Resgatamos hoje uma foto histórica com mais de 50 anos de existência, de 28 de maio de 1961, no PV, tirada antes de uma partida do Ferroviário Atlético Clube contra o Usina Ceará. Nela, vê-se jogadores lendários do clube como Aldo, Damasceno, Garrincha, Edilson Araújo e Wellington, além do atacante Kitt, que se formou em odontologia depois que pendurou as chuteiras. Naquela temporada, o clube já amargava um jejum de 9 anos sem conquistar o título de campeão cearense e tinha Isidoro Pessoa na presidência coral. Detalhe para o padrão diferente do uniforme do Ferrão, com as tradicionais listras colocadas apenas na manga das camisas, a presença do goleiro paraibano Augusto, ex-Náutico/PE, que defendeu o clube em apenas 37 partidas, e o anúncio da loja de material esportivo `O Crack` com a escalação do time. Diretamente dos alfarrábios do Almanaque do Ferrão.
Arquivo mensal: maio 2015
EX-CAPITÃO É TRICAMPEÃO DO CONCURSO COMIDA DI BUTECO
O que fazer quando pendurar as chuteiras é sempre um grande dilema para os jogadores de futebol. Não foi diferente com o volante Solimar Rossini, capitão do Ferroviário que foi vice-campeão cearense em 1998. Longe dos gramados, tentou a vida no ramo de confecções e depois teve a ideia de colocar um estabelecimento de comida de raiz. Agora, segue colecionando outros tipos de títulos. Pelo terceiro ano consecutivo, seu restaurante ´Tronco do Gaúcho` faturou o nacionalmente conhecido prêmio ´Comida di Buteco`. O anúncio foi feito no último dia 25 em cerimônia realizada no restaurante Estoril, no bucólico bairro da Praia de Iracema, em Fortaleza. Sempre educados e solícitos, Solimar e sua equipe estão de parabéns!
O gaúcho Solimar chegou em 1996 para o futebol cearense. Depois de passagens vitoriosas por Ceará e Fortaleza, assinou contrato com o Ferroviário em 1998 e foi um dos principais atletas do elenco vice-campeão cearense, ao lado de nomes como Rômulo e Marquinhos Pernambuco, atacantes da equipe treinada no período por Argeu dos Santos. Experiente e líder nato, Solimar era o capitão do time e desempenhou papel preponderante para o bom desempenho do Ferroviário no certame estadual, fazendo 27 partidas na temporada entre jogos oficiais e amistosos. Dois anos depois, voltou a Barra do Ceará para o campeonato cearense de 2000 e ficou apenas 9 partidas, pois pediu rescisão de contrato ao perceber um ambiente deteriorado pela má gestão e inapropriado para um time de futebol, que culminou com o Tubarão da Barra se salvando do rebaixamento apenas na última partida do campeonato contra o Crato.
Mesmo distante dos gramados há mais de uma década, Solimar ainda respira futebol. O `Tronco do Gaúcho` é frequentado por profissionais da área, jornalistas, desportistas e torcedores de todos os times. Entre 2012 e 2013, Solimar acompanhou de perto e foi um dos principais incentivadores do projeto que tentou reestruturar o Ferroviário naquela oportunidade, indo inclusive sempre aos jogos torcer pela equipe e pelos profissionais que trabalhavam no clube. Agora, em 2015, o ex-capitão coral ostenta seu tricampeonato na gastronomia para alegria de seus amigos e degustadores da boa e tradicional comida de raiz.
NUNCA É TARDE PARA REVERENCIAR SIMPLÍCIO, O CANHÃO DA BARRA
Ele foi um dos jogadores mais cultuados na história do Ferroviário. Até hoje seu nome é citado nas arquibancadas, não apenas por torcedores corais, mas também por desportistas de outras equipes que o viram em ação entre 1969 e 1974, período em que entrou em campo 181 vezes com a camisa do Ferrão. Foram 60 gols no total, o que o credencia como o 12º maior artilheiro do clube. Estamos falando de Simplício, o inesquecível ´Canhão da Barra´, graças a seus chutes fortes que chegavam a alcançar 170 km/h. Ao lado de Amilton Melo, Edmar, Paulo Velozo e Coca Cola, ele foi um dos bons nomes no título estadual de 1970, ano em que o Ferroviário montou um dos melhores times em todos os tempos do futebol alencarino.
