqueiro. Exatamente nessa semana, completamos 50 anos desse fato e até hoje, nenhum outro goleiro conseguiu derrubar a marca estabelecida de 1.295 minutos no futebol cearense. Em âmbito nacional, o feito de Marcelino persiste sendo a quarta melhor marca no Brasil e vasto material em vídeo e áudio já foi destacado aqui no blog nos últimos anos. O cinquentenário do feito de Marcelino tem recebido várias homenagens no meio desportivo, na Câmara Municipal de Fortaleza e até na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. O Ferroviário também reservou sua homenagem ao ex-goleiro exatamente para a semana de aniversário do grande recorde e o Almanaque do Ferrão preparou uma série de postagens para eternizar em detalhes o grande feito de Marcelino. De hoje até o dia 10 de Junho, data exata dos 50 anos do recorde, prepare-se para amplo conteúdo por aqui sobre esse assunto que muito orgulha o clube e o torcedor coral.

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O TIME DE 1969: UMA DAS MELHORES FORMAÇÕES DA NOSSA HISTÓRIA

Ferroviário Atlético Clube na temporada de 1969 – Agachados: Ribeiro, Luiz Paes, George, Gomes, Roberto Barra Limpa e Coca Cola; Agachados: Mano, Fernando Cônsul, Alcir, Edmar e Paraíba

Brilhante campeão invicto em 1968. Em 1970, uma equipe considerada inequecível. Faltou o título na temporada de 1969 – lembrada até hoje pela chegada do homem à lua – para termos um inédito tricampeonato. A fotografia acima recorda uma das boas formações daquele ano. Segundo o zagueiro Luiz Paes, “esse time era melhor que o de 1970“, mas acabou não sendo campeão porque muitas vezes o banco deixava a desejar em termos de opções. Outro fator que certamente contribuiu foi a questão do comando técnico. O Estadual começou com Moésio Gomes como treinador coral, mas o Ferrão teve ainda Luís Veras, que foi muito criticado numa derrota para o Ceará em que substituiu o craque Coca Cola pelo carioca Léo. O jogador Fernando Cônsul também teve sua participação como técnico naquela temporada, além de Esquerdinha, ex-atacante do Flamengo/RJ, Alexandre Nepomuceno e Artagnan Barbosa. Na imagem acima, destaque também para o goleiro George, ex-Calouros do Ar, que fez 46 partidas na meta coral naquele ano. Naquela época, alguns jogadores residiam numa sede localizada na Rua São Paulo, no Centro de Fortaleza. Luiz Paes, Gomes, Roberto Barra Lima, Coca Cola e Alcir eram alguns dos residentes. Fernando Cônsul também passou alguns dias por lá antes da esposa chegar do Rio de Janeiro. Ele era considerado um grande aglutinador e exemplo de liderança.

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PONTA ESQUERDA WANKS NO GRANDE FERROVIÁRIO DE 1994

Ferroviário Atlético Clube no início do Campeonato Cearense de 1994 – Em pé: Luís Sérgio, Nasa, Santos, Edgar, Branco e Batista; Agachados: Batistinha, Basílio, Acássio, Wanks e Cícero Ramalho

Wanks nasceu em Tauá, no interior cearense. Foi um jogador revelado pelo Ceará em meados da década de 1980 e chegou posteriormente a jogar no futebol paulista, mais precisamente na Portuguesa de Desportos. Em 1990, o jogador foi campeão no Santa Cruz/PE, comandado pelo conhecido técnico Erandy Pereira Montenegro, e tinha como companheiro no ataque, o também tauaense Mazinho Loyola, cria do Ferrão. No início de 1994, o experiente ponta esquerda foi uma das principais contratações para o Campeonato Cearense daquele ano, mas as coisas não andaram bem. Aos 29 anos de idade, Wanks fez apenas 4 jogos oficiais pelo Ferroviário e participou de alguns amistosos. O registro acima é do dia 3 de março de 1994, no PV, numa das poucas derrotas da equipe coral na temporada inteira. O algoz foi o Tiradentes e aquela se tratava apenas da segunda partida do certame estadual. O jogo marcou a estreia do experiente goleiro mineiro Luís Sérgio, ex-Sampaio Corrêa/MA. Após aquela derrota por 2×1, a temporada de 1994 transcorreu de forma auspiciosa para o Ferrão. O time foi campeão no início de dezembro. Como se nota, os Estaduais duravam praticamente o ano inteiro. Wanks permaneceu somente até maio.

