O trailer acima é sobre o documentário sobre o ex-jogador Amiton Melo, anunciado aqui no blog no final do ano passado. Finalmente, uma lista privilegiada de convidados terá a oportunidade, no próximo final de semana, de assistir ao filme em primeira mão no cinema do Shopping RioMar de Fortaleza. Posteriormente, o filme será divulgado nos diversos festivais de cinema pelo Brasil afora até que possa ser comercialmente explorado. Amilton Melo foi um dos maiores jogadores da história do futebol cearense e já mereceu várias postagens no Almanaque do Ferrão. Ele fez parte do timaço coral de 1970 e atuou em 126 jogos durante as quatro temporadas que permaneceu na Barra do Ceará. Foram 47 gols marcados com a camisa do Ferroviário. O filme foi produzido pelo jornalista Ciro Câmara, que assinou o roteiro e a direção com Vinicius Bozzo. A obra foi uma homenagem dos filhos de Amilton Melo, Sandro e Christiano, à memória do pai e a realização foi da Sinfonia Filmes em associação com a MT Vídeo. A trilha original do filme é de Alan Kardec Filho. Amilton Melo jogou também no Fortaleza e no Ceará, sendo campeão cearense nos três principais times do Estado, e por esse feito fazendo parte do seleto rol de ex-jogadores que reúne nome como Babá, Louro, Amilton Rocha, Celso Gavião, Alves e Eron. Amilton Melo faleceu em julho de 1997.
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PABLO ENRIQUE CENTRONE: UM ARGENTINO NO FUTEBOL CEARENSE

Muito antes da febre de treinadores estrangeiros no Brasil e, em particular no futebol cearense, o Ferroviário teve um técnico argentino pra chamar de seu. Se hoje o Fortaleza tem o argentino Juan Pablo Vojvoda, o Tubarão da Barra teve Pablo Enrique Centrone no final da década de 1990. Aos 41 anos de idade, ele comandou o Ferroviário em 12 partidas, estreando contra o Fortaleza, no dia 19/09/1998, na Série C do Campeonato Brasileiro daquele ano e finalizando sua passagem contra o Tiradentes, no dia 02/12/1998, em jogo válido pelo 1º Turno do Campeonato Cearense de 1999. Não, você não leu errado! O último jogo de Pablo Enrique Centrone no comando coral foi ainda na temporada de 1998, mas a competição estadual do ano seguinte já havia começado. Além da novidade de ter um técnico argentino, o Ferrão vivia a expectativa de disputar a remodelada Copa do Nordeste depois de uma longa espera, mas Pablo Centrone acabou não permanecendo para a competição iniciada em fevereiro do ano seguinte. No futebol cearense, a imprensa convencionou de chamá-lo apenas de Pablo Enrique, muitos devem lembrar.

Pablo Centrone foi jogador de futebol em sua juventude na Argentina. Atuou como zagueiro de equipes modestas como Quilmes e Chacarita Juniors, até se transferir para o emergente futebol dos Estados Unidos em 1980, quando afirma ter convivido com nomes importantes do futebol mundial como os holandeses Rinus Michels e Johan Cruyff, além do brasileiro Carlos Alberto Torres, o alemão Franz Beckenbauer e o italiano Giorgio Chinaglia. Iniciou a carreira como treinador de futebol no final daquela década e trabalhou com o conterrâneo Marcelo Bielsa no futebol mexicano. Pablo Enrique Centrone havia passado pelo Portimonense de Portugal, América do México e Santa Fé da Colômbia antes de desembarcar na Barra do Ceará por indicação do ex-jogador Paulo Roberto Falcão. Foram apenas três meses no Ferroviário Atlético Clube, mas o suficiente para o treinador estrangeiro atrair os holofotes da mídia local e a tempo de ganhar um Clássico das Cores por 2×0, dias antes de ser demitido pelo então presidente Carlos Alberto Mesquita.
Ano passado, aos 65 anos de idade e com um vasto currículo ampliado nos últimos 25 anos, Pablo Centrone foi trabalhar novamente na Argentina, contratado como treinador do Chacarita Juniors, clube de sua juventude. Em sua chegada na equipe que tem as mesmas cores do Ferrão, gravou o vídeo acima onde recorda rapidamente suas conquistas por equipes do México, El Salvador e Guatemala, chegando a citar o próprio Ferroviário, de forma equivocada, como se tivesse sido campeão da Copa do Nordeste de 1999, competição esta que sequer chegou a iniciar. O Chacarita Juniors em 2022 foi, por enquanto, o último trabalho de Pablo Enrique Centrone, onde permaneceu por 13 partidas e venceu menos de 50% delas. Ao ser contratado em 1998 para o Ferroviário, o então desconhecido Pablo Enrique passou a figurar na gloriosa lista de entrangeiros que passaram pelo Tubarão da Barra, ao lado de técnicos como o paraguaio Aurélio Munt e os uruguaios Graciano Acosta e Juan Alvarez.
PONTA DIREITA DO TIME DE 1978 FALECEU EM FLORIANÓPOLIS

