Sobre Evandro Ferreira Gomes

Evandro Ferreira Gomes é fanático por futebol e torcedor do Ferroviário Atlético Clube desde os 8 anos de idade, tendo dedicado mais de 20 anos de sua vida aos trabalhos de pesquisas e entrevistas que levaram ao lançamento da 1ª edição do Almanaque do Ferrão, publicado em junho de 2013. Economista com especialização em marketing e mestrado em administração de empresas, o autor trabalha como consultor empresarial e professor universitário nos cursos de marketing, publicidade e jornalismo, além de atuar em gestão de projetos de comunicação, marketing e relacionamento em ambientes esportivos com experiência no Brasil e na Inglaterra. Foi diretor de marketing, diretor de futebol e vice-presidente do Ferroviário Atlético Clube entre 2008 e 2014, tendo atuado diretamente na edição da revista ´Expresso Coral`, criação do programa sócio-torcedor, formação e contratação de atletas, captação de patrocínios e investidores, dentre outras atividades profissionais.

FERRÃO E SERGIPE FIZERAM JOGOS ACIRRADOS NA TEMPORADA DE 2009

Ferroviário e Sergipe se enfrentaram apenas duas vezes na história: 0x2 e 3×3 nos placares. O vídeo acima resgata os dois confrontos entre as duas equipes na Série D do Campeonato Brasileiro de 2009. O Sergipe levou a melhor com uma vitória em Aracaju e um empate na cidade de Horizonte. Naquele período, o Ferroviário tinha em seu elenco jogadores como o goleiro Jéfferson, o meia Diogo Oliveira e o atacante Juninho Quixadá, que acabou infantilmente expulso no jogo realizado no Estádio Domingão. Nessa partida, o Tubarão da Barra fez a estreia do meia Willer, na única partida do ex-jogador do Itapipoca com a camisa coral. Nos dois jogos, um atacante com o indefectível apelido de Faísca saiu do banco para entrar nas estatísticas do clube. O zagueiro Rafael, o meia Leonardo e o experiente atacante Stênio marcaram os gols do Ferrão na segunda partida. Do lado do adversário, o atacante Fabinho Cambalhota foi o destaque nos dois embates. Seis anos depois, ele disputou a segunda divisão cearense com a camisa do Ferroviário, porém não teve o mesmo brilho. O jogo com mando coral contra o Sergipe aconteceu no Domingão porque o Ferroviário transferiu seus jogos do Brasileiro pra lá devido às péssimas condições do gramado do Elzir Cabral. Foi o último jogo do presidente Paulo Wágner à frente do clube. Exatos 50 dias depois, ele renunciou ao mandato, que ia até o final de 2010, e assumiu o comando do Horizonte. Quase 14 anos depois, Ferroviário e Sergipe voltam a se enfrentar para fazer o terceiro confronto entre ambos na história. O jogo é válido pela quarta rodada da Copa do Nordesde 2023 e acontecerá pela primeira vez na cidade de Fortaleza, mais precisamente no PV.

ATACANTE ERANDY RECEBE TROFÉU PARA A GALERIA DO FERROVIÁRIO

Atacante Erandy recebe mais um troféu para o Ferroviário Atlético Clube na temporada de 1975

A fotografia acima foi tirada na temporada de 1975. Nela, o experiente atacante Erandy recebe mais um troféu para a galeria coral. Aquele período nos anos 1970 marcou uma época de vacas magras e grande dificuldade financeira na Barra do Ceará. Enquanto Ceará e Fortaleza desfrutavam das benesses do Campeonato Brasileiro em plena ditatura militar, as demais equipes cearenses organizavam competições e amistosos para cumprir o calendário com alguma atividade minimamente digna. Numa delas, o Ferrão foi campeão da Taça Bayma Kerth, com Erandy acumulando as funções de treinador e jogador dentro de campo. Erandy Pereira Montenegro pendurou as chuteiras naquela fase de sua vida e abraçou a carreira de treinador, comandando inclusive o Ferroviário em boas passagens na segunda metade dos anos 1980. Como atleta, o paraibano Erandy fez 59 jogos com a camisa do Ferrão, marcando 30 gols. Como técnico, ele comandou o time coral em 138 partidas, sendo o quarto treinador na história que mais vezes esteve à frente do Tubarão da Barra. Erandy mora em Natal/RN e esteve em Fortaleza recentemente onde foi homenageado pelo Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Estado do Ceará.

