PRIMEIRO JOGO EM PACAJUS FOI NO CAMPEONATO CEARENSE DE 1999

Primeira partida do Ferrão em Pacajus foi oficial e teve adversário atípico no cotidiano da cidade

Nos últimos cinco anos, o Ferroviário tem atuado frequentemente como visitante na cidade de Pacajus, graças ao acesso do time de mesmo nome à primeira divisão cearense. Além disso, o Caucaia manda seus jogos naquela localidade vez por outra. Porém, a primeira vez que o Tubarão da Barra atuou em Pacajus foi no final do século passado em partida oficial válida pelo Campeonato Cearense. Foi no dia 28 de março de 1999 e o adversário foi o Uniclinic. O estádio ainda era chamado de Assís Benício e Mário Leonardo dirigiu o jogo diante de 463 pagantes. O Uniclinic venceu por 3×1, com gols de Warison (2x) e Tosca, com o meio campista Vado descontando para o Ferrão. A derrota custou o emprego do treinador Marcelo Vilar, demitido após o jogo. O time coral foi derrotado com o futebol de Jorge Pinheiro, Chiquinho (Odair), Alencar, Dino e Ivan; Paulo Adriano (Cristovão), Vado (Marquinhos), Rutênio e Inha; Bira e Sílvio. Treinado por Arnaldo Lira, o extinto Uniclinic jogou com Leandro, Luizinho, Tácio, Leandro Cardoso e Romero; Bartô, Adriano Gaúcho, Wendel (Warison) e Esquerdinha (Eridon); Zé Carlos (Gomes) e Tosca. Aquele primeiro jogo do Ferroviário em Pacajus marcou também a primeira vitória oficial do Uniclinic em cima do time coral, algo que voltou a se repetir oficialmente sete vezes na história do futebol cearense até 2018, último ano em que a Águia da Precabura disputou o Estadual como Uniclinic, antes de ser negociado e ter seu nome mudado para Atlético Cearense que, por sinal, derrotou o Tubarão da Barra há apenas dois dias no Campeonato Cearense de 2023.

CLÁSSICO DOS CLÁSSICOS NA COPA DO NORDESTE DEPOIS DE 24 ANOS

O Ferroviário passou a utilizar a nomenclatura “Clássico dos Clássicos” a partir da final de 2017

Ferroviário e Ceará jogam novamente pela Copa do Nordeste em 2023. À exemplo da edição de 1999, as duas equipes são adversárias na competição na atual temporada. Há 24 anos, tivemos uma vitória coral por 2×1, gols de Bira e Rutênio para o Ferrão, além de um empate em 0x0, ambos no PV. Na ocasião, já praticamente nos últimos momentos do Século XX, o clássico entre as duas equipes, que se sucede no calendário cearense desde 1937, ainda não era proclamado como ´Clássico da Paz`. Essa nomenclatura só foi difundida no início dos anos 2000, quando começamos a ter uma onda muito grande de violência nos jogos entre Ceará e Fortaleza, o principal clássico do Estado, o que forçou uma forte campanha na mídia, por parte das autoridades, para balancear e propagar a “paz nos estádios” a partir de um jogo emblemático do futebol local, envolvendo Ceará e Ferroviário, que chegou a ser chamado de “Clássico das Multidões” nas primeiras décadas do confronto. No marco inicial do termo de objetivo claramente pacífico, os atletas alvinegros e corais chegaram a entrar em campo com bandeiras brancas, embora muitas vezes a presumida paz tenha passado muito longe das arquibancadas das duas torcidas nos anos seguintes pelos mais diversos motivos, dentro e nos arredores dos estádios.

Nas primeiras décadas do Ferrão, o jogo contra o Ceará era chamado de “Clássico das Multidões”

Embora compreenda o caráter salutar e pacífico da iniciativa, o Ferroviário passou a questionar o termo ´Clássico da Paz` e instituiu desde 2017, em sua comunicação oficial, o título ´Clássico dos Clássicos` a partir de uma referenciação embasada em fatos históricos e na cronologia indelével do tempo. De forma emblemática, o próprio Ceará utilizou o novo termo em suas mídias oficiais quando as duas equipes se enfrentaram na final do Campeonato Cearense de 2017. Aquele momento, inclusive, mereceu uma postagem especial aqui no blog com inúmeros argumentos plausíveis em defesa da alcunha “Clássico dos Clássicos“, cujo texto pode ser recuperado aqui no histórico. Em síntese, o termo advoga que Ceará x Ferroviário foi, na prática, o clássico mais badalado do futebol cearense muito antes do nosso futebol conhecer outras nomenclaturas para grandes jogos, o que por sí só justifica a ideia por trás de ´Clássico dos Clássicos´. O Ferroviário Atlético Clube resolveu institucionalmente bancar essa ideia em sua comunicação oficial e acredita que o tempo se encarregará de incutí-la nas diversas mentes do futebol cearense, embora o vício e o costume da repetição de convenientes narrativas de praxe, sem questionamento da artificialidade dos fatos e da negligência do que é efetivamente histórico, seja uma constante no cotidiano brasileiro em vários setores. No futebol não seria diferente. Para o Ferrão é “Clássico dos Clássicos” e bola pra frente, porque novas ideias devem estar sempre no cardápio para serem propostas e são elas que movem a própria história adiante.

