POR ONDE ANDA A MARAVILHA NEGRA DO TÍTULO CEARENSE DE 1970?

Ex-atacante do Ferroviário no título cearense de 1970 em foto recente no portão de sua casa

Ele compôs ao lado do craque Amilton Melo uma das duplas mais famosas da história do futebol cearense. Juntos, ladeados por um time cheio de excelentes jogadores, fizeram lances e jogadas que infernizaram as defesas adversárias, marcando para sempre as páginas da história coral na notadamente na brilhante conquista do campeonato cearense de 1970. Estamos falando do ex-atacante Paulo Velozo, a maravilha negra da Barra do Ceará, como muitos o chamavam. O Almanaque do Ferrão localizou o ex-jogador em Recife, onde voltou a residir há cerca de cinco anos, depois de décadas morando em Portugal e em São Paulo. Paulo Velozo mandou três áudios para o blog. Vamos deixar que inicialmente ele mesmo exponha suas memórias do tempo que passou pela Barra do Ceará, citando nomes de ex-companheiros e falando sobre o início de sua carreira no futebol. Escute o primeiro trecho abaixo.

Paulo Velozo nasceu em 30 de Julho de 1947, na cidade de Pesqueira, no interior de Pernambuco. Cria do Santa Cruz/PE, um dos adversários do Ferroviário na Série C nacional na atual temporada, certamente seu coração ficará dividido já a partir do próximo domingo, quando as duas equipes se enfrentam, em Fortaleza, pela primeira vez na competição. Quando o Ferrão for jogar em Recife, contra o Náutico/PE ou contra o próprio Santa Cruz/PE, o ex-centroavante coral espera estar presente para matar as saudades do time que soube honrar a camisa no futebol cearense. Abaixo, Paulo Velozo recorda uma passagem com o ex-companheiro Amilton Melo, a quem ele particularmente considerava ´fora de série`. Desde que deixou o clube na temporada de 1971 rumo a Portugal, Paulo Velozo nunca mais retornou à cidade de Fortaleza e nem viu pessoalmente o Ferroviário em campo. Confira seu depoimento na segunda parte do áudio que ele gravou especialmente para o Almanaque do Ferrão.

Hoje em dia, Paulo Velozo é aposentado por tempo de contribuição. Ele trabalhou durante 23 anos no Esporte Clube Pinheiros, na capital paulista, depois que parou de jogar futebol em meados dos anos 1980. No Pinheiros, apesar do seu interesse inicial de trabalhar com o futebol, foi alocado no departamento de serviços gerais, onde chegou a posição de chefe do setor com o passar dos anos. Em termos particulares, o ex-atacante coral tem uma prole invejável. São três filhos legítimos e cinco adotivos em sua família. Atualmente divorciado, ele mora com um filho de 11 anos de idade na casa que pertenceu a seus pais. Evangélico, Paulo Velozo frequenta a Igreja Verbo no bairro do Ipsep em Recife. No último trecho do áudio gravado por ele, Paulo recorda nomes importantes da famosa onzena do Ferroviário que fez fama em sua época.

Após gravar suas três mensagens em áudio, a eterna maravilha negra Paulo Velozo ainda enviou uma outra mensagem de texto, pedindo para a matéria não deixar de enaltecer dois nomes inesquecíveis para ele: José Rego Filho e Ruy do Ceará, dois dos principais dirigentes do período em que vestiu o manto coral. Pedido feito, pedido atendido. Abaixo, pra finalizar, uma fotografia tirada na época com um quarteto coral que deixou lembranças eternas na história do Ferroviário Atlético Clube.

Diretamente do álbum de fotografias e memória de Paulo Velozo: Amilton Melo, ele, Mano e Alisio

FERRÃO PEGA O BOTAFOGO/PB E REEDITA JOGO DA SÉRIE A NACIONAL

Almir em foto de 1980 durante a Série A

Depois de treze anos, o Ferrão volta a disputar a Série C do campeonato brasileiro e reencontra logo na estreia um antigo adversário do tempo da Série A nacional. O próximo jogo coral, domingo que vem, em João Pessoa, será o décimo confronto contra o Botafogo da Paraíba na história. O primeiro ocorreu em 1955 em Fortaleza durante uma temporada de jogos do time paraibano na capital cearense. Já o último aconteceu há quase 33 anos atrás na capital da Paraíba. No meio do caminho, em 1980, as duas equipes jogaram em Fortaleza pela primeira divisão do campeonato brasileiro. Olhando em retrospectiva, foi sem dúvida o confronto mais emblemático entre ambos em todos os tempos. Na ocasião, no Presidente Vargas, houve o empate em 1×1 com tentos marcados pelo goleador Almir, para o Ferrão, e Dão para o time paraibano. Esse empate garantiu a classificação coral para a segunda fase da Série A nacional. Nas duas últimas vezes que se enfrentaram, em 1986, as duas equipes participavam do Torneio Otávio Pinto Guimarães, competição nordestina cujo nome homenageava o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Abaixo, confira a lista de todos os confrontos entre Ferrão e Botafogo/PB na história.