CANAL ALAGOANO RECORDA PRIMEIRO JOGO CORAL NO REI PELÉ

O Canal no YouTube “Futebol Alagoano Para Sempre“, do pesquisador Walter Luís, recorda hoje o primeiro jogo de um time cearense no Estádio Rei Pelé. Foi no dia 19 de Novembro de 1970 e envolveu a partida amistosa do Ferroviário contra o CSA de Maceió. Treinado por Alexandre Nepomuceno, o time coral formou naquela noite com o futebol de Aloísio Linhares, Esteves, Luiz Paes, Gomes e Eldo (Zezito); Edmar e Coca Cola; Dema (Mano) (Luciano Amorim), Simplício, Amilton Melo e Alísio. Comandado por Maglione Sales, o CSA ganhou com Zé Luiz, Ciro, Dida, Givanildo e Ednelson; Tadeu (Marco Antônio) e Dudu; Joacir, Gabriel (Ricardo), Jorge Bassú e Canhoteiro. Os gols foram de Alísio e Zé Luiz (contra) para o Ferrão, enquanto Gabriel, Tadeu e Jorge Bassú marcaram para o time alagoano. O gol da vitória do CSA saiu nos minutos finais da contenda. Vale a pena conferir o vídeo sobre essa partida que é considerada histórica, tanto para o Ferrão, quanto para o CSA. Além desse jogo, o vídeo apresenta um resumo histórico sobre os confrontos entre ambas as equipes e traz também uma narração rara do gol do CSA em cima do Ferroviário no primeiro embate considerado oficial entre os dois times. O vídeo foi produzido em alusão ao jogo CSA x Ferroviário, pela Copa do Nordeste, que acontece na data de hoje em Maceió.

FERRÃO VOLTA A ENFRENTAR O CSA DE ALAGOAS DEPOIS DE 42 ANOS

Raro registro fotográfico dos jogadores do Ferrão e do CSA no Rei Pelé na temporada de 1970

A última vez foi pelo Campeonato Brasileiro de 1981, no dia 7 de fevereiro daquele ano, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Naquela data, o Ferroviário foi até Alagoas e trouxe um ponto no empate em 0x0 com o CSA, em partida válida pela Série A. Depois de longos 42 anos, o maior hiato de jogos entre ambos na história, as duas equipes voltam a se enfrentar, dessa vez pela primeira fase da Copa do Nordeste. A partida acontece novamente no Rei Pelé e é apenas o sexto confronto entre os dois times em todos os tempos. Abaixo, você confere a relação de jogos anteriores entre Ferrão e CSA/AL:

Jogo 01: 15/08/1947 – Ferroviário 1×1 CSA – Amistoso – Presidente Vargas
Jogo 02: 15/06/1958 – Ferroviário 2×0 CSA – Amistoso – Presidente Vargas
Jogo 03: 19/11/1970 – CSA 3×2 Ferroviário – Amistoso – Rei Pelé
Jogo 04: 18/10/1979 – Ferroviário 1×1 CSA – Brasileiro Série A – Presidente Vargas
Jogo 05: 07/02/1981 – CSA 0x0 Ferroviário – Brasileiro Série A – Rei Pelé

Quando se fala de curiosidades do confronto entre cearenses e alagoanos, é sempre bom lembrar que o jogo de 1970 marcou a primeira vez de uma equipe cearense jogando no Estádio Rei Pelé, recém inaugurado. A partida deixou registrada uma lendária fotografia com os jogadores das duas equipes unidos no mesmo clique, destacada acima na postagem. A última vez que o Ferrão havia atuado no Rei Pelé aconteceu na temporada de 1992, contra o CRB/AL, pela Série C do Campeonato Brasileiro.

O TÍTULO CORAL NA COPA NORDESTE DE FUTEBOL JÚNIOR EM 1998

Matéria de jornal anunciando homenagem aos campeões nordestinos de futebol júnior em 1998

Você sabia que o Ferroviário foi campeão da I Copa Nordeste de Futebol Júnior? O título regional acaba de completar 25 anos e merece a lembrança dos corais. A competição foi realizada de forma pioneira no Estado da Paraíba e contou com a participação de equipes como Vitória/BA, ABC/RN, Galícia/BA, Santos/PB, Estudantes/PB, CSA/AL, CRB/AL, Botafogo/PB, entre outras. Comandado pelo treinador Francisco Aíres, os jovens atletas corais bateram o Botafogo/PB por 2×0 na estreia, gols de Guedinho. No segundo jogo, realizado no Campo do Bayeux em João Pessoa, outra vitória coral, dessa vez por 3×1 em cima do CSA/AL, gols de Reginaldo, Guedinho e Tales. Na ocasião, o Sub-20 do Tubarão da Barra jogou com Eduardo, Dodô (Fabiano), Cléber, Erivan (Sérgio Edson) e Júnior; Reginaldo, Daniel, Tales e Gaspar (Berg); Guedinho e William (Leonardo). Classificado com duas vitórias, o Ferroviário pegou o Estudantes da Paraíba na semifinal. O adversário havia derrotado o CRB de Alagoas e tinha uma onzena muito competitiva. O jogo foi duro e terminou 0x0 no tempo normal e na prorrogação. A decisão da vaga para a final teve que ser disputada nos pênaltis e a meninada coral levou a melhor fazendo 6×5 no placar.