FOTOGRAFIA DE 1989 COM CAMISA DIFERENTE E LIRA NO MEIO CAMPO

Ferroviário Atlético Clube em 1989 – Em pé: Caetano, Osvaldo, Evilásio, Fiúza, Lira e Marcelo Veiga; Agachados: Osmarzinho, Zé Carlos Paranaense, Joãozinho Paulista, Jacinto e Cacau

O registro fotográfico acima aconteceu no dia 17 de maio de 1989, no PV. Essa onzena bateu o América por 2×0 em jogo válido pelo 2º turno do Campeonato Cearense. O artilheiro Cacau marcou os dois gols da partida. Além do novo padrão de camisas que fazia sua estreia e foi pouco utilizado, a imagem acima traz alguns jogadores que não são normalmente encontrados nas fotografias do Ferrão ao longo do tempo. É o caso do zagueiro Fiúza, egresso das categorias de base, e que só fez 4 jogos pelo time principal do Tubarão da Barra. Esse jogo marcou a estreia do meio campista Lira, ex-Ceará. Ele acabou expulso no segundo tempo pelo árbitro Eduardo Florentino. Lira teve uma passagem controversa pelo Ferrão, fazendo apenas 15 jogos e sendo expulso novamente num jogo contra seu ex-clube, logo nos primeiros minutos do confronto, justamente em sua última partida com a camisa coral. Mais de 15 anos depois, Lira foi treinador do Ferrão na ótima campanha no Campeonato Brasileiro de 2006, na temporada de 2009 e também no rebaixamento estadual em 2014. Lado a lado na foto acima, vemos os jogadores Lira e Marcelo Veiga, que depois se enfrentaram algumas vezes como treinadores de equipes diferentes nos anos 2000. No registro é possível ver também o famoso centroavante Joãozinho Paulista e o meia Zé Carlos Paranaense, que bateu o pênalti decisivo na conquista do Torneio Ciro Gomes no início daquele ano. Outro jogador na imagem é o ponta direita Osmarzinho, ex-Santos/SP, que teve uma boa passagem na Barra do Ceará.

COMPLETOU UMA DÉCADA SEM VALDEMAR CABRAL CARACAS

O vídeo acima recorda a noite que o Ferroviário jogou pela primeira vez em sua história sem a atenção de seu fundador. Há 10 anos, o Tubarão da Barra entrava em campo no PV para mais um compromisso do Campeonato Cearense de 2013 e homenageava a memória de Valdemar Caracas, falecido apenas dois dias antes. Apesar de uma década de distância, o tempo transformou a saudade em sorriso e quando a família coral lembra de Valdemar Caracas, parece que nada mudou. É como se ele estivesse ainda na sua cadeira de balanço a desferir críticas implacáveis e palavras ferinas contra os adversários, mas nunca sem perder a doçura de uma figura essencialmente simpática e amável. O jogo destacado no vídeo da TV O Povo foi contra o Tiradentes, numa vitória por 3×2, com 2 gols do artilheiro Giancarlo e 1 gol do meio campista Foguinho, que atualmente se destaca no futebol japonês. Treinado pelo gaúcho Gilson Maciel, o time coral venceu a partida com Fernando Júnior, Everton, Lima, Cleylton e Tinga; Vagno Pereira, Leandro Sobral (Márcio), Foguinho e Kleyton (Maico Motta); Ted Love (Luisinho) e Giancarlo. O Tiradentes perdeu com Fábio Lima, Marcos Vinícius, Henrique, Rafael e Rômulo; Pedro Bambu (Manoelzinho), Elton, João Neto e Ailton (Vaninho); Gabriel e Dico (Ribinha). O treinador do Tigre era o saudoso Argeu dos Santos. O árbitro foi Cleuton Lima e o público foi de 1.675 pessoas. Na ocasião, a diretoria coral cunhou uma frase que marcou a despedida ao velho Caracol: “Quem cria uma paixão vive para sempre no coração“.

