CINCO PARTIDAS PELO FERRÃO E A SORTE DE IR BATER NA BULGÁRIA

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Na foto: Dionantan, Cícero César, Clemílson, Felipe Espada, Diogo e Rafael; Eliélton, Victor Cearense, Cristiano, Júnior Cearense e Alberto.

Quando Dionantan, Alberto, Cícero César, Rafael e Victor Cearense; Clemílson, Eliélton, Júnior Cearense e Diogo Oliveira; Cristiano e Felipe Espada entraram em campo no primeiro amistoso preparatório para a Série D de 2009, o atacante Juninho Quixadá estava no banco. O jogo foi contra o time B do Fortaleza e o time coral perdeu por 3×2. Foi no dia 24/6/2009 na cidade de Horizonte. Juninho só entrou no segundo tempo no posto de Cristiano. Daquele grupo, ele foi o que chegou mais longe no futebol até o momento. Recentemente, o atleta disputou partidas pela Champions League, a competição mais importante do cenário futebolístico mundial e, na semana passada, marcou o gol da classificação do Ludogorets Razgrad contra o Beroe pela Copa da Bulgária.

Apesar da campanha irregular do Ferrão no Brasileiro de 2009, Juninho Quixadá se destacou. Foi apenas um gol em 5 partidas pelo time coral, mas o suficiente para valer uma negociação com o Bragantino/SP, onde ganhou a chance de seguir para a Europa oriental dois anos depois de uma forma no mínimo inusitada. O jogador envolvido na negociação do time paulista era o também ex-coral Léo Jaime, que acertara tudo para jogar na Bulgária. Quando perceberam o biotipo franzino do atacante, os empresários búlgaros desistiram de Léo Jaime e pediram outro jogador em seu lugar. Os empresários brasileiros ligados ao Bragantino sugeriram Juninho Quixadá e, desde então, ele lá está. Tirou a sorte grande. São coisas do futebol. Abaixo, um vídeo do jogador na época que ele atazanava a defesa coral jogando pelo Quixadá e depois, alguns momentos dele com a camisa coral contra o Treze/PB e Sergipe/SE pela Série C daquela temporada.

CLICK HISTÓRICO PARA LEMBRAR OS CLÁSSICOS DE 1977 CONTRA O CEARÁ

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Amigos e rivais ao mesmo tempo 

Muita gente sente falta do clássico Ceará x Ferroviário sendo disputado em sua plenitude. Os dois protagonizaram jogos memoráveis desde o final dos anos 1930. Os torcedores mais veteranos apontam a segunda metade da década de 1970 como a fase áurea dos clássicos locais após o advento do Castelão. O Almanaque do Ferrão resgata hoje uma foto histórica para ilustrar os confrontos do ano de 1977. Foram 6 jogos entre ambos pelo campeonato estadual, sendo 1 empate (0x0), 2 vitórias corais (3×1 e 3×2) e 3 vitórias alvinegras (0x1, 1×4 e 0x1). Oliveira Piauí (3x), Vanderley (2x), Dodô (contra) e Alzir fizeram os gols do Ferrão. Serginho Amizade (2x), Ferreti (4x), Da Costa (2x) e Felipe assinalaram os tentos pelo lado do Ceará. Na foto, o atacante Paulo César Feio e o zagueiro Arimatéia com a bela camisa coral daquela temporada e Serginho Amizade pelo Ceará. A última vez que os dois times se enfrentaram pelo estadual foi em abril de 2013.

10 MOTIVOS QUE LEVARAM O FERRÃO AO REBAIXAMENTO

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Há exatamente 1 ano, o Ferroviário era rebaixado pela primeira vez em sua história para a 2ª divisão do futebol cearense, a exemplo do que já ocorrera em nível estadual com os tradicionais Vila Nova/GO, Atlético/GO, Paraná/PR, Maranhão/MA, Moto Clube/MA, Guarani/SP, América/RJ, Rio Negro/AM, Tuna Luso/PA, Flamengo/PI, CSA/AL, Fluminense/BA, Brasil/RS e América/MG. Os motivos da queda são sempre os mais diversos, porém em todos os citados possuem questões técnicas de campo, financeiras e políticas. O Almanaque do Ferrão enumera abaixo 10 fatores que levaram o time coral ao fracasso no ano passado, desejando que a partir da próxima semana, quando iniciam as disputas da Série B cearense, o clube possa retomar a sua trajetória de credibilidade.