Guedinho foi o artilheiro do Ferroviário na I Copa Nordeste de Futebol Júnior realizado em 1998

O ABC de Natal foi o adversário do Ferrão na grande final em jogo realizado no Estádio da Graça em João Pessoa. Novamente, a partida foi dura e terminou empatada em 0x0. Os dois times foram para a prorrogação e, aos 14 minutos finais do 2º tempo, o meio campista Tales fez o gol do título coral, de cabeça, após cobrança de escanteio: 1×0 para o Ferrão! Aíres comandou na final a seguinte formação: Eduardo, Dodô (Emanuel), Erivan, Cléber e Júnior; Reginaldo (Serginho), Daniel, Tales e Gaspar (Berg); Leonardo (Fabiano) e Guedinho. Os meninos da base foram campeões invictos e o atacante Guedinho foi o artilheiro da equipe com 3 gols e 4 jogos. Os atletas Jean e Durango também participaram da vitoriosa campanha. No retorno pra casa, no sábado do carnaval de 1998, os campeões nordestinos participaram do jogo de entrega de faixas contra o Santos Nordeste, que era sediado em Fortaleza. Do elenco campeão, os atletas Dodô, Erivan, Cléber, Reginaldo, Daniel, Júnior, Tales, Serginho, Leonardo e Guedinho tiveram participação em jogos oficiais ou amistosos da equipe profissional nos meses e anos subsequentes. Deles, o atacante Guedinho foi o que teve maior destaque, totalizando 180 jogos e 68 gols marcados com a camisa coral principal, figurando como o 9º maior artilheiro da história coral.

RETROSPECTIVA DE TODOS OS JOGOS NA HISTÓRIA CONTRA O BAHIA

Em 1941, o Ferrão bateu o Bahia por 4×2 na melhor partida da temporada segundo o jornal

Ferroviário e Bahia voltam a se enfrentar nesse final de semana depois de quase duas décadas. O jogo faz parte da segunda rodada da Copa do Nordeste. A última vez que as duas equipes estiveram frente a frente foi no histórico 7×2, no PV, em partida do Campeonato Brasileiro de 2006. Curiosamente, no primeiro confronto entre ambos, o placar foi parecido: 7×3 para o Bahia, também em Fortaleza, em amistoso que marcou historicamente o primeiro grande embate na história coral contra um grande time do nordeste, isso na já distante temporada de 1939. As nove primeiras partidas entre Ferrão e o Tricolor de Salvador aconteceram em prestigiadas excursões que os baianos tradicionalmente faziam a Fortaleza até meados da década de 1960. Em 2006, os confrontos oficiais ocorreram na 3ª fase e no Octogonal Final do Campeonato Brasileiro da Série C. Por muito pouco, o Ferrão não conseguiu o acesso para a Série B no ano seguinte, ficando na 5ª colocação no Octogonal Final disputado com jogos de ida e volta. Confira abaixo a sequência de jogos históricos entre Ferroviário e Bahia:

Jogo 01: 13/08/1939 – Ferroviário 3×7 Bahia – Amistoso – Campo do Prado
Jogo 02: 21/07/1940 – Ferroviário 4×2 Bahia – Amistoso – Campo do Prado
Jogo 03: 07/08/1941 – Ferroviário 4×2 Bahia – Amistoso – Campo do Prado
Jogo 04: 17/11/1946 – Ferroviário 3×6 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 05: 14/08/1949 – Ferroviário 0x3 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 06: 02/10/1955 – Ferroviário 1×0 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 07: 09/06/1959 – Ferroviário 0x0 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 08: 18/09/1963 – Ferroviário 1×1 Bahia – Amistoso – PV
Jogo 09: 07/11/1964 – Ferroviário 1×3 Bahia – Torneio do América – PV
Jogo 10: 13/09/2006 – Bahia 2×1 Ferroviário – Brasileiro Série C – Fonte Nova
Jogo 11: 27/09/2006 – Ferroviário 1×1 Bahia – Brasileiro Série C – PV
Jogo 12: 22/10/2006 – Bahia 4×1 Ferroviário – Brasileiro Série C – Fonte Nova
Jogo 13: 15/11/2006 – Ferroviário 7×2 Bahia – Brasileiro Série C – PV