DINAMITE JOGOU 2 VEZES E NUNCA MARCOU GOL CONTRA O FERRÃO

Ídolo Dinamite enfrentou o Ferrão em duas partidas, mas não marcou gols em cima do Ferrão

O futebol brasileiro perdeu no início dessa semana um de seus maiores goleadores. Depois de uma árdua batalha contra o câncer, Roberto Dinamite, eterno ídolo do Vasco da Gama, partiu para o plano superior. Durante grande parte dos anos 1970 e 1980, Roberto dividiu com Zico, do Flamengo/RJ, o protagonismo entre os grandes craques do país. Diferente de seu amigo e antigo rival nos gramados, Dinamite enfrentou o Ferroviário Atlético Clube em apenas duas oportunidades, ambas na mesma temporada. O Vasco/RJ levou a melhor nos dois jogos, mas o camisa 10 vascaíno não marcou gols em cima do Ferrão. Referidas partidas já tiveram o vídeo de seus gols publicados aqui no blog. A primeira foi um jogo bastante polêmico, em janeiro de 1983, no Castelão e a segunda, exatamente no jogo da volta em São Januário, pouco mais de um mês depois, a equipe carioca venceu sem muita dificuldade. As fichas técnicas das duas partidas também foram devidamente publicadas nas respectivas postagens. Vale a pena revê-las. Que Roberto Dinamite descanse em paz!

FERRÃO BATE CONFIANÇA NOS PENAIS E VAI PRA COPA DO NORDESTE

No Campeonato Brasileiro de 1997, o Ferroviário passou do Confiança nos pênaltis em jogo memorável realizado, num domingo de manhã, no Elzir Cabral. Ontem, o fato se repetiu, dessa vez em Aracaju pela fase preliminar da Copa do Nordeste. Acima, você confere o vídeo dos penais que terminaram com o placar de 5×4. Ciel, Mattheus Silva, Matheus Lima, Fabão e Roni Lobo converteram suas cobranças para o Ferrão. O zagueiro Éder Lima desperdiçou a sua. Depois de passar por Asa de Arapiraca e Confiança/SE, o Tubarão da Barra volta a disputar a fase de grupos da Copa do Nordeste depois de 5 anos. O time coral vai enfrentar o Bahia, ABC, Campinense, Ceará, Náutico, Sergipe, CSA e Santa Cruz, além de faturar cerca de 2 milhões de Reais em cotas de TV. Considerando que na edição de 2022, o Ferroviário Atlético Clube foi eliminado logo na fase preliminar para o Floresta em novembro do ano anterior, a edição de 2023 será a sétima participação coral na principal competição que envolve equipes nordestinas. Muito antes da existência da Liga do Nordeste, o Ferroviário teve duas participações no antigo Nordestão (1968 e 1970) e quatro participações na Copa do Nordeste (1997, 1999, 2018 e 2022).

FALECEU MURILO PARDAL, EX-TREINADOR DO FERRÃO EM 1982

Murilo Pardal, em foto de 1968 no Flamengo/RJ, foi treinador do Ferroviário na temporada de 1982

Seu nome era Paulo Murilo Frederico Ferreira, mas ficou conhecido no futebol brasileiro como Murilo Pardal. Nascido no Rio de Janeiro, o lateral direito Murilo brilhou no Flamengo/RJ e chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira em meados dos anos 1960. Ele ficou no clube carioca de 1963 a 1971 e conquistou muitos títulos. No final de 2022, Murilo Pardal faleceu aos 81 anos de idade. Nos últimos anos de sua vida, o ex-jogador e técnico de futebol residiu numa casa de abrigo para idosos. Depois de atuar ainda como atleta no futebol piauiense, Murilo passou a treinar equipes pelo Brasil. Passou por times como Americano/RJ, Tiradentes/PI, Campinense/PB e Fortaleza até chegar para o Ferroviário no início de 1982. Na Barra do Ceará, comandou uma equipe que tinha nomes como o ainda jovem goleiro Barbiroto e os experientes Darci Munique, Chiquito, Almir e Paulo César Cascavel, além dos atletas da casa como Laércio, Jorge Henrique, Roberto Cearense e Babá. Sua estreia no comando técnico coral ocorreu contra o Itabaiana/SE, em 7/3/1982, pelo Campeonato Brasileiro. Foram apenas 17 jogos no comando do Ferrão. O treinador Paulo Murilo Pardal foi mais um nome que passou pela Seleção Brasileira e trabalhou no futebol cearense, fato frequentemente esquecido nas diversas listas que vemos por aí sobre o assunto. Descanse em paz, Murilo Pardal.