Simplício começou a se destacar no Campinense/PB, onde foi hexacampeão paraibano nos anos 60. Tinha como principal característica o posicionamento, o bom passe e a garra, condições essenciais para um grande volante. Começou a ser comparado com o craque brasileiro Rivelino – pelo bigode e em razão do chute forte – ainda na Paraíba, antes mesmo de se transferir para o Botafogo/PB, onde foi bicampeão estadual. Se transferiu para o Ferroviário aos 22 anos de idade, fazendo seu primeiro jogo pelo time coral no dia 15/11/69 num amistoso contra o América/CE, no Elzir Cabral, e já conquistando mais um título estadual pra coleção na temporada seguinte. Suas cobranças de pênaltis eram temidas pelos goleiros adversários e tinha o respeito de vários treinadores que passaram pelo Ferrão, entre eles Fernando Cônsul, Gradim e Alexandre Nepomuceno.
No campeonato cearense de 1974, Simplício mudou de time e chegou a enfrentar o Ferroviário, defendendo a camisa do Maguary. Aos 27 anos, aquela foi sua última temporada como jogador de futebol, pois retornou para Campina Grande onde anos depois concluiu o curso de Processamento de Dados na Universidade Federal. Em 2013, vibrou bastante com o título de campeão do nordeste conquistado pelo Campinense. Hoje com 67 anos de idade, reside em João Pessoa e é aposentado pela própria universidade. Mais de 40 anos depois de deixar o Ferroviário Atlético Clube, Simplício continua na memória de quem o viu em ação e estará sempre nas páginas principais da história coral, merecendo hoje o destaque do Almanaque do Ferrão.
RESGATAMOS EM VÍDEO OS GOLS DE UMA VITÓRIA NO BRASILEIRO DE 1987
O Almanaque do Ferrão faz uma viagem histórica até o dia 21 de outubro de 1987 e recorda uma vitória coral em cima do Sampaio Corrêa/MA, uma das equipes mais tradicionais do futebol nordestino. O jogo valeu pelo campeonato brasileiro e foi realizado no PV. Sob o comando de Erandy Pereira Montenegro, o Tubarão da Barra conseguia sua segunda vitória na competição com gols do ponta Mardônio, do meia Mardoni e do atacante Marcos Duque. O time maranhense descontou com Dias Pereira, que vestiria a camisa coral dois anos depois. Reveja os gols do Ferrão no vídeo acima em imagens especialmente resgatadas para o blog.
O Ferroviário formou naquela noite com Wálter, Laércio, Arimatéia, Kléber e Edson; Zé Alberto, Narcélio (Osmar), Mardoni e Wiltinho (Adalberto); Mardônio e Marcos Duque. Destaque para a grande fase vivida pelo ponta direita Mardônio, cria das categorias de base, que fazia ótimas apresentações naquela temporada. Dirigido por Milton Buzetto, o Sampaio Corrêa perdeu com Jorge, Luís Carlos, Maurício, Ademilton e Beato (Serginho); Zé Carlos, Meinha (Reginaldo) e Dias Pereira; China, César e Marco Antônio. Além da famosa ´Bolívia Querida´, estavam ainda na chave coral o Maranhão/MA e o Serrano/BA. Depois de conseguir sua classificação no grupo, o time coral caiu na segunda fase da competição no mata-mata com o América/RN.