01. Pré-temporada mal conduzida por comissão técnica inexperiente, que pecou na ausência de metodologia de treinos, indicação de reforços e realização de apenas dois amistosos preparatórios, cinco a menos em comparação à temporada anterior.

02. Voto de minerva por uma fórmula inapropriada e curta de campeonato, que durou apenas 49 dias para o Ferroviário com 3 a 4 jogos por semana do início ao fim, sem chances de recuperação ou realização de turno da morte.

03. Abandono das premissas da gestão financeira de futebol em relação ao ano anterior com a chegada de jogadores de nível igual ou inferior aos que já estavam no elenco, contratados com salários maiores e ainda assim não foram titulares.

04. Hostilidade de trabalho com a chegada de novo treinador ainda na segunda semana do campeonato, com perda de critérios de justiça, inobservância à individualidade dos atletas disponíveis e obsoletismo das práticas de treinamento e liderança de grupo.

05. Contratação de vários reforços durante a competição vindos de longos períodos de inatividade e que desciam do avião para entrar na equipe sem o tempo de preparação física adequado, além de inflacionar e estourar o orçamento salarial.

06. Falta de comprometimento da maioria dos principais reforços, refletido em casos de indisciplina, inclusive na noite anterior à viagem decisiva para Quixadá com 3 jogadores chegando embriagados na sede do clube horas antes do embarque.

07. Inabilidade em questões que minavam o grupo como atletas pagos em dia e atletas em atraso, listas de dispensa feitas no calor das derrotas e reviravoltas nas decisões, com destaque para caso de atleta dispensado às 9h e readmitido às 14h.

08. Crise política a partir da ruptura abrupta do modelo de gestão profissional de futebol em vigência até 2013, ocasionando insatisfações internas, desconfiança de investidores, surgimento de alas e extinção de outrora bom ambiente de trabalho.

09. Interferências pessoais na escalação de alguns jogadores em detrimento de atletas com contratos longos que iniciaram a competição como titulares e passaram a ficar em segundo plano por determinações externas à gestão do clube.

10. Ausência de comando em nível técnico e administrativo com lacunas de autoridade, falência política, amadorismo e instituição de boataria gratuita com ondas de denuncismo e demais mazelas inerentes ao ambiente por vezes imundo do futebol.

EX-TÉCNICO DO FERROVIÁRIO É LÍDER NO CAMPEONATO GAÚCHO

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Gilson Maciel comanda hoje o São José, atual líder do campeonato gaúcho de futebol

Uma campanha irretocável até o momento. É assim a participação do São José, um dos times mais tradicionais de Porto Alegre, na atual disputa do Gauchão 2015. O time é treinado pelo competente Gilson Maciel, que dirigiu o Ferroviário em 35 partidas entre julho de 2012 e março de 2013. Ontem, o time do ´Zequinha`, como é carinhosamente chamado no sul, venceu o Brasil de Pelotas, que há um ano não perdia em seus próprios domínios, e assumiu a ponta da tabela. Há poucos dias, em pleno Beira Rio, Gilson Maciel e seus comandados fizeram calar a torcida do Internacional após um eletrizante 4×4. Trata-se de um profissional diferenciado em relação ao meio, tão cheio de ´boleiros` e adeptos de práticas invariavelmente amadoras.

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Gilson Maciel como treinador do Ferrão

Gilson chegou para o Ferrão com uma boa vivência no futebol. Foi artilheiro da Copa do Brasil de 1993 pelo Grêmio, ídolo no Brasil de Pelotas, atuou também no futebol mexicano e já havia realizado boas campanhas como auxiliar técnico em diferentes equipes trabalhando ao lado de Sérgio Ramirez, ex-lateral do próprio Ferroviário entre 1980 e 1981. No período que permaneceu na Barra do Ceará, Gilson Maciel conquistou o respeito de todos pela sua postura séria e profissional, indo além de suas obrigações como técnico, adquirindo inclusive algumas vezes equipamentos de trabalho para a comissão técnica que foram doados ao clube após sua saída. Sob o seu comando, o Ferroviário, com uma média de idade de 21 anos, por muito pouco não conquistou uma vaga para a Copa do Brasil de 2014. Trabalhando há quase 9 meses no São José, o ex-técnico coral espera agora galgar merecido espaço no contexto nacional.

