PONTA ESQUERDA WANKS NO GRANDE FERROVIÁRIO DE 1994

Ferroviário Atlético Clube no início do Campeonato Cearense de 1994 – Em pé: Luís Sérgio, Nasa, Santos, Edgar, Branco e Batista; Agachados: Batistinha, Basílio, Acássio, Wanks e Cícero Ramalho

Wanks nasceu em Tauá, no interior cearense. Foi um jogador revelado pelo Ceará em meados da década de 1980 e chegou posteriormente a jogar no futebol paulista, mais precisamente na Portuguesa de Desportos. Em 1990, o jogador foi campeão no Santa Cruz/PE, comandado pelo conhecido técnico Erandy Pereira Montenegro, e tinha como companheiro no ataque, o também tauaense Mazinho Loyola, cria do Ferrão. No início de 1994, o experiente ponta esquerda foi uma das principais contratações para o Campeonato Cearense daquele ano, mas as coisas não andaram bem. Aos 29 anos de idade, Wanks fez apenas 4 jogos oficiais pelo Ferroviário e participou de alguns amistosos. O registro acima é do dia 3 de março de 1994, no PV, numa das poucas derrotas da equipe coral na temporada inteira. O algoz foi o Tiradentes e aquela se tratava apenas da segunda partida do certame estadual. O jogo marcou a estreia do experiente goleiro mineiro Luís Sérgio, ex-Sampaio Corrêa/MA. Após aquela derrota por 2×1, a temporada de 1994 transcorreu de forma auspiciosa para o Ferrão. O time foi campeão no início de dezembro. Como se nota, os Estaduais duravam praticamente o ano inteiro. Wanks permaneceu somente até maio.

RELÍQUIA DA ESPORTE ILUSTRADO SOBRE VITÓRIA HISTÓRICA EM 1949

Crônica de Indio do Jaguaribe na edição de nº 562 da revista Esporte Ilustrado de 13/01/1949

A vitória triunfal do Ferroviário Atlético Clube em cima do poderoso Fluminense/RJ no primeiro dia de 1949 já foi destaque aqui no blog. Agora, a postagem destaca a crônica acima, datada do dia 13 de janeiro daquele ano, e publicada nas páginas da famosa revista Esporte Ilustrado, simplesmente uma das principais publicações nacionais do gênero naquela época. O texto “Eu vi o Fluminense cair…” foi assinado pelo cronista Indio do Jaguaribe e reflete bem a surpresa do resultado em todo o país, o que credencia aquele momento, até os dias de hoje, como uma das principais vitórias de uma equipe cearense em todos os tempos, mesmo com um pênalti claro não marcado pelo árbitro carioca Pedro de Morais Sobrinho. Na última quinzena de dezembro de 1948, o tricolor carioca empreendeu uma temporada de amistosos pelo Ceará e Maranhão. Após vencer o Ceará (5×1) e o Fortaleza (5×0), o Fluminense foi até São Luís e derrotou o Sampaio Corrêa/MA (4×1) e Moto Club/MA (2×0). No retorno a Fortaleza, exatamente no dia 1º de Janeiro de 1949, no PV, a equipe pó de arroz sucumbiu ao Clube das Temporadas. Para se ter uma noção do extraordinário feito coral, no dia seguinte, o Fluminense enfrentou o forte time do Flamengo/RJ, que também visitava a capital cearense, e goleou por 5×2, levando a Taça Acrísio Moreira da Rocha para o Rio de Janeiro. A redescoberta da crônica na Esporte Ilustrado é uma evidência da grandeza do feito em seu tempo. Tá na história!

RECORDE MAIS UM DOS TREZE CLÁSSICOS CONTRA O CEARÁ EM 1981

Ferroviário e Ceará se enfrentaram 13 vezes na temporada de 1981. A conta engloba 2 amistosos e 11 partidas válidas pelo Campeonato Cearense daquele ano. O vídeo raro acima é do dia 4 de outubro de 1981, mais precisamente o 10º encontro entre ambos naquele ano, que depois chegaram a protagonizar os confrontos decisivos da competição. O jogo foi disputado no Castelão e era válido pela 1ª fase do 3º turno. Luís Vieira Vila Nova comandou a partida diante de 12.651 pagantes. Treinado pelo experiente Moésio Gomes, o Tubarão da Barra formou naquele domingo com o futebol de Salvino, Paulo Maurício, Paulo César Piauí, Nilo e Roner; Augusto, Meinha e Sima (Doca); Jangada, Roberto Cearense e Babá (Paulinho); O Ceará, do treinador Caiçara, jogou com Lulinha, João Carlos, Pedro Basílio, Lula e Valdemir; Alves, Zé Eduardo (Barretos) e Nicássio; Jorge Luís Cocota, Marciano e Ramon (Ademir Patrício). O já falecido narrador Fernando Vanucci na TV Globo errou o nome dos jogadores que assinalaram os gols do jogo. Valdemir marcou contra para o Ferrão e Barretos assinalou o gol de empate alvinegro. O tento coral saiu do cruzamento do ponta esquerda Paulinho, oriundo do Cruzeiro/MG, que veio para a Barra do Ceará na negociação que envolveu a venda do craque Jacinto para o time mineiro.