FILHO HOMENAGEIA PAI COM PRESENÇA DE EX-JOGADORES
Hermano Custódio, torcedor há vários anos do Ferroviário Atlético Clube, comemorou seus 70 anos de idade no último sábado com a presença de inúmeros familiares e amigos. A bela festa aconteceu na nova sede da AABB em Fortaleza, localizada na Av. Barão de Studart, uma das áreas mais conhecidas da cidade, com direito até a partida de futebol entre os presentes. Num clima de alegria e muita descontração, a surpresa principal ficou por conta da presença de três ilustres ex-jogadores do Ferroviário, convidados especialmente pelo filho do aniversariante com o objetivo de prestar uma homenagem ao pai: o ex-zagueiro Celso Gavião, o ex-goleiro Cícero Capacete e o ex-atacante Sérgio Alves.
Celso e Cícero foram duas peças importantíssimas no título estadual de 1979, especialmente na noite de 12 de setembro daquele ano, quando Cícero fechou o gol e foi talvez responsável pela maior apresentação individual de um goleiro em toda história do futebol cearense, garantindo com defesas milagrosas uma vitória em cima do Ceará por 1×0, gol exatamente saído dos pés de Celso Gavião, que naquela oportunidade estava atuando de volante. Muita gente lembra dessa partida como a que definiu o campeonato em favor do Ferrão, embora o jogo do título tenha sido 4 dias depois contra o Fortaleza. Certamente não foi diferente com Hermano Custódio, que agora 36 anos depois, teve o privilégio de contar com dois dos artífices daquela memorável conquista que tirou o penta campeonato do Ceará. Em termos de números, Celso Gavião fez 122 partidas com a camisa coral, marcando 32 gols, o que o qualifica como o maior zagueiro-artilheiro da história do clube. Já Cícero atuou em 34 jogos e, apesar de ter jogado vários anos no Fortaleza, era oriundo do América/RN quando foi contratado pelo Ferroviário.
Sérgio Alves também foi convidado para a festa e se fez presente. Mesmo considerado um dos maiores ídolos do Ceará, time pelo qual torce o filho do aniversariante, Sérgio Alves teve uma passagem digna no Ferroviário três anos antes de encerrar sua carreira. Foram 28 jogos e 12 gols marcados com a camisa coral, inclusive um deles em cima do próprio Ceará, em jogo válido pelo campeonato cearense de 2007. Depois que penduraram as chuteiras, apenas Cícero não voltou a trabalhar na Barra. Celso e Sérgio atuaram ainda como técnico do clube em 1992 e 2013 respectivamente. Os três foram de grande gentileza para com o aniversariante e seu filho alvinegro, razão pela qual merecem o destaque do Almanaque do Ferrão.
QUANDO O TIME JÚNIOR DO FERRÃO GANHOU O ESTADUAL DE 1977
O atacante Mirandinha foi o primeiro jogador brasileiro a jogar no futebol da Inglaterra. Depois de uma ótima passagem pelo Palmeiras/SP, o cearense nascido Francisco Ernandi Lima da Silva foi defender o Newcastle, em 1987. Dez anos antes, ele foi campeão estadual nos juniores do Ferroviário, que tinha Nojosa como treinador. A foto acima é um registro da entrada do jovem time coral no inacabado Castelão, numa época que os juniores esfriavam o sol na preliminar dos jogos profissionais. Esse time venceu o Ceará na grande final da categoria por 3×2, no PV, no dia 6/10/1977, com o gol do título saindo dos pés do lateral Jorge Henrique, aos 44 minutos do 2º tempo, batendo um pênalti cometido em cima exatamente de Mirandinha, escolhido o melhor jogador da partida.
O campeão dos juniores de 1977 atuou na decisão com Eriverton, Jorge Henrique, Wellington, Zé Carlos e Raimundinho; Pinto (Ayala) e Garrincha; Haroldo, Jacinto, Mirandinha e Ricardo (Manoelzinho). O primeiro gol coral também foi marcado, de pênalti, por Jorge Henrique, e Mirandinha assinalou o segundo gol. O Ceará perdeu a final com Dalmir, Erilson, Júnior (Antero), Marcelo Vilar e Serejo; Tico e Neto; Océlio (Júnior II), Pedrinho, Adailton e Alexandre. Os gols do alvinegro foram de Alexandre e Tico, também através de uma penalidade máxima.