REGISTRO DA DISPUTA DE PÊNALTIS ENTRE FERRÃO E ASA DE ARAPIRACA

Depois de 43 anos, Ferroviário e Asa de Arapiraca voltaram a se enfrentar. Após um empate em 1×1 no tempo normal, o regulamento da fase preliminar da Copa do Nordeste 2023 previa a disputa de pênaltis para decidir quem seguiria no sonho de entrar na fase de grupos da competição. O Ferrão bateu o Asa por 4×3 para delírio dos torcedores presentes ao Presidente Vargas. Após a sequência das cinco cobranças iniciais, o placar continuou empatado em 3×3. Ciel e Felipe Guedes desperdiçaram suas cobranças para o Ferrão, enquanto Mattheus Silva, Éder Lima e Thiaguinho converteram as suas. Nas cobranças alternadas, o experiente Lúcio Maranhão perdeu para o Asa e o zagueiro Roni Lobo fez o gol que sacramentou o triunfo por 4×3. O Ferroviário não vencia uma disputa de pênaltis desde o jogo do acesso contra o Campinense na Série D do Brasileiro de 2018. Desde então, o time coral havia perdido 3 decisões nos penais para o Caucaia, na Taça Valdemar Caracas em 2019, para o América/MG na Copa do Brasil em 2021 e para o Floresta na fase preliminar da Copa do Nordeste de 2022, disputada em novembro de 2021.

CRAQUE JACINTO RECORDA JOGO CONTRA O ASA-AL EM 1979

Logo após o título de Campeão Cearense de 1979, o Ferroviário iniciou as disputas do Campeonato Brasileiro daquele ano. Numa chave que tinha equipes como o Potiguar/RN, Fortaleza, CSA/AL, ABC/RN, entre outros, o Tubarão da Barra foi até Arapiraca enfrentar o bom time do Asa. Acima, o craque Jacinto, autor de um dos gols naquela memorável vitória coral por 2×0, recorda em áudio o grupo de atletas que conquistou aquele excelente resultado fora de casa. Jacinto aproveita ainda para desejar um Feliz 2023 para os torcedores corais, quando o Ferrão coincidentemente volta a enfrentar a equipe alagoana depois de 43 anos.

JOGO CONTRA O ASA É APENAS O SEGUNDO CONFRONTO NA HISTÓRIA

Primeiro jogo entre Ferroviário e ASA de Arapiraca aconteceu em outubro de 1979 pelo Brasileirão

O ano é 1979 e o Ferroviário disputava o tão sonhado Campeonato Brasileiro depois de longos anos de espera. O ASA de Arapiraca era um dos adversários da chave do Ferrão. Até hoje, o único confronto entre as duas equipes aconteceu no dia 14 de outubro daquele ano, justamente na cidade que ostentava o título de capital brasileira do fumo, no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, popularmente conhecido como Fumeirão. Arapiraca recebeu vários torcedores do Ferrão, que chegava com as credenciais de campeão cearense da temporada. No carro rumo à Alagoas, Vicente Monteiro, Zé Limeira e Valdemar Caracas seguiram juntos e contaram várias vezes as resenhas da inédita viagem. Trouxeram a vitória por 2×0, gols de Jacinto e Dedé, ambos marcados no 2º tempo. Treinado por César Moraes, o Tubarão da Barra venceu com Cícero, Nonato Ayres, Lúcio Sabiá (Jorge Luís) e Ricardo Fogueira; Jeová, Terto e Jacinto; Raulino (Doca), Dedé e Babá. O time alagoano, do treinador Alberto Menezes, jogou com Marco Antônio, Jorge Luiz, Zé Alberto, Geraldo e Hélio; Leônidas, Bio (Calu) e Marcos Itabaiana; Joãozinho, Freitas e Carioca (Esquerdinha). O árbitro gaúcho Carlos Sérgio Rosa Martins apitou o jogo. Ao final da tabela, o Ferrão não passou da 1ª fase, já o adversário conseguiu se classificar para a 2ª fase da competição após cinco vitórias consecutivas, o que colocou Arapiraca no centro das atenções do futebol brasileiro. Em 2023, agora pela fase preliminar da Copa do Nordeste, as duas equipes voltam a se enfrentar depois de 43 anos. Dessa vez, o jogo acontece em território coral, na cidade de Fortaleza, mais precisamente no Estádio Presidente Vargas.