Em meados de 1978, a diretoria coral preparava a formação de um grande time para as disputas do Campeonato Cearense daquele ano. Oriundo do São Paulo/SP, onde foi campeão brasileiro na temporada anterior, o Ferroviário anunciou a contratação do ponta direita carioca Marcos. Conhecido no futebol catarinense como Marcos Cavalo, o atleta Marco Antônio da Silva Vaz fez 25 jogos e marcou 11 gols com a camisa coral em 1978, um deles foi contra o Ceará, de cabeça, no Castelão. Sua estreia aconteceu no dia 22 de Julho contra o Calouros do Ar, num amistoso de apresentação no PV. A temporada de 1978, onde Marcos atuava como titular no ataque coral, contempla até hoje a melhor média de público do Ferrão em todos os tempos. Quando chegou na Barra do Ceará, o atacante ostentava a condição de ídolo do Figueirense/SC, onde brilhou em campanhas memoráveis. Marcos jogou também no Grêmio/RS e no Coritiba/PR, entre outros clubes. No final do ano passado, Marcos Cavalo não resistiu ao câncer que o atormentou nos últimos meses de vida e faleceu, em Florianópolis, aos 73 anos de idade. Que Deus o tenha em bom lugar. Abaixo, podemos ter uma breve noção da carreira do ex-ponta direita coral numa entrevista em vídeo concedida, em 2017, ao repórter Polidoro Júnior, especialista em futebol catarinense. No bate-papo, Marcos recorda inclusive um fato pitoresco sobre seu apelido “Cavalo” ocorrido na cidade de Juazeiro do Norte quando defendia o Ferrão.
ATACANTE ERANDY RECEBE TROFÉU PARA A GALERIA DO FERROVIÁRIO

A fotografia acima foi tirada na temporada de 1975. Nela, o experiente atacante Erandy recebe mais um troféu para a galeria coral. Aquele período nos anos 1970 marcou uma época de vacas magras e grande dificuldade financeira na Barra do Ceará. Enquanto Ceará e Fortaleza desfrutavam das benesses do Campeonato Brasileiro em plena ditatura militar, as demais equipes cearenses organizavam competições e amistosos para cumprir o calendário com alguma atividade minimamente digna. Numa delas, o Ferrão foi campeão da Taça Bayma Kerth, com Erandy acumulando as funções de treinador e jogador dentro de campo. Erandy Pereira Montenegro pendurou as chuteiras naquela fase de sua vida e abraçou a carreira de treinador, comandando inclusive o Ferroviário em boas passagens na segunda metade dos anos 1980. Como atleta, o paraibano Erandy fez 59 jogos com a camisa do Ferrão, marcando 30 gols. Como técnico, ele comandou o time coral em 138 partidas, sendo o quarto treinador na história que mais vezes esteve à frente do Tubarão da Barra. Erandy mora em Natal/RN e esteve em Fortaleza recentemente onde foi homenageado pelo Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Estado do Ceará.
FALECEU MURILO PARDAL, EX-TREINADOR DO FERRÃO EM 1982

Seu nome era Paulo Murilo Frederico Ferreira, mas ficou conhecido no futebol brasileiro como Murilo Pardal. Nascido no Rio de Janeiro, o lateral direito Murilo brilhou no Flamengo/RJ e chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira em meados dos anos 1960. Ele ficou no clube carioca de 1963 a 1971 e conquistou muitos títulos. No final de 2022, Murilo Pardal faleceu aos 81 anos de idade. Nos últimos anos de sua vida, o ex-jogador e técnico de futebol residiu numa casa de abrigo para idosos. Depois de atuar ainda como atleta no futebol piauiense, Murilo passou a treinar equipes pelo Brasil. Passou por times como Americano/RJ, Tiradentes/PI, Campinense/PB e Fortaleza até chegar para o Ferroviário no início de 1982. Na Barra do Ceará, comandou uma equipe que tinha nomes como o ainda jovem goleiro Barbiroto e os experientes Darci Munique, Chiquito, Almir e Paulo César Cascavel, além dos atletas da casa como Laércio, Jorge Henrique, Roberto Cearense e Babá. Sua estreia no comando técnico coral ocorreu contra o Itabaiana/SE, em 7/3/1982, pelo Campeonato Brasileiro. Foram apenas 17 jogos no comando do Ferrão. O treinador Paulo Murilo Pardal foi mais um nome que passou pela Seleção Brasileira e trabalhou no futebol cearense, fato frequentemente esquecido nas diversas listas que vemos por aí sobre o assunto. Descanse em paz, Murilo Pardal.
CRAQUE AMILTON MELO GANHA FILME SOBRE SUA CARREIRA