FOTO DA RENOVAÇÃO DE CONTRATO DO CRAQUE NA PRAÇA DA ESTAÇÃO

Craque Amilton Melo renova seu contrato com o Ferroviário em 1971 em plena Praça da Estação

A foto rara acima aparece no documentário ‘Amilton Melo: Ídolo de Todos´ exibido para convidados no último final de semana em Fortaleza. O registro é do dia 3 de Maio de 1971 e Amilton Melo aparece em meio ao público na Praça da Estação, defronte ao estabelecimento onde se situava a sede da RFFSA em Fortaleza. O acontecimento que marcou a primeira renovação de contrato do craque com o Ferroviário foi comandado pelo presidente José Rego Filho e pelos diretores Telmo Bessa e Célio Pamplona. O fato ocorreu no fim da tarde para que os noticiários esportivos pudessem cobrir a boa nova ao vivo. À medida que a notícia se espalhava pelas ondas do rádio, mais curiosos correram para a Praça da Estação a fim de presenciar o fato. O atleta passaria a receber 1 mil Cruzeiros de salário e abocanhou luvas de 12 mil Cruzeiros pela renovação. Nervoso em meio ao público, Amilton Melo até esqueceu de pegar o pacote das mãos do tesoureiro Gilson Bruno com o dinheiro das luvas, só o fazendo posteriormente. Referida curiosidade, entre outras deliciosas histórias, foram devidamente contempladas no excelente documentário dirigido pelos craques Ciro Câmara e Vinicíus Bozzo.

FORMAÇÃO CORAL NO INÍCIO DO CAMPEONATO CEARENSE DE 1970

Ferroviário Atlético Clube em março de 1970 no Presidente Vargas – Em pé: Breno, Luiz Paes, Simplício, Marcelino, Gomes e Louro; Agachados: Mano, Paulo Velozo, Facó, Edmar e Zé Luiz

O registro acima mostra a onzena do Tubarão da Barra ainda no terceiro jogo da inesquecível campanha do Estadual de 1970. Depois de um empate na estreia com o Quixadá, fora de casa, em 0x0, e uma goleada em cima do América por 4×1, o Ferroviário recebia o Guarany de Sobral no PV. Mesmo com o apoio de 4.655 pagantes, o time coral não passou de um empate em 1×1 no placar. Edmilson abriu o escore para o time sobralense e o craque Coca Cola, que saiu do banco em substituição à Simplício, empatou o jogo. No decorrer da competição, que só foi encerrada do mês de outubro com o título coral, alguns jogadores importantes foram sendo agregados ao elenco, como o craque Amilton Melo, o atacante Alísio e o goleiro Aloísio Linhares. O Ferrão teve três treinadores na temporada: Fernando Cônsul, Alexandre Nepomuceno e o ex-atleta coral Vicente Trajano, que comandou a equipe interinamente em uma partida contra o Calouros do Ar. A inesquecível campanha coral teve 23 jogos ao todo e o zagueiro Gomes foi o único que atuou em todas as partidas. Entre os goleiros, o lendário Marcelino jogou 10 partidas e o já consagrado Aloísio Linhares esteve presente em 12 jogos. O jovem Neném defendeu o arco coral em um jogo daquela campanha. Na imagem, destaque também para os atacantes Facó e Zé Luiz, além do lateral Louro, cria do Fortaleza, que retornava ao futebol cearense depois de uma passagem pelo Corinthians/SP.

FOTOGRAFIA DOS JOGADORES QUE BATERAM O FLUMINENSE EM 1949

Ferrão em 1º de Janeiro de 1949 contra o Fluminense do Rio de Janeiro: Vicente Trajano, Toinho II, Nozinho, Manoelzinho, Benedito, Zé Dias, Manuel de Ferro, Purunga, Arrupiado, Pipi e Decolher

Lembra do histórico jogo do Ferroviário contra o Fluminense/RJ realizado no primeiro dia de 1949? Trata-se de uma das vitórias mais emblemáticas da história coral, que já mereceu postagem especial aqui no blog. A fotografia acima pertence ao Arquivo Nirez e apresenta a onzena principal que começou a partida contra o tricolor carioca. O resultado improvável com vitória parcial para o time coral pegou a todos de surpresa e, no intervalo do jogo, quando a notícia que o Ferroviário estava batendo a equipe pó de arroz se espalhou, muitas pessoas saíram de suas casas, nas redondezas do Presidente Vargas, para tentar acompanhar a etapa final. O placar final apontou 2×0 para o famoso “Clube das Temporadas“. A imagem em destaque apresenta jogadores históricos do Ferroviário, entre eles o atacante Decolher, que se chamava José Paulo da Silva, e que quatro anos depois desse famoso jogo acabou tendo uma morte trágica, afogado, ao cair numa cacimba durante uma crise de epilepsia. Decolher tinha apenas 30 anos de idade.

