
A sede e o estádio do Ferroviário ficam localizados no bairro da Barra do Ceará, mais precisamente na Rua Dona Filó, número 650. O que muita gente tem curiosidade de saber é quem foi a senhora que cedeu seu nome para aquela rua situada na zona oeste da cidade. Não foi uma mera coincidência. Dona Filó foi uma baluarte na história coral entre as décadas de 1940 e 1960, período em que a participação feminina no futebol era algo raro e praticamente proibido. Ela teve uma morte súbita em 1963, após longos anos de ajuda e incentivo às várias formações de diretoria no clube. A matéria de jornal acima, publicada logo após seu falecimento, resume um pouco da importância de Dona Filó. Entre várias ajudas que prestou ao time coral, ela era proprietária de uma pensão que hospedava jogadores que chegavam para o Ferroviário. Por exemplo, foi lá que os irmãos Manoelzinho e Raimundinho foram acolhidos quando desembarcaram do Piauí em 1946. Quando a direção do clube definiu a Barra do Ceará para a construção da definitiva sede coral, já na segunda metade dos anos 1960, o nome da saudosa Filomena Cecília foi imediatamente lembrado. Entre a manifestação da ideia e o trâmite burocrático em nível municipal passaram-se alguns anos, até que definitivamente o nome oficial do logradouro passou a ser Rua Dona Filó, uma eterna homenagem a quem muito fez pelo Ferroviário.
Justa a homenagem. Conheci d. Filo morando na rua Liberato Barroso, entre Padre Mororo e Agapito do Santos. Sempre às 10h30, diariamente, com uma sacola na mão, ela ia para o Mercado São Sebastião comprar carne para os seus meninos, ( na Hora da Xepa). Outro destaque era o seu look: “sempre combinando as três cores, vermelho, preto e branco” e sua tradicional tarrafa no cabelo. Quanta saudade dessa heroína.
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Que belo depoimento, Edson. Obrigado.
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Graça e paz a todos!
Não conheci pessoalmente a D. Filó, mas meu pai o “seu Chico Malaquias”, um torcedor fanático do clube, e que até chegou a morar um bom tempo dentro da sede do ferrão na Barra do Ceará, fazia inúmeros elogios ao bom coração da Dona Filó. Houve um tempo gente, que o ferrão tinha sua arrecadação certa vinda por “direta” contribuição dos empregados da saudosa RVC. Mesmo assim, se por algum motivo a situação ficava apertada para os jogadores que se hospedavam na casa da Dona .Filó, ela os tranquilizava quanto as dívidas, as vezes perdoando os pagamentos, as vezes dizendo que um dia eles pagariam. Diziam ás más línguas que, para alguns bons jogadores ali hospedados era o ferroviário que bancava todas as despesas, despesas estas que muitas vezes foram carinhosamente esquecidas por Dona Filó.
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