A trajetória do craque Amilton Melo vai virar documentário muito em breve. No início de 2023 estará finalizada mais uma obra cinebiográfica envolvendo o futebol cearense. Dirigido pelo jornalista Ciro Câmara, o filme vai contar a vida e a trajetória de um dos maiores jogadores da história do futebol nordestino. Amilton Melo jogou no América/CE e nos juvenis do Fluminense/RJ antes de desembarcar para o Ferroviário no início de 1970, ano em que foi protagonista do título estadual do Tubarão da Barra, formando uma dupla memorável com o goleador pernambucano Paulo Velozo. Depois de quatro temporadas com a camisa coral, o jogador brilhou ainda com as camisas de Fortaleza e Ceará. Amilton Melo encerrou a carreira muito cedo e virou comentarista da Rádio Uirapuru de Fortaleza. Nesse período, lançou um livro contando suas memórias no futebol. Ele enveredou pela música e ensaiou uma breve volta ao futebol em 1990, atuando alguns jogos pelo Calouros do Ar. O eterno craque faleceu em julho de 1997. Mais de um quarto de século depois, recebe justa homenagem em um documentário que promete eternizar sua carreira no futebol. A obra conta com depoimentos de familiares, ex-companheiros de profissão e cronistas esportivos, além da participação de nomes consagrados no país como o ex-jogador Zico e o cantor Fagner. O Almanaque do Ferrão, através do autor Evandro Ferreira Gomes, também prestou depoimento ao filme, que deve estar pronto no início de fevereiro para uma primeira exibição entre convidados e, em seguida, buscar distribuição no mercado e participar dos melhores festivais do ramo no Brasil e no exterior.
FERNANDO CÔNSUL: O JOGADOR E TREINADOR QUE FOI DA SELEÇÃO

Fernando Cônsul Fernandes nasceu no Rio de Janeiro em 1938, ano em que o Ferroviário estreou na divisão de elite do futebol cearense. No futebol de sua cidade natal, ele foi atacante do Madureira e vivenciou a fase áurea do América/RJ, quando foi chamado para defender a Seleção Brasileira, treinada por Aymoré Moreira, na Copa América disputada na Bolívia, em 1963. Três anos depois, seu bom futebol o levou para o futebol europeu onde defendeu o Valenciennes da França. Em seu retorno ao Brasil, no ano de 1969, chegou para o Ferroviário, onde fez 30 jogos e marcou 11 gols. Pendurou as chuteiras ao final da temporada e aceitou o convite para ser o treinador do Ferrão em 1970. Na campanha do brilhante título estadual daquele ano, comandou o clube em 7 partidas do 1º turno, dando lugar para Alexandre Nepomuceno no restante da competição. Fernando Cônsul foi o treinador coral no primeiro jogo interestadual realizado no Estádio Elzir Cabral, contra o Alecrim/RN, em janeiro de 1970. A triste curiosidade é que nas diversas listas de jogadores e treinadores que passaram pelo futebol cearense com rodagem, prévia ou posterior, na Seleção Brasileira, o nome de Cônsul é comumente esquecido. É fácil lembrar de Beletti, Edmílson, Perivaldo, Everton Cebolinha, Osvaldo, Mirandinha, Vavá, Jardel, Adriano, Josimar, entre outros, mas sempre omitem o nome de Fernando Cônsul, ex-jogador e ex-treinador do Ferrão entre 1969 e 1970. Que nunca mais seja esquecido!
PONTA ESQUERDA BABÁ EM ENTREVISTA NO YOUTUBE
O vídeo acima tem 22 minutos de duração. O entrevistado em destaque jogava com a camisa 11. Campeão Cearense pelo Ferroviário em 1979, o ponta esquerda Babá esteve afastado dos holofotes esportivos durante muitos anos, mas foi recentemente homenageado com uma entrevista no canal Maestros da Bola, conduzida pelo radialista João Paulo Quintela. Cria da base do Ceará, Babá foi de graça para o Ferrão após ser dispensado do alvinegro. Na Barra do Ceará, o atacante permaneceu durante o período compreendido entre 1976 e 1981. Foram 250 jogos e 31 gols marcados com a camisa coral, o que o coloca como o 14º jogador a mais vezes defender o clube na história. No vídeo acima, o carismático e querido Babá recorda o título estadual pelo Tubarão da Barra em 1979 e o gol que marcou no jogo decisivo contra o Fortaleza, além de uma série de outros detalhes sobre sua carreira e passagem em outros clubes do futebol nordestino. Atualmente, Francisco das Chagas Martins Viana, o ponta esquerda Babá, é aposentado, mora em Fortaleza e tem 67 anos de idade.
GUAYAQUIL SE DESPEDIU DO ETERNO ÍDOLO CORAL PAULO CÉSAR