EX-GOLEIRO ALBERTINO FALECEU NA ÚLTIMA SEXTA EM FORTALEZA

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Albertino em 2/4/89 contra o Fortaleza, num Ferroviário que perfilou com Marcelo Veiga, Juarez, Caetano, Arimatéia e Paulinho; Jacinto, Alves, Joãozinho Paulista, Evilásio e Luis Carlos Gaúcho

Mais um ex-jogador do Ferroviário foi jogar no time do céu. Depois de levar o ex-atacante Raimundinho no mês passado, a equipe divina resolveu agora convocar um ex-goleiro coral. Na última sexta-feira, dia 13, véspera de carnaval, Albertino passou dessa pra melhor depois de lutar bravamente nos últimos meses contra um câncer.

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Albertino em foto recente

Albertino ganhou notoriedade no futebol brasileiro na equipe do Sergipe quando conquistou títulos estaduais e disputou edições do campeonato nacional no início dos anos 80. Chegou para o Ferroviário em janeiro de 89, já experiente, e dois meses depois foi campeão do Torneio Ciro Gomes com destacada atuação na final contra o Ceará. Naquele mesmo ano foi vice-campeão cearense pelo Ferrão. Nas temporadas seguintes defendeu as cores do Tiradentes e do Guarani de Juazeiro.

O ex-goleiro coral lamentava bastante o ostracismo vivido pelos atletas que penduram a chuteira. Mesmo distante da mídia, frequentava sempre que possível a Barra do Ceará para ver os treinos e matar as saudades do supervisor Chicão, falecido no ano passado. Nos últimos anos, era visto com frequência perto de casa vestindo a camisa do Ferroviário, prova do carinho eterno que tinha pelo time coral. Vida que segue. Fique em paz, Albertino.

SAIBA AS 10 VEZES QUE O FERRÃO JOGOU NO SÁBADO DE CARNAVAL

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Sábado de carnaval já virou um dia propício para o futebol e isso não é de hoje. O Ferroviário realizou alguns amistosos em sua história nessa data e o primeiro deles remonta a 1951 quando o time coral perdeu por 2×1 para a seleção cearense amadora. A zebra passeou solta no PV em pleno festejo momino. Depois, em 1968, o Ferrão entra em campo no Elzir Cabral para um jogo contra o Rio Branco. A equipe suburbana sucumbiu por 3×0 com gols de Coca Cola, Mano e Ademir. Teve dirigente que saiu do estádio direto para as comemorações no Clube Líbano Brasileiro, conta uma fonte fidedigna. Em 1973, o time amador do Uberaba tomou de 10×0 na Barra e o Luizinho ´Peito de Aço` foi o destaque marcando 3 gols. Dizem que a chuva de gols terminou com os jogadores comemorando o carnaval nos bailinhos da Barra do Ceará.

Os-109-do-América-Futebol-Clube1Os anos se passaram e outro jogo amistoso no sábado de carnaval somente aconteceu em 1980. Era uma partida contra o América, no Elzir Cabral, e mesmo com 5 jogadores expulsos, o então Diabo da Dom Manuel segurou o 0x0. Treze anos depois, em 1993, veio o primeiro jogo oficial num sábado gordo e o Ferrão fez 2×1 no placar. Novamente o América era o adversário e sair de capeta do carnaval é sempre uma boa pedida. Em 95, amistoso contra o Potiguar de Mossoró na Barra e o ataque formado pela dupla Chico Pita e Somar não rendeu. 0x0 e vaias dos carnavalescos torcedores. Aí veio 1998 e a empresa Santo Antônio até que foi bem ao tomar só de 2×0 no amistoso, vitória coral sem esforço e tome carnaval pra galera nos dias seguintes. Em 2002, vexame contra o time da Autoviária Freitas. Seria uma derrota não fosse o gol de empate do Guedinho, o solitário goleador do time coral naquela tarde.

pierrot-e-colombinaNo ano seguinte, o único jogo do Ferrão fora de casa num sábado de carnaval em toda a história. Foi uma vitória de 2×0 em Itapipoca em jogo válido pelo campeonato cearense. Júnior Jardel – o irmão do Super Mário – marcou um dos gols. Em 2005, Maurício Pantera, Stênio e Narcizio marcaram e o Ferrão fez 3×2 no Tiradentes pelo estadual. Oito anos depois, em 2013, o PV recebeu um bom público e a vitória veio em cima do Guarani de Juazeiro, o que valeu o direito do torcedor coral brincar o carnaval como líder absoluto do campeonato cearense. Teve Pierrot e Colombina vestindo as cores corais por 5 dias seguidos. São 82 anos de história e estes foram os 10 jogos do Ferroviário no sábado de carnaval. Dados curiosos que podem não servir pra muita coisa, mas que são bons de se ver e espetaculares de brincar. Feliz carnaval!