Jogo 01: 15/11/1955 – Ferroviário 1×5 Botafogo/PB – Amistoso – Fortaleza
Jogo 02: 19/11/1955 – Ferroviário 5×1 Botafogo/PB – Amistoso – Fortaleza
Jogo 03: 21/08/1968 – Ferroviário 0x2 Botafogo/PB – Taça Laudo Natel – Fortaleza
Jogo 04: 02/10/1968 – Botafogo/PB 2×1 Ferroviário – Nordestão – João Pessoa
Jogo 05: 27/11/1968 – Ferroviário 0x0 Botafogo/PB – Nordestão – Fortaleza
Jogo 06: 15/02/1974 – Botafogo/PB 2×2 Ferroviário – Amistoso – João Pessoa
Jogo 07: 30/03/1980 – Ferroviário 1×1 Botafogo/PB – Brasileiro Série A – Fortaleza
Jogo 08: 08/11/1986 – Ferroviário 0x0 Botafogo/PB – O.P. Guimarães – Fortaleza
Jogo 09: 27/11/1986 – Botafogo/PB 3×0 Ferroviário – O.P. Guimarães – João Pessoa

MAIS UM ESTADUAL E O FERROVIÁRIO DE 1968 SEGUE O ÚLTIMO INVICTO

Expresso Coral sobre o título de 1968

Hoje, o Fortaleza fez 2×0 no Ceará no primeiro jogo da final do campeonato cearense de 2019. O alvinegro seguia invicto na competição e havia sério risco de finalmente vermos quebrada a hegemonia do Ferroviário campeão cearense de 1968, reconhecido há 51 anos no futebol alencarino como o ´último invicto`. Nesse quesito, as chances do Ceará nesse ano aumentaram ainda mais porque ele, e o Fortaleza, só entraram na disputa do Estadual após os jogos de oito clubes pelo primeiro turno, fruto de um calendário nacional mais desorganizado do que nunca e que acaba desnivelando o princípio da equidade entre as equipes que disputam a mesma competição, algo tão básico e extremamente necessário para a justiça nos resultados esportivos. Onze anos atrás, a então revista oficial do clube, a Expresso Coral, trazia em suas páginas uma ampla revisão sobre o último título invicto do futebol cearense. Pelo visto, a já rara edição da publicação continua mais atual do que nunca. Além disso, Ruy do Ceará e José Rego Filho, lendários dirigentes corais naquela memorável façanha, vão poder continuar tomando banho de piscina tranquilamente. Merecidamente.

Ruy e José Rego: a tranquilidade de quem só observa os adversários tentarem, tentarem, tentarem

REGISTRO FOTOGRÁFICO DO GOLEIRO BARBIROTO NA TEMPORADA DE 1989

Goleiro Barbiroto do Ferrão e Marquinhos Capivara, atacante do Ceará, em registro de 1989

Registro fotográfico de 30 anos atrás, época em que o Ferroviário disputou a Copa do Brasil pela primeira vez na história. Seu adversário foi o Goiás/GO e o arqueiro coral naquela competição foi o paulista Barbiroto, que enfrentou justamente a equipe a qual havia defendido na temporada de 1978. Na imagem de 1989, o já veterano goleiro do Ferrão aparece com o atacante Marquinhos Capivara do Ceará, um velho conhecido do futebol paulista. Era a terceira passagem de Barbiroto pelo Ferroviário. A primeira foi rápida, no início de 1981, quando somente treinou e rapidamente deixou o grupo. Novamente emprestado pelo São Paulo/SP, a segunda foi em 1982 e marcou a titularidade com grandes atuações no arco coral nas disputas da Taça de Ouro, competição equivalente à atual Série A do campeonato brasileiro, quando enfrentamos os principais times do país, como o Flamengo/RJ em jogo que já mostramos o vídeo na íntegra aqui no blog. Barbiroto faz 60 anos de idade em setembro desse ano.