FOTOGRAFIA DE 1989 COM CAMISA DIFERENTE E LIRA NO MEIO CAMPO

Ferroviário Atlético Clube em 1989 – Em pé: Caetano, Osvaldo, Evilásio, Fiúza, Lira e Marcelo Veiga; Agachados: Osmarzinho, Zé Carlos Paranaense, Joãozinho Paulista, Jacinto e Cacau

O registro fotográfico acima aconteceu no dia 17 de maio de 1989, no PV. Essa onzena bateu o América por 2×0 em jogo válido pelo 2º turno do Campeonato Cearense. O artilheiro Cacau marcou os dois gols da partida. Além do novo padrão de camisas que fazia sua estreia e foi pouco utilizado, a imagem acima traz alguns jogadores que não são normalmente encontrados nas fotografias do Ferrão ao longo do tempo. É o caso do zagueiro Fiúza, egresso das categorias de base, e que só fez 4 jogos pelo time principal do Tubarão da Barra. Esse jogo marcou a estreia do meio campista Lira, ex-Ceará. Ele acabou expulso no segundo tempo pelo árbitro Eduardo Florentino. Lira teve uma passagem controversa pelo Ferrão, fazendo apenas 15 jogos e sendo expulso novamente num jogo contra seu ex-clube, logo nos primeiros minutos do confronto, justamente em sua última partida com a camisa coral. Mais de 15 anos depois, Lira foi treinador do Ferrão na ótima campanha no Campeonato Brasileiro de 2006, na temporada de 2009 e também no rebaixamento estadual em 2014. Lado a lado na foto acima, vemos os jogadores Lira e Marcelo Veiga, que depois se enfrentaram algumas vezes como treinadores de equipes diferentes nos anos 2000. No registro é possível ver também o famoso centroavante Joãozinho Paulista e o meia Zé Carlos Paranaense, que bateu o pênalti decisivo na conquista do Torneio Ciro Gomes no início daquele ano. Outro jogador na imagem é o ponta direita Osmarzinho, ex-Santos/SP, que teve uma boa passagem na Barra do Ceará.

REGISTRO DA ONZENA QUE ENTROU EM CAMPO CONTRA TIME URUGUAIO

Ferroviário Atlético Clube em 1957 contra o Wanderers do Uruguai – Em pé: Macaco, Pacoti, Zé de Melo, Aldo e Fernando; Agachados: Renato, Macaúba, Eudócio, Manoelzinho, Jairo e Nozinho

O jogo histórico contra o Montevideo Wanderers mereceu uma postagem especial aqui no blog anos atrás. Diretamente do Arquivo Nirez, o registro de hoje mostra a onzena que começou a partida, formada por jogadores históricos do Ferrão, mas também por um atleta de outra equipe especialmente cedido para a ocasião, algo comum no futebol daquela época. Além dos recordistas Manoelzinho e Macaco, o maior em número de jogos e o maior em número de gols na história respectivamente, é possível vermos o eterno ídolo Pacoti, falecido no ano passado. Vemos também o implacável Zé de Melo, primeiro jogador da nossa história a vestir a camisa da seleção brasileira. Aldo, Fernando e Eudócio também são nomes lendários da história do Ferroviário. O goleiro Jairo na imagem pertencia ao Calouros do Ar e foi cedido ao Ferrão em algumas partidas amistosas naquela década. Nessa partida contra a equipe uruguaia, ele ganhou a vaga de Valdir, Juju e Sieta, arqueiros do elenco coral nas disputas do Campeonato Cearense de 1957. O amistoso contra o Wanderers terminou 0x0 e o Ferrão foi bastante elogiado pela atuação. Vivia-se o auge do chamado “Clube das Temporadas“, período em que o time coral sempre se dava bem nos jogos contra times importantes que excursionavam na cidade de Fortaleza.

REGISTRO DE UM FERROVIÁRIO QUE LUTOU CONTRA O REBAIXAMENTO

Ferroviário Atlético Clube em Abril do ano 2000 – Em pé: Gilberto, Santos, Cláudio, Erivan, Júnior e Borges; Agachados: Chiquinho, Rogério, João Paulo, Assis e Marcelo Rocha

O ano 2000 foi extremamente difícil para o Ferroviário. O registro fotográfico acima mostra uma das formações da equipe coral naquela temporada, quando o Tubarão da Barra fez uma péssima campanha e lutou, pela primeira vez na história, contra o rebaixamento estadual. O clube só se salvou na última partida do campeonato ao vencer o Crato por 1×0, gol de Borges, e contar com o empate em 2×2 entre Quixadá e Guarany de Sobral. A temporada do ano 2000 foi repleta de insucessos, crises, troca de presidentes e uma autêntica devastação na boa reputação construída nos áureos anos 1990. Na foto acima, vê-se que o treinador Newton Albuquerque teve que contar nas últimas rodadas com a participação de jovens da base coral, como o zagueiro Erivan, o lateral esquerdo Júnior e o atacante João Paulo. Ainda na imagem, é possível ver o volante Rogério, ex-Sport/PE, e o experiente goleiro Gilberto, que pela última vez vestia a camisa do Ferrão. Quem terminou jogando a competição no arco coral foram os jovens Wágner e Zenga, que foi titular no jogo contra o Crato no final de abril daquele ano. O elenco tinha ainda o zagueiro Cláudio, Marcelo Rocha, atacante que vestiu a camisa do Santa Cruz/PE, e os cearenses Chiquinho, Santos e Assis.