REVIVA UM JOGO DO FERRÃO NUM DOMINGO DE MANHÃ EM 1981

Engana-se quem pensa que jogos aos domingos de manhã foram privilégio da temporada de 1997. Houve alguns casos semelhantes na história. Em 27 de setembro de 1981, o Ferrão entrou em campo às 9h da matina para enfrentar o América/CE pelo 3º Turno do Campeonato Cearense. O vídeo com os gols daquela partida estão agora resgatados pelo Almanaque do Ferrão. O jovem artilheiro Roberto Cearense marcou dois gols, o último de bela feitura, que acabou sendo escolhido o gol mais bonito do Fantástico, o famoso programa dominical da Rede Globo. O Mequinha saiu na frente e saiu vencedor no primeiro tempo, mas Roberto marcou o gol de empate num lance que já mereceu postagem anterior aqui no blog. O segundo gol coral foi marcado pelo famoso piauiense Sima, em sua única temporada no futebol cearense, ele que teve grandiosa carreira no futebol nordestino. Treinado por Moésio Gomes, o Tubarão da Barra venceu com Salvino, Paulo Maurício, Paulo César Piauí, Nilo (Darci Munique) e Roner; Augusto, Meinha e Sima; Jangada (Paulo César Cascavel), Roberto Cearense e Babá. Comandado por Alberto Damasceno, o América da Dom Manoel perdeu com Marcelino, Cafifa, Artur, Júlio e Rebelde; Chiquinho (Maurício), Pinto e Mano; Brito, Jorge Costa e Vento (Artur II). O jogo foi dirigido pelo árbitro Edson Carneiro e o PV recebeu 2.882 pagantes. Naquela fase da competição, o Ferroviário tinha um meio campo de grande respeito, todo importado do futebol piauiense. Enquanto durou e esteve em campo, o trio Augusto, Meinha e Sima perdeu apenas um jogo com a gloriosa camisa coral.

FOTOGRAFIA DOS JOGADORES QUE BATERAM O FLUMINENSE EM 1949

Ferrão em 1º de Janeiro de 1949 contra o Fluminense do Rio de Janeiro: Vicente Trajano, Toinho II, Nozinho, Manoelzinho, Benedito, Zé Dias, Manuel de Ferro, Purunga, Arrupiado, Pipi e Decolher

Lembra do histórico jogo do Ferroviário contra o Fluminense/RJ realizado no primeiro dia de 1949? Trata-se de uma das vitórias mais emblemáticas da história coral, que já mereceu postagem especial aqui no blog. A fotografia acima pertence ao Arquivo Nirez e apresenta a onzena principal que começou a partida contra o tricolor carioca. O resultado improvável com vitória parcial para o time coral pegou a todos de surpresa e, no intervalo do jogo, quando a notícia que o Ferroviário estava batendo a equipe pó de arroz se espalhou, muitas pessoas saíram de suas casas, nas redondezas do Presidente Vargas, para tentar acompanhar a etapa final. O placar final apontou 2×0 para o famoso “Clube das Temporadas“. A imagem em destaque apresenta jogadores históricos do Ferroviário, entre eles o atacante Decolher, que se chamava José Paulo da Silva, e que quatro anos depois desse famoso jogo acabou tendo uma morte trágica, afogado, ao cair numa cacimba durante uma crise de epilepsia. Decolher tinha apenas 30 anos de idade.

PRIMEIRO JOGO EM PACAJUS FOI NO CAMPEONATO CEARENSE DE 1999

Primeira partida do Ferrão em Pacajus foi oficial e teve adversário atípico no cotidiano da cidade