Da formação coral, além do próprio Mirandinha, que desde o ano anterior já era aproveitado no time profissional, o lateral Jorge Henrique, o zagueiro Zé Carlos, o volante Pinto, o lateral Ayala, o meia Jacinto e o atacante Haroldo foram várias vezes aproveitados na equipe de cima, sendo que Jorge Henrique e Jacinto ultrapassaram a marca de mais de 200 partidas no time profissional do Ferrão, conquistando títulos importantes, inclusive. Pelo lado alvinegro, o zagueiro Marcelo Vilar tornou-se técnico no final dos anos 80 e chegou a treinar o Palmeiras/SP em 2006. Ele foi treinador do Ferroviário no ano de 1999. O presidente coral, em seu segundo ano de mandato, era Chateaubriand Arrais, que recebeu os cumprimentos do jornalista Blanchard Girão, diretor do jornal do Povo na ocasião, durante a festa de entrega de faixas dos campeões cearenses da categoria.
O GOL MAIS BONITO DO FANTÁSTICO: JORGE VERAS DO FERROVIÁRIO
Em outubro do ano passado, o Almanaque do Ferrão recordou o gol do centroavante Ilo, em 1987, escolhido o mais bonito da rodada pelo programa Fantástico. A postagem repercutiu no sul do país e o próprio filho do ex-jogador coral, falecido em 2010, entrou em contato com o blog, o que valeu outra matéria apresentando aquele lance memorável. Hoje é a vez de resgatar um outro gol histórico escolhido por aquele famoso semanário da televisão brasileira. Vamos até 24 de Julho de 1983, quando Ferroviário e América jogaram no Castelão e o belo tento da vitória coral veio dos pés do artilheiro e ídolo Jorge Veras, que fazia com o meia Betinho uma dupla infernal no campeonato cearense.
O Ferrão era comandado pelo treinador Lula, ex-atacante do Internacional/RS e do Fluminense/RJ. Naquela tarde de domingo, ele escalou o time com o futebol de Giordano, Laércio, Paulo Alves, Nilo e Luisinho; Doca, Carioca e Barga (Paulinho Lamparina); Chicão (Narcélio), Paulo César Cascavel e Jorge Veras. Antes desse jogo, o América havia quebrado uma invencibilidade de 18 jogos do timaço que o Fortaleza montou na temporada de 1983. Treinado pelo ex-jogador, supervisor e treinador coral José Oliveira, o time rubro endureceu o jogo com Tarcísio Abelha, Tuca, Carlão, Darci e Canhoto; Faquim (Pinto), Joel Maneca e Marinho Macapá; Jadir (Carlinhos), Narcélio e Escurinho.
No início da temporada seguinte, depois de disputar o campeonato brasileiro da 1ª divisão com o Ferrão, Jorge Veras foi negociado com o Criciúma/SC e em 1985 já era titular do Grêmio/RS, onde sempre se destacou com gols importantes nos clássicos contra o Internacional/RS. O ex-artilheiro jogou ainda em São Paulo e Pernambuco, voltando ao Tubarão da Barra no período 90-92 e teve o mesmo destaque. Ao todo foram 155 jogos e 65 gols marcados com a camisa coral. Sem dúvida, um ídolo eterno na história do Ferroviário, escolhido como um dos atacantes na campanha ´Time dos Sonhos` promovida há 2 anos no site oficial do clube.
FERROVIÁRIO COMEMORA HOJE SEU ANIVERSÁRIO DE 82 ANOS
Hoje é o aniversário do Ferroviário Atlético Clube. Há exatos 82 anos, a agremiação esportiva nascida dentro das Oficinas do Urubu ganhava forma para representar a pujança da classe ferroviária nas disputas do futebol cearense. Há sempre o que comemorar e mais ainda a planejar para o futuro Que este seja próspero e rico como sua gloriosa história, retratada no vídeo acima na sincronia de fotos eternas. Viva o Ferrão!
EX-CORAIS SE DESTACAM EM COMPETIÇÕES NO SUDESTE DO PAÍS
Com o fim dos campeonatos estaduais, pelo menos 3 jogadores que passaram nos últimos anos pelo Ferroviário têm motivos para comemorar e vislumbrar melhores perspectivas para suas carreiras e respectivos clubes. O volante Foguinho, o atacante Bruno Moraes e o goleiro Fernando Júnior estão nessa lista. O primeiro conquistou o acesso para a Série A1 do campeonato paulista com o Oeste de Itápolis, o segundo conquistou o mesmo objetivo, acompanhado do título da Série A2 pela Ferroviária de Araraquara e o terceiro se destacou no campeonato mineiro defendendo o Boa Esporte.
O gaúcho Foguinho chegou para o Ferroviário em julho de 2012 para compor o elenco Sub-20 que representaria o clube na Taça Fares Lopes daquele ano. Na mesma temporada foi o capitão dos juniores que terminaram o Cearense da categoria na vice-colocação. De boa índole e caráter, Foguinho caiu nas graças da torcida quando chegou ao time profissional em 2013. Foram 34 partidas pelo time profissional ao todo e 2 gols marcados. Em seguida, continuou sua carreira atuando no Ceará, Icasa e Oeste/SP, onde conseguiu recentemente o acesso para a primeira divisão no difícil campeonato paulista.
Por sua vez, Bruno Moraes estava na reserva do Bragantino/SP em 2012 quando foi indicado pelo ex-jogador coral Marcelo Veiga. Chegou em meio a uma grande crise técnica no Ferroviário e, num dos piores elencos já montados na história do clube, se destacou nas 8 partidas da reta final da competição, marcando 3 gols, inclusive um de “letra” num clássico contra o Fortaleza. Depois de atuar ainda na Portuguesa de Desportos, o ex-jogador coral passou um tempo se recuperando de contusão e foi recompensado na semana passada com o título de campeão vestindo a bela camisa da Ferroviária de Araraquara.
Dos três, Fernando Júnior foi o que mais atuou com a camisa foral. Foram 60 partidas pelo Ferroviário entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2014. Antes de chegar ao futebol mineiro, o ex-goleiro coral passou ainda pelo Moto Clube/MA e Icasa. No início da temporada foi contratado pelo Boa Esporte e fez um ótimo campeonato mineiro. Essa semana, o time da cidade de Varginha estreia na Série B do campeonato brasileiro.
JOGADOR CAMARONÊS É O 12º ESTRANGEIRO NO FERROVIÁRIO
O camaronês Arnold, lateral esquerdo, faz parte atualmente do elenco do Ferroviário e é o 12º estrangeiro a passar pela história coral entre atletas, treinadores e até na presidência do clube. Arnold, ex-jogador da base do Cruzeiro/MG, estava no Ceará e foi emprestado para as disputas da segunda divisão cearense. Na semana passada, foi autor de um dos gols do Tubarão da Barra na goleada de 4×2 em cima do América, no domingo, e acabou expulso contra o Barbalha, na quarta-feira seguinte. Confira abaixo uma breve retrospectiva do Almanaque do Ferrão com todas as personalidades do futebol que nasceram em outros países e tiveram o time coral em suas biografias.
Foi em 1941 que o Ferroviário teve o seu primeiro estrangeiro. Seu nome era Acosta, meio campista uruguaio, que atuava no futebol cearense na extinta equipe do Penarol. Foram apenas 6 jogos nos campos de terra da época, mas também teve participação como treinador em 10 partidas. No ano seguinte foi a vez do paraguaio Aurélio Munt, ex-meio campo do Bahia/BA, Bangu/RJ e América/RJ, dono de uma categoria refinada, foi um verdadeiro craque que vestiu a camisa coral em 18 jogos e marcou 2 gols. Experiente no futebol sul-americano tendo defendido o Boca Juniores e o Estudiantes, duas grandes forças do futebol argentino, Munt foi utilizado também como treinador do Ferroviário em 19 partidas, sendo 10 vitórias, 2 empates e 7 derrotas. Nesse mesmo período entre 1941 e 1943, o próprio presidente do Ferrão era um estrangeiro, o empresário espanhol Jaime Quintaz Perez.
Em 1958 foi a vez do meia-esquerda argentino Juan Francisco Cely (foto ao lado), oriundo do futebol pernambucano, que disputou 8 partidas e marcou 2 gols, um deles num clássico contra o Fortaleza. Cely, conhecido no futebol como cartita blanca, chegou precedido de grande cartaz, mostrando muita categoria logo em sua estreia contra o Ceará. Depois de sua passagem pelo time coral, Cely cruzou a vida novamente do Ferroviário em duas oportunidades, em 1979 e 1980, dessa vez como adversário já que era o técnico do Itabaiana/SE em confrontos pelo campeonato nacional. Sua contribuição ao futebol sergipano foi tão importante, que foi condecorado com o título de cidadão sergipano.
O ano de 1980 marcou a chegada do mais famoso dos estrangeiros no clube, o lateral direito Ramirez, ex-jogador do Flamengo/RJ e da seleção uruguaia, que defendeu o Ferrão com destaque em 18 partidas e marcou 1 gol muito importante na história coral, o do titulo de campeão do 3º turno do campeonato cearense daquele ano numa brilhante vitória em cima do Fortaleza no Castelão. Também com a camisa coral, Ramirez disputou o campeonato brasileiro da primeira divisão em confrontos memoráveis de grande visibibilidade para o clube contra Atlético/MG, Operário/MS, Sport/PE e Náutico/PE.
Em 1981, foi a vez do conhecido treinador uruguaio Juan Alvarez (foto à direita) chegar no Ferroviário e comandar o time coral em 19 partidas, depois de uma vitoriosa passagem pelo futebol paraense e extrema identificação com o Paysandu/PA, que valeu o pedido da família para que suas cinzas fossem depositadas no estádio da Curuzu em Belém. A partir daí um longo hiato se sucedeu até a chegada do técnico Pablo Enrique, argentino que não teve muito sucesso nas 12 partidas que esteve à frente do comando técnico coral em 1998. Com ele veio também o seu conterrâneo Omar Rios, zagueiro que havia passado pela base do Velez Sarfield e que atuou apenas em uma partida amistosa pelo Ferroviário, na derrota de 2×1 para o ABC/RN em Natal.
Em 2008, fruto de uma estranha parceria com o futebol de Senegal, o atacante Mamadu chegou com um grupo de senegaleses na Barra e foi o único a ser aproveitado oficialmente com a camisa do Ferrão em 2 amistosos, marcando 1 gol numa partida que o time coral deu vexame e perdeu por 3×2 para o Aliança, do município de Pacatuba, que se preparava para a disputa da terceira divisão cearense. Em 2010 foi a vez o lateral esquerdo William, nascido em São Tomé e Príncipe, na África, que atuou em apenas uma partida amistosa e depois perambulou por times no sul do país. Na fatídica temporada de 2014, um paraguaio que foi volante do Libertad, de nome Yámil Gonzalez, envolto a muitas contusões só conseguiu atuar em 3 jogos e, meses depois, assinou contrato com o Santa Cruz/PE, onde também pouco jogou. Por fim, o camaronês Arnold, que assumiu a titularidade do Ferroviário recentemente já com o campeonato da segunda divisão em andamento, já citado e que fecha a curta lista de estrangeiros no Tubarão da Barra.