RELEMBRE UM JOGO NOTURNO NA BARRA CONTRA TIME JÁ EXTINTO

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Foto panorâmica do estádio particular do Ferroviário Atlético Clube em dia de jogo noturno

Brevemente o Ferroviário deverá mandar novamente seus jogos oficiais no Estádio Elzir Cabral. A última vez que isso ocorreu foi em 28/8/2012, contra o Icasa, pela Taça Fares Lopes. Desde que utilizou seu estádio particular pela primeira vez para disputa de amistosos, no longínquo ano de 1967, o Ferrão somente conseguiu aprontá-lo para competições importantes mais de duas décadas depois, exatamente no campeonato cearense de 1989, o que fez com que a década de 90 fosse recheada de bons confrontos oficiais naquela praça esportiva pelo estadual, campeonato brasileiro e até copa do nordeste. Em jogos disputados num gramado equiparado na época ao do Castelão, foram vários os que sofreram com o time coral dentro de seus domínios, especialmente naquela década de ouro onde Acássio, Robério, Reginaldo, etc, levavam a galera ao delírio.

Para ilustrar um jogo do Ferroviário nos anos 90, o Almanaque do Ferrão volta até o dia 21/5/98, numa partida válida pelo campeonato cearense daquele ano contra o extinto Esporte Limoeiro. O Tubarão venceu por 2×1 de virada e 1.640 pagantes vibraram com o resultado que classificava o time coral para o mata-mata decisivo do turno contra o Icasa. Naquela noite, o técnico Argeu dos Santos lançou Jorge Luiz, Chiquinho, Aldemir, Santos e Bertoldo; Solimar, Paulo Adriano, Acássio (Dino) e Marcelo; Marquinhos Pernambuco (Cantareli) e Rômulo. Acássio, Bertoldo e Guilherme anotaram os gols. Ao final do vídeo, confira o comentário do lendário jornalista cearense Alan Neto, que trabalhava no Sistema Jangadeiro de Televisão. E que os bons fluidos do Elzir Cabral dos anos 90 possam iluminar o Ferrão em sua volta pra casa para disputa de jogos oficiais.

FOTOS ANTIGAS DO FERRÃO EM EXPOSIÇÃO NO SHOPPING RIOMAR

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Ex-corais ontem no RioMar: Geraldino Saravá, Cícero Capacete, Celso Gavião, Erandy e Pacoti

Foi inaugurada na noite de ontem a exposição “A História do Futebol Cearense” no belíssimo Shopping RioMar de Fortaleza. O coquetel de inauguração contou com a presença de personalidades do futebol cearense e o pentacampeão mundial Cafu. Nomes como Pacoti (1955-58, 1966-67), Erandy (1975-76), Geraldino Saravá (1980), Celso Gavião (1979-1980,1990-1991), Marquinhos Capivara (1993) e Cícero Capacete (1979), todos ex-atletas do Ferroviário Atlético Clube nos períodos acima discriminados, prestigiaram o espaço, que fica aberto a visitantes de forma gratuita até o dia 2 de março. Tai uma boa dica para os torcedores corais e apreciadores do futebol cearense.

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Ferrão em fotografias

O Ferrão está contemplado na exposição com seu próprio stand de fotos antigas, com destaque principalmente para algumas imagens das décadas de 60 a 90. Os ex-atletas Pacoti e Mirandinha mereceram seus próprios stands com imagens e jornais de acervo particular. É no stand de Pacoti que se encontra uma foto rara do Ferroviário, publicada na Revista Placar no ano de 1975, com boa parte do elenco coral da época com nomes como o lateral Paulo Tavares, os goleiros Zé Antônio e Pedrinho, o meia Danilo Baratinha, o atacante Lula, artilheiro do campeonato cearense daquele ano, dentre outros jogadores que defenderam o Tubarão da Barra no período. Além disso, um manequim veste o uniforme coral utilizado na temporada de 2012. É só ir no Shopping RioMar e conferir!