A notícia circulou somente ontem no Brasil por intermédio do Sindicato dos Atletas Profissionais do Maranhão, mas o fato aconteceu na madrugada do último dia 4 de outubro. Apesar da bravura conhecida dentro dos gramados, Paulo César, ídolo coral e artilheiro do Campeonato Cearense de 1979, perdeu o jogo da vida depois de uma dura batalha contra o câncer. A cidade de Guayaquil, no Equador, chorou a morte de um dos brasileiros de maior sucesso no futebol equatoriano em toda a história. Conhecido por lá como La Bruja, Paulo César marcou mais de 100 gols na primeira divisão daquele país, se destacando principalmente pelo Barcelona, entre outras equipes tradicionais. Os torcedores equatorianos chegaram a ser convidados a colaborar com a família do ex-atleta para custear os altos gastos financeiros do tratamento e também de seu sepultamento, sendo realizado até uma rifa de uma camisa do Barcelona, autografada pelos principais ídolos do clube. Ele tinha 70 anos de idade e havia descoberto o câncer em meados desse ano.

Paulo César foi um dos maiores artilheiros que o futebol cearense conheceu. Foram 137 partidas com a camisa do Ferrão e 88 gols marcados entre 1978 e 1981. Após deixar o time coral, o eterno goleador foi jogar no Equador e não mais residiu no Brasil. Depois de vivenciar a tragédia de repentinamente ficar viúvo da cearense Fátima Santiago, seguiu a carreira para sustentar a filha Cristiane, de apenas 2 anos de idade, vindo depois a constituir uma nova família no exterior, porém perdendo completamente o contato com os familiares que deixou em Pernambuco que, por sua vez, chegaram a achar que ele havia falecido. Através de uma matéria do Almanaque do Ferrão, sua família tomou conhecimento do paradeiro de Paulo César e conseguiu retomar o contato num momento de grande emoção para todos os envolvidos. Na qualidade de um dos maiores goleadores da história coral, Paulo César mereceu postagens especiais aqui no blog diversas vezes e, na temporada de 2019, estampou um dos copos colecionáveis da série “Legendários” durante os jogos da Série C nacional. Conforme mostra o vídeo abaixo em sua memória, Paulo César foi o jogador mais querido do Barcelona de Guayaquil nos anos 1980. Seu nome estará sempre entre os grandes jogadores no Equador e, como não poderia deixar de ser, será sempre reverenciado pela extraordinária passagem pelo Ferroviário Atlético Clube.
DIA DE SAUDAR A MEMÓRIA DO AUTOR DO HINO OFICIAL

Eis uma bela fotografia de um nome muito importante na história do Ferroviário Atlético Clube. Trata-se de José Cecílio do Vale, conhecido na sociedade cearense como Zezé do Vale. Autor do hino oficial do Tubarão da Barra, ele nasceu na cidade de Ipu, em 22 de novembro de 1900, e faleceu em 29 de março de 1996. A reprodução da foto acima foi enviada pela neta Aliny, que nutre muita saudade e eterno amor pelo avô de raízes corais. Há cerca de dois anos, postamos aqui no blog uma versão “perdida” da primeira gravação do hino oficial do Ferrão, a qual reproduzimos novamente abaixo em homenagem ao grande Zezé do Vale. Referida versão foi gravada na segunda metade dos anos 1960, na voz de Wilson Lopes, com a participação do próprio Zezé do Vale e seu conjunto nos instrumentos. A buzina do trem e o som das rodas da locomotiva dão um charme especial à versão do hino em questão. Salve o Ferrão e viva Zezé do Vale.