QUEM VAI MARCAR O GOL DE NÚMERO 7.000 DA NOSSA HISTÓRIA?

É muito possível que o gol de número 7.000 da história do Ferroviário Atlético Clube saia ainda em 2023. Além de eventuais amistosos, o time coral tem em seu calendário as disputas da Série D do Campeonato Brasileiro e da Taça Fares Lopes, inclusive duas competições as quais já foi campeão em edições anteriores. Quando restarem 10 gols para a marca de 7.000, o Almanaque do Ferrão e a própria diretoria coral se encarregarão de anunciar e promover uma contagem regressiva. Recentemente, o Tubarão da Barra ultrapassou a marca de 3.900 jogos em sua história. Há dez anos, quando foi lançada a primeira edição impressa do Almanaque do Ferrão, o total era de 3.449 partidas. Uma segunda edição, revisada e atualizada, está sendo preparada e em breve entrará em campanha de financiamento coletivo para garantir a viabilidade financeira visando o lançamento da nova obra, que deverá ter um formato físico maior, com medidas de 20x27cm.

LENDÁRIO GOLEIRO ZÉ DIAS EM FOTOGRAFIA RARA DE 1946

Mais uma bela fotografia do acervo do pesquisador Nirez: Zé Dias em ação no Presidente Vargas

O eletricista e goleiro Zé Dias já mereceu algumas postagens aqui no blog, inclusive uma delas contemplou um vídeo raro gravado com breve, porém valioso, depoimento sobre suas memórias no futebol e na famosa Estrada de Ferro. O arqueiro com o maior número de jogos com a camisa do Ferroviário Atlético Clube até hoje aparece na imagem acima do Arquivo Nirez. O registro data de 17 de Novembro de 1946, no antigo Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza. O Ferroviário recebeu o Bahia/BA para um amistoso e foi goleado pelo placar de 6×3. Zé Dias era como informalmente chamava-se o operário José Dias da Silva, que trabalhava como eletricista na saudosa RVC – Rede de Viação Cearense. Ele entrou em campo 198 vezes com a camisa coral entre as temporadas de 1944 e 1957. O lendário goleiro nasceu na capital cearense no dia 27/06/1926 e faleceu na primeira metade dos anos 2000. Zé Dias estava em campo no famoso episódio em que todo o time do Ferroviário foi preso durante uma decisão de campeonato contra o Fortaleza. Mesmo depois de pendurar as luvas, o ex-goleiro coral sempre acompanhou o Ferrão em sua longa trajetória.

LANÇADO LIVRO EM HOMENAGEM AO GOLEADOR PACOTI

Amigos do quixadaense Pacoti organizaram o livro em memória do grande artilheiro cearense

Ele merecia um livro, pois foi um verdadeiro gigante em seu tempo como atleta. Falecido em novembro de 2021, o eterno goleador Pacoti recebeu uma bela homenagem por parte de três amigos que decidiram lançar uma publicação para eternizar fatos e fotos de um dos maiores jogadores que o futebol cearense já produziu. Ontem, na Praça do Ferreira, reduto querido do saudoso goleador durante toda sua aposentadoria, uma breve cerimônia marcou o lançamento em Fortaleza da obra “Pacoti O Homem Goal”, organizado por João Eudes Costa, Airton Almeida Monteiro e Edvardo Moraes Vavá. O livro traz textos diversificados e escritos com amor por privilegiados autores. A nova publicação pode ser adquirida ao preço de 40 Reais, na própria Praça do Ferreira, mais especificamente na banca O Paixão, um querido amigo do ex-jogador do Ferroviário, Vasco/RJ, Sporting de Portugal, entre outros.

Velhos companheiros, amigos e ex-jogadores prestigiaram o lançamento do livro na Praça do Ferreira

Sem muito alarde, os amigos de Pacoti se reuniram na manhã de ontem defronte a banca O Paixão e com um caixa de som e microfone prestaram homenagem ao saudoso Pacoti. Velhos companheiros relembraram brevemente fatos pitorescos vivivos ao lado do grande artilheiro. Três ex-jogadores do Ferroviário compareceram ao evento conforme ilustra a foto acima, da esquerda para a direita: o ex-atacante Facó, o craque Marcos do Boi e o eterno zagueiro coral Luiz Paes. Pacoti é considerado o maior ídolo da história do Ferroviário Atlético Clube e viverá para sempre na memória coral. Agora, as páginas do primeiro livro sobre sua vida e carreira reforçam ainda mais a grandeza histórica do saudoso e inesquecível goleador.

PRESENTE E PASSADO JUNTOS: DOUGLAS E MARCELINO EM EVENTO

Melhor goleiro de 2023 com o goleiro recordista de 1973: Douglas e Marcelino juntos em evento

Douglas e Marcelino juntos. Isso mesmo, a união de goleiros do Ferroviário Atlético Clube com cinco décadas de distância em termos de geração ocorreu ontem à noite no salão de eventos do Shopping Benfica. O evento organizado pelo radialista Hilton Oliveira Junior chegou a sua oitava edição e premiou os melhores do Campeonato Cearense de 2023, encerrado na semana passada. Douglas foi escolhido o ´Melhor Goleiro` da competição. Nos bastidores, o atual arqueiro coral conheceu Marcelino, que também estava sendo homenageado na qualidade de ´Ídolo do Passado` em alusão a seu extraordinário recorde histórico de 1.295 minutos sem sofrer gols, que completa 50 anos na atual temporada. Por algumas horas, 1973 e 2023 caminharam lado a lado na noite memorável de ontem. Falando ao microfone, Marcelino mandou o recado para Douglas: “Eu quero que você quebre o meu recorde” em meio aos aplausos de mais de uma centena de presentes. E viva o Ferrão!

MATÉRIA DA TELEVISÃO PIAUIENSE SOBRE O ARTILHEIRO BATISTINHA

A matéria acima foi ao ar pela TV Cidade Verde, do Piauí, em 2020. Ela é sobre o atacante Batistinha, que nasceu em Teresina e começou a carreira no Flamengo/PI. Depois de se destacar no 4 de Julho da cidade de Piripiri/PI, o jogador veio para o futebol cearense, contratado pelo Ferroviário para a temporada de 1993. No ano seguinte, o atleta foi um dos principais artífices do título estadual do Ferrão e seguiu carreira jogando em outras equipes a partir de 1995, quando o Tubarão da Barra conquistou de forma triunfal o inédito bicampeonato. Batistinha fez 80 jogos com a camisa coral entre 1993 e 1994, deixando sua marca 44 vezes nas redes adversárias. Na matéria acima, você verá que João Batista Crispim Filho é herdeiro do ex-goleiro Batista, um dos maiores arqueiros da história do futebol piauiense. Batistinha é um ídolo eterno da torcida coral e, até hoje, um de seus gols é sempre lembrado nas arquibancadas como um dos mais emocionantes da história do Ferrão, exatamente contra o Ceará, no segundo jogo decisivo do 3º turno do Campeonato Cearense de 1994, que permitiu ao Tubarão jogar por um simples empate na semana seguinte e arrebatar o inesquecível título de campeão junto com um verdadeiro timaço.

O EX-JOGADOR CORAL QUE UM PRESIDENTE DE CLUBE MATOU

Matéria em jornal cearense sobre o meia esquerda Cássio antes de sua estreia contra o Fortaleza

Ele jogou pela primeira vez pelo Ferroviário no dia 13 de outubro de 1991. Entrou durante um clássico contra o Fortaleza, no Castelão, substituindo um centroavante baiano de nome Paulo César. Foram apenas 5 jogos com a camisa coral naquele breve período. Estamos falando do meia esquerda Cássio, à época com 22 anos de idade, oriundo do CSA de Maceió. Menos de três anos depois, o jogador ganharia as manchetes nacionais em decorrência de um fato trágico. No feriado de 12 de outubro de 1994, ele teve uma discussão com o então presidente do CSE de Alagoas e acabou assassinado a tiros no sertão do estado. Cássio tinha 25 anos e exigia sua liberação para poder ir para João Pessoa a fim de acompanhar o nascimento de seu primeiro filho. Testemunhas relataram à época que o presidente do CSE atirou primeiro nos dois joelhos do jogador, que chegou a implorar para não ser morto. Em seguida, Cássio tomou um tiro fatal no pescoço. Em 1994, a maioria dos atletas ainda era propriedade fixa dos clubes através do nefasto instituto juridico chamado de “Passe“, que terminou extinto com o advento da Lei Pelé, poucos anos depois. Quando veio para o Ferrão, o meia Cássio foi contratado pelo diretor Carlos Alberto Mota, como afirmava a matéria.