URUBATÃO CALVO NUNES: A HISTÓRIA NÃO LEMBRA DOS COVARDES

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Três nomes na história do Ferroviário: Urubatão Nunes, Chateaubriand Arrais e Ruy do Ceará

Urubatão Calvo Nunes foi bicampeão paulista pelo Santos em 1955 e 1956 como jogador de meio campo. Jogou ao lado de nomes como Pelé, Pepe, Dorval, Coutinho e outros tantos, inclusive na seleção brasileira. Após a aposentadoria como atleta, virou treinador com passagens pelo América/SP, Fortaleza e o próprio Santos em 1977. Chegou para o Ferroviário em 1979 após irregular campanha do time coral no 1º turno do campeonato cearense. Foi apresentado para a torcida no feriado de 1º de maio, com um festival na Barra que recebeu um bom público no amistoso contra os funcionários da cervejaria Antarctica. Desceu de helicóptero no gramado como estrela. Estreou no 2º turno uma semana depois contra o América, uma vitória de virada graças a dois gols do meia Jacinto. Sob o comando de Urubatão, o Ferrão humilhou o Guarany de Sobral (5×2), o Ceará (4×2) e o Fortaleza (5×0). Venceu o turno e colocou o time coral na final.

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Sob o comando de Urubatão: 5×0 no Fortaleza

O Almanaque do Ferrão resgata acima uma foto histórica: Urubatão Nunes ao lado de Chateaubriand Arrais e Ruy do Ceará, dois ilustres representantes da melhor safra de dirigentes da história do clube. Em Fortaleza, o técnico coral residia no apartamento 611 do decadente Edifício Jaqueline, no bairro nobre do Meireles. De personalidade forte, entregou o cargo após uma derrota para o Ceará no 3º turno. Depois que alguns dirigentes tentaram demovê-lo da idéia e convencê-lo a ficar, entrou em cena a perspicácia do diretor de futebol Ruy do Ceará: “De jeito nenhum, agora quem não quer sou eu“. Ruy contratou o treinador César Moraes, que 40 dias depois sagrou-se campeão cearense. Urubatão não saiu na foto, mas jamais se pode esquecer sua importância nos 23 jogos que comandou o time naquele campeonato.

Urubatão voltou ao futebol alencarino em 1986 como treinador da seleção cearense, que se preparava para o retorno do campeonato brasileiro de seleções, competição esta que acabou nunca sendo realizada em razão da conhecida desorganização que imperou na CBF durante os anos 80. Morreu em 2010 depois de lutar bravamente contra um tumor no cérebro e outro no pulmão. Uma de suas frases mais conhecidas está registrada nos anais do futebol brasileiro e reproduz bem a personalidade que o caracterizou enquanto ser humano e profissional do futebol: “A história não fala dos covardes“. Não fala mesmo. Se não merecesse, Urubatão não estaria há mais de 30 anos na história do Ferroviário.

ÁUDIO RARÍSSIMO DO TORNEIO QUE O FERRÃO DISPUTOU NO CARIBE

Na primeira semana de junho de 2007, o Ferroviário representou o Brasil na competição Polar UTS Cup, realizada anualmente na cidade de Willemstad, capital das Antilhas Holandesas, que é situada na ilha de Curaçao, uma das mais belas regiões do Caribe. Nesta edição, além do Ferrão, estiveram presentes o Centro Barber, das Antilhas Holandesas, e outras duas equipes europeias, ambas da Holanda: o conhecido Utrecht e o Dordrecht. Foi a primeira e única aventura coral fora do território brasileiro em toda sua história.

Na primeira rodada, o Ferrão eliminou o Barber (2×0) e o Utrecht derrotou o Dordrecht por 2×1. Na grande final, mesmo jogando bem o time coral tomou um gol de Leroy George aos 30 minutos do segundo tempo e ficou com o vice-campeonato. O Utrecht, que na época disputava a Liga Europa, se aproveitou da maior compleição física de seus atletas e ficou com a taça de campeão com 1×0 no placar. O Almanaque do Ferrão inova na curiosidade e resgata abaixo o áudio promocional da competição veiculado na Holanda. Você não precisa entender holandês para compreender o nome ´Ferroviário` na locução.