FERROVIÁRIO NO PRIMEIRO JOGO NOTURNO DO FUTEBOL CEARENSE

Zuza deu as cartas em campo

Foi num 28 de setembro como hoje, só que no século passado, na já longínqua temporada de 1939. O futebol cearense havia testemunhado um jogo noturno com a utilização de velas, porém nunca havia sido realizada uma partida com a utilização de refletores acesos com energia elétrica. E foi o Ferroviário justamente um dos protagonistas dessa iniciativa, enfrentando a tradicional equipe do Estrela do Mar, ainda no Campo do Prado, que recebia 40 refletores e passava a hospedar jogos noturnos. Foi uma quinta-feira histórica e o planeta começava a viver os primeiros dias e os horrores da II Guerra Mundial. Dentro de campo, o craque pernambucano Zuza dava as cartas aos comandados do técnico Manoel Rabelo. Quando o árbitro Humberto Ellery encerrou o amistoso, o Ferrão venceu por 2×1 com dois gols do atacante Abreu. Assis descontou para o adversário. Naquele amistoso histórico, o time coral formou com Dias, Baiano e Popó; Lourival, Miro e João; Pepê, Camocim, Zuza, Abreu e Chinês. O Estrela do Mar jogou com Zé Augusto, Camilo e Brandão; Nieps, Damasceno e Chico Eduardo; Assis, Ciro, Marcos, Vitalzinho e Mário Negrin. O campeonato cearense de 1939 só foi finalizado no início do ano seguinte. O Ferroviário foi eliminado pelo Ceará em janeiro de 1940 e terminou a competição na quinta colocação.

VILAR PODE PASSAR IVONÍSIO MOSCA NO RANKING DE TREINADORES

Vilar pode ultrapassar a marca de Ivonísio

Marcelo Vilar segue firme na construção de um recorde pessoal como treinador do Ferroviário Atlético Clube. Em breve, ele pode ultrapassar a marca de Ivonísio Mosca de Carvalho, técnico campeão invicto pelo Ferroviário em 1968, que tem registrado em seus números o total de 112 partidas no comando coral entre 1966 e 1968. Falecido em 1975, Ivonísio é até hoje o 6º colocado no ranking coral de treinadores em relação ao número de partidas dirigidas. Vilar  atualmente é o 7º colocado e já alcançou a marca de 105 jogos como treinador do Ferrão entre amistosos e jogos oficiais. Se tudo caminhar bem no campanha coral na Série C nacional dessa temporada, a expectativa é que Marcelo Vilar assuma a sexta posição no ranking. Curioso pra saber os cinco primeiros colocados com base nos números oficiais que serão disponibilizados numa futura edição impressa do Almanaque do Ferrão? Em 1º lugar: Babá com 203 jogos entre 1947 e 1959. Na 2ª posição: Lucídio Pontes com 168 jogos entre 1971 e 1990. Em 3º lugar: Vicente Trajano com 154 jogos entre 1954 e 1973; Em 4º lugar: Erandy Pereira Montenegro com 138 partidas entre 1975 e 1989; e na 5ª colocação: Valdemar Caracas com 130 jogos entre 1933 e 1946. Em 87 anos de história, o glorioso Tubarão da Barra já teve 161 treinadores.

GOL DE CARDOSINHO EM COBRANÇA DE FALTA CONTRA O AMÉRICA

No dia 23 de setembro de 1984, o Ferroviário bateu o América/CE por 1×0 em jogo válido pelo 2º turno do Campeonato Cearense. O gol foi marcado pelo atacante Cardosinho no segundo tempo da partida. A cobrança de falta do ex-jogador maranhense merece o devido destaque no aniversário de 36 anos daquela vitória, razão pela qual postamos acima o vídeo com o gol de belíssima feitura em cima do famoso goleiro Tarcísio Abelha. Treinado por José Oliveira, o Tubarão da Barra formou naquela partida com o futebol de Carlinhos Baiano, Tuca, Russo, Nilo e Edson; Doca, Wilson e Paulinho Lamparina; Júnior Xavier (Cardosinho), Orlando e Ramon (Escurinho). O treinador Arrupiado escalou o América com uma formação de jogadores rodados e experientes no futebol cearense: Tarcísio, Benone, Artur, Darci e Jair; Pinto, Ednardo e Magela; Luciano, Ivan e Evaldo. O jogo foi apitado por Gustavo Adolfo Maia, que depois virou analista de arbitragem, trabalhando em diversas rádios de Fortaleza. Um público de 1.472 pagantes foi ao PV. Em 2016, Cardosinho morava na França e o fato foi destacado em postagem aqui no blog. Atualmente, ele mora no Maranhão.

FERRÃO E PAYSANDU SE ENFRENTAM PELA QUARTA VEZ NA HISTÓRIA

Holanda: goleiro contra o Paysandu em 1971

Os famosos Tubarão da Barra e Papão da Curuzu jogam nesse domingo, em Fortaleza, pela Série C do campeonato brasileiro de 2020. Os dois têm muita história em suas respectivas praças, porém poucas vezes se enfrentaram no decorrer dos anos, ainda assim, somente em pelejas amistosas, em 1946, 1955 e a última em razão de uma excursão coral à Região Norte do país, na já distante temporada de 1971. Nesse terceiro encontro entre ambos, o Ferroviário se apresentava com a fama de fabulosa equipe, o `Timão` como era chamado na qualidade de campeão cearense do ano anterior, conquista esta sacramentada apenas cinco meses antes. Depois de disputar o chamado Torneio Amazonense, em Manaus, contra Rio Negro/AM, Rodoviário/AM e Nacional/AM, a delegação coral desceu até Belém e bateu o Remo/PA por 2×0 em seu primeiro amistoso na capital paraense. Na sequência, jogou contra o Paysandu. O amistoso foi disputado no estádio do Remo e terminou empatado em 1×1. O ponta esquerda Alísio marcou para o Ferrão e Benê empatou, aos 42 minutos finais, para o Papão da Curuzu. Estamos falando do dia 5 de Fevereiro de 1971. Treinado por Alexandre Nepomuceno, o time coral jogou com Holanda, Wellington, Esteves, Gomes e Eldo; Zé Maria Paiva (Simplício) e Coca Cola; Simão, Amilton Melo, Odacir (Facó) e Alísio (Nei). A equipe paraense formou com Arlindo, Paulo Tavares, Osmani, João Tavares e Carlinhos; Beto e Alfredinho; Edilson Freitas (Vila), Jorge Costa (Mário), Benê e Antônio Maria. Dessa formação, Paulo Tavares e Jorge Costa jogariam ainda no Ferroviário naquela década. Dois dias depois desse amistoso, Remo e Paysandu juntaram seus melhores jogadores num combinado, uma espécie de selecionado paraense, para finalmente tentar bater o Ferrão. Não conseguiram. Tentativa em vão, pois foi registrado mais um empate, dessa vez por 2×2, e assim encerrava-se a excelente performance coral no Norte do país.

LUISINHO E BETINHO DECISIVOS NUM CLÁSSICO DAS CORES EM 1982

Luisinho e Betinho foram duas ótimas contratações para o campeonato cearense de 1982. Os dois vieram do futebol pernambucano, mais precisamente do América e do Sport, respectivamente. O primeiro era um eficiente lateral esquerdo, já o segundo foi um meio campista de mão cheia, craque na verdadeira acepção da palavra. Experientes, ambos contribuíram bastante dentro de campo naquele ano e também na temporada seguinte. No vídeo acima, vemos os gols desses dois jogadores  contra o Fortaleza, num 19 de setembro como hoje, que terminou com a vitória coral por 2×1 no Castelão. No gol da vitória, Betinho acertou uma cabeçada certeira e decretou o resultado. Treinado pelo experiente Jálber Carvalho, o Tubarão da Barra formou com Hélio Show, Jorge Henrique, Artur, Goes e Luisinho; Doca, Meinha, Cacau e Betinho; Getúlio (Paulo César Cascavel) e Evaldo (Nilo). O adversário, treinado por Moésio Gomes, perdeu com Sérgio Monte, Roner, Lineu, Chagas e Clésio; Assis Paraíba, Romário (Miltão) e Zé Eduardo; Geraldinho, Adilton e Edmar (Viegas). Hoje em dia, o inesquecível ídolo Betinho mora em Recife e enfrenta problemas de saúde. Por sua vez, Luisinho trabalhou nas categorias de base do Ferrão há pouco mais de dez anos. São dois nomes pernambucanos para sempre na história do Ferroviário Atlético Clube.

DIA DE COMEMORAR MAIS UM ANIVERSÁRIO DO TÍTULO DE 1979

Capa do Correio do Ceará em 1979

Em 1979, num inesquecível domingo, dia 16 de setembro, o Ferroviário bateu o Fortaleza por 3×0 e conquistou o seu sexto título estadual na história. Os gols da peleja já mereceram postagens anteriores aqui no blog, tanto na rara recuperação do vídeo, como no resgaste do áudio histórico durante a transmissão da Rádio Verdes Mares de Fortaleza. Em mais um aniversário daquela conquista, quarenta e um anos depois, destacamos hoje a capa do extinto Correio do Ceará, um dos jornais mais tradicionais do estado até aquela década. Com o título “Campeão Merecidamente“, o famoso periódico estampou a foto da formação que entrou em campo naquela decisão, com o goleiro Edmundo substituindo Cícero Capacete, suspenso, e Jorge Henrique no posto do lateral esquerdo Ricardo Fogueira, expulso no jogo anterior. Em 1979, o Ceará tentava o propalado e inédito pentacampeonato, mas acabou encontrando o Ferrão no caminho e o teve como verdadeiro algoz, sobretudo no histórico confronto realizado quatro dias antes da partida decisiva contra o Fortaleza, confronto este que até hoje é lembrado nos estádios do futebol cearense. Vale lembrar que o Ferrão teve quatro treinadores naquela campanha: Pedrinho Rodrigues, 15 jogos, José Oliveira, 6 partidas, Urubatão Nunes, 23 jogos e César Moraes nos 8 últimos jogos da competição, terminando como o grande campeão. Dos 52 jogos no campeonato cearense, os atacantes Paulo César e Dedé, ambos com 46 apresentações, foram os que mais entraram em campo com a camisa coral. Os jovens Edson e Haroldo foram os que jogaram menos. Cada um entrou em campo uma única vez naquela competição. O legendário Paulo César foi o grande artilheiro do certame com 29 gols.

FOTO RARA DO CAMPEÃO DA TAÇA EVANDRO AYRES DE MOURA EM 1976

Ferrão campeão do Torneio Evandro Ayres de Moura – Em pé: Giordano, Arimatéia, Jocecir, Marcus, Júlio e Hélio; Agachados: Vanderley, Cláudio Silva, Alzir, Carlos Alberto e Babá

Evandro Ayres de Moura foi prefeito de Fortaleza em meados dos anos 1970. Em sua homenagem, foi organizada uma competição de segundo semestre, na temporada de 1976, que contava com a participação das equipes cearenses, com exceção de Ceará e Fortaleza, que estavam no campeonato brasileiro. O retrato acima é o time coral exatamente na final dessa competição, mais precisamente no dia 10 de novembro, antes de bater o Tiradentes por 4×2 e conquistar o título sob o comando de Lucídio Pontes, seu primeiro título pelo Tubarão da Barra. Foram 11 jogos no total. O Ferrão caiu na chave A com Calouros do Ar e Guarany de Sobral em jogos de ida e volta. O Tiradentes, campeão da Chave B, venceu o 1º turno nos pênaltis contra o Ferroviário, vencedor da Chave A. Os dois times também fizeram a final do 2º turno, vencida pelo time coral por 3×2. Na grande decisão, dia do registro da foto em questão, o Ferroviário aplicou 4×2 em cima do Tigre e levou a taça para sua galeria de troféus na Barra do Ceará. Na onzena que entrou em campo no dia da final, no PV, o lateral direito Marcus era irmão do conhecido narrador de futebol Carlos Fred, falecido em 2016.

IMAGENS RARÍSSIMAS DA FESTA CORAL NO TÍTULO ESTADUAL DE 1988

No dia de hoje, comemora-se mais um aniversário da brilhante conquista do campeonato cearense de 1988 por parte do Ferroviário Atlético Clube. Naquele dia 7 de setembro, uma quarta-feira, o time coral bateu o Fortaleza por 1×0, gol de Marcelo Veiga, e conquistou a taça de campeão estadual depois de 9 anos. As imagens acima são raríssimas e, apesar das inconsistências no áudio e na qualidade do vídeo, conseguiram ser resgatadas pelo Almanaque do Ferrão, especialmente para ilustrar a data comemorativa de hoje. Referidas imagens mostram a festa coral ainda dentro do gramado do Castelão, a volta olímpica, entrevistas com os dirigentes Domar Pessoa e Vicente Monteiro, além de depoimentos dos jogadores Arnaldo, Alves, Arimatéia, Edson, Jacinto e Marcelo Veiga. Mostram também a festa da torcida coral na Barra do Ceará após o jogo e apresentam os comentários do saudoso Sérgio Pinheiro, falando sobre a grande conquista coral. Vale a pena ter acesso a esse material extraído de programas da TV Verdes Mares de Fortaleza, veiculados no dia seguinte à conquista do Ferrão, com a participação dos apresentadores Tony Moraes, Tony Nunes e João Inácio Júnior. Mais de três décadas depois, esse material de 12 minutos de duração consegue ainda demonstrar toda a emoção que representou aquele título para a torcida do Ferroviário naquela temporada. Aproveite e curta essa verdadeira raridade!

QUARENTA ANOS DE UM EMPATE COM O CEARÁ COM BELO GOL DE JACINTO

O vídeo acima é mais um resgate histórico do blog. São imagens raríssimas de quarenta anos atrás, mais precisamente do dia 31 de agosto de 1980, com os gols de um clássico entre Ferroviário e Ceará que terminou empatado em 1×1. Um detalhe histórico marcou a caminhada coral nessa partida: foi a primeira vez que o Ferroviário atuou no Castelão depois da reforma que concluiu o anel superior das arquibancadas do estádio, inaugurado para a visita do Papa João Paulo II à capital cearense. Jacinto marcou para o time coral e Ivanir empatou para o alvinegro. O jogo foi válido pelo 2º turno do campeonato cearense e recebeu um público de 21.386 pagantes. Treinado pelo experiente Lanzoninho, o Ferrão jogou com Salvino, Jorge Luís, Lúcio Sabiá, Celso Gavião e Jorge Henrique; Doca, Bibi e Jacinto (Jeová); Osni (Almir), Paulo César e Marco Antônio. O Ceará empatou com Luís Antônio, João Carlos, Pedro Basílio, Lula e Bezerra; Nicássio (Gilson), Ademir Pereira e Zé Eduardo (Sidnei); Getúlio, Ivanir e Jorge Luís Cocota. A partida teve o ex-jogador coral Luís Vieira Vila Nova na arbitragem e movimentou a cidade dada a boa fase das duas equipes. Saudoso tempo da marcação de cal no gramado e das redes amarelas nas traves do Castelão.

VÍDEO DA PRIMEIRA VITÓRIA CONTRA O TREZE EM CAMPINA GRANDE

Resgatamos mais um vídeo raro em nossos arquivos, motivados pela vitória do Ferroviário em cima do Treze/PB, dentro de Campina Grande, no último domingo. A vitória por 3×0 frente ao Galo da Borborema foi apenas a segunda na história verificada dentro da bela cidade paraibana. A primeira ocorreu no já distante ano de 1992, no domingo de páscoa, dia 19 de abril, e as imagens acima apresentam os melhores momentos daquele jogo, válido também pela Série C do campeonato brasileiro. A disputa ocorreu no estádio Presidente Vargas e o Ferrão era treinado pelo ex-zagueiro Djalma Linhares, que utilizou a seguinte formação: Joel, Caetano, Evilásio, Hermes e Roberto; Ednardo, Júnior Piripiri e Gilson; Cantareli (Jó), Jorge Veras (Aloísio) e Arnaldo. Treinado por Zé Lima, o Treze jogou com Luciano, Airton, Lima, John e Humberto; Porto, Warison e Beto; Betinho, Tobi e Washington. O público foi de apenas 771 pagantes e o árbitro potiguar Charles Elliot, mal colocado, marcou um pênalti inexistente para o Ferroviário, convertido pelo ídolo Jorge Veras. O lateral direito Caetano marcou o gol da virada coral, após pela assistência do meia Júnior Piripiri. Warison fez o gol do Treze. Favor não confundir na escalação o ponta esquerda Arnaldo, ex-Tiradentes/PI, com o meia Arnaldo que foi campeão cearense pelo Ferroviário em 1988. Naquela temporada de 1992, pela primeira vez na história, o Ferroviário fez o artilheiro maior de uma competição nacional. Jorge Veras foi o artilheiro da Série C com 9 jogos, fato este só repetido por Edson Cariús, que marcou 11 gols na Série D de 2018 e ainda sagrou-se campeão brasileiro pelo Ferrão.