Nos últimos cinco anos, o Ferroviário tem atuado frequentemente como visitante na cidade de Pacajus, graças ao acesso do time de mesmo nome à primeira divisão cearense. Além disso, o Caucaia manda seus jogos naquela localidade vez por outra. Porém, a primeira vez que o Tubarão da Barra atuou em Pacajus foi no final do século passado em partida oficial válida pelo Campeonato Cearense. Foi no dia 28 de março de 1999 e o adversário foi o Uniclinic. O estádio ainda era chamado de Assís Benício e Mário Leonardo dirigiu o jogo diante de 463 pagantes. O Uniclinic venceu por 3×1, com gols de Warison (2x) e Tosca, com o meio campista Vado descontando para o Ferrão. A derrota custou o emprego do treinador Marcelo Vilar, demitido após o jogo. O time coral foi derrotado com o futebol de Jorge Pinheiro, Chiquinho (Odair), Alencar, Dino e Ivan; Paulo Adriano (Cristovão), Vado (Marquinhos), Rutênio e Inha; Bira e Sílvio. Treinado por Arnaldo Lira, o extinto Uniclinic jogou com Leandro, Luizinho, Tácio, Leandro Cardoso e Romero; Bartô, Adriano Gaúcho, Wendel (Warison) e Esquerdinha (Eridon); Zé Carlos (Gomes) e Tosca. Aquele primeiro jogo do Ferroviário em Pacajus marcou também a primeira vitória oficial do Uniclinic em cima do time coral, algo que voltou a se repetir oficialmente sete vezes na história do futebol cearense até 2018, último ano em que a Águia da Precabura disputou o Estadual como Uniclinic, antes de ser negociado e ter seu nome mudado para Atlético Cearense que, por sinal, derrotou o Tubarão da Barra há apenas dois dias no Campeonato Cearense de 2023.

CLÁSSICO DOS CLÁSSICOS NA COPA DO NORDESTE DEPOIS DE 24 ANOS

O Ferroviário passou a utilizar a nomenclatura “Clássico dos Clássicos” a partir da final de 2017

Ferroviário e Ceará jogam novamente pela Copa do Nordeste em 2023. À exemplo da edição de 1999, as duas equipes são adversárias na competição na atual temporada. Há 24 anos, tivemos uma vitória coral por 2×1, gols de Bira e Rutênio para o Ferrão, além de um empate em 0x0, ambos no PV. Na ocasião, já praticamente nos últimos momentos do Século XX, o clássico entre as duas equipes, que se sucede no calendário cearense desde 1937, ainda não era proclamado como ´Clássico da Paz`. Essa nomenclatura só foi difundida no início dos anos 2000, quando começamos a ter uma onda muito grande de violência nos jogos entre Ceará e Fortaleza, o principal clássico do Estado, o que forçou uma forte campanha na mídia, por parte das autoridades, para balancear e propagar a “paz nos estádios” a partir de um jogo emblemático do futebol local, envolvendo Ceará e Ferroviário, que chegou a ser chamado de “Clássico das Multidões” nas primeiras décadas do confronto. No marco inicial do termo de objetivo claramente pacífico, os atletas alvinegros e corais chegaram a entrar em campo com bandeiras brancas, embora muitas vezes a presumida paz tenha passado muito longe das arquibancadas das duas torcidas nos anos seguintes pelos mais diversos motivos, dentro e nos arredores dos estádios.

Nas primeiras décadas do Ferrão, o jogo contra o Ceará era chamado de “Clássico das Multidões”

Embora compreenda o caráter salutar e pacífico da iniciativa, o Ferroviário passou a questionar o termo ´Clássico da Paz` e instituiu desde 2017, em sua comunicação oficial, o título ´Clássico dos Clássicos` a partir de uma referenciação embasada em fatos históricos e na cronologia indelével do tempo. De forma emblemática, o próprio Ceará utilizou o novo termo em suas mídias oficiais quando as duas equipes se enfrentaram na final do Campeonato Cearense de 2017. Aquele momento, inclusive, mereceu uma postagem especial aqui no blog com inúmeros argumentos plausíveis em defesa da alcunha “Clássico dos Clássicos“, cujo texto pode ser recuperado aqui no histórico. Em síntese, o termo advoga que Ceará x Ferroviário foi, na prática, o clássico mais badalado do futebol cearense muito antes do nosso futebol conhecer outras nomenclaturas para grandes jogos, o que por sí só justifica a ideia por trás de ´Clássico dos Clássicos´. O Ferroviário Atlético Clube resolveu institucionalmente bancar essa ideia em sua comunicação oficial e acredita que o tempo se encarregará de incutí-la nas diversas mentes do futebol cearense, embora o vício e o costume da repetição de convenientes narrativas de praxe, sem questionamento da artificialidade dos fatos e da negligência do que é efetivamente histórico, seja uma constante no cotidiano brasileiro em vários setores. No futebol não seria diferente. Para o Ferrão é “Clássico dos Clássicos” e bola pra frente, porque novas ideias devem estar sempre no cardápio para serem propostas e são elas que movem